Capítulo 81

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Cobra

Entrei no quarto da mina, encontrando ela deitada na cama.

Cobra: oi linda - Ela virou pra mim.
Vitória: oi
Cobra: ó o que eu trouxe pra tu - Abriu um sorriso.
Vitória: eu não quero
Cobra: mas vai comer, sessenta conto nessa porra, senta aí

Vitória sentou na cama, sentei em sua frente, tirei da sacolinha o hambúrguer, batata-frita, nuggets e milkshake. As putaria tudo que ela gosta.

Cobra: abre a boca - Dei o hambúrguer pra ela morder.

Aos poucos ela foi comendo e sobrou sobrou só um restinho de batatas que eu não quis forçar também, então comi por ela.

Vitória: obrigada
Cobra tudo por tu - Coloquei ela no meu colo.
Vitória: ele nunca vai me perdoar
Cobra: claro que vai po, deixa a raiva passar, não vai demorar muito, tu sabe
Vitória: eu decepcionei a pessoa que eu mais queria orgulhar
Cobra: tu acha que teus erros pesam mais que os acertos?
Vitória: sim
Cobra: claro que não po, tu é uma menina foda, tem direito de errar, até porque foi tentando acertar
Vitória: quem mandou aquilo? - Perguntou me fazendo calar. - Cobra?
Cobra: sei não, deixa isso pra lá
Vitória: quem fez isso acabou a minha relação com meu pai, cê acha que eu tenho que deixar pra lá?
Cobra: só acho que você não deve pensar nisso agora, deixa eu resolver
Vitória: também não tenho nem cabeça
Cobra: vamo dar uma volta
Vitória: quero morar na cama
Cobra: bora logo

Levantei com ela, que tava com um pijaminha super curto, outras circunstâncias já tava metendo a pica, mas minha mulher tá mal, tenho que respeitar.

Ela pegou uma blusa minha, que foi roubada, junto com um short e vestiu. Prendeu o cabelo e parou na minha frente.

Vitória: se é pra ir vamo logo
Cobra: para com essa cara feia, dá um sorriso pro seu namorado gostoso - Ela sorriu falso me fazendo rir.

Peguei na mão dela e saímos do quarto, na sala encontramos JP e Carol na maior pegação, minha mulher podia sofrer assim também né.

Cobra: olha a camisinha pra não fazer outra Maria - Eles pararam rindo.
Carol: iai Vi
Vitória: oi
JP: desamarra essa cara Vitória, esquece isso de vez, tu não tem pai não caralho, tu teve um monstro

Ela saiu correndo pra rua, eu e Carol encaramos o JP.

Cobra: caralho JP, agora que eu consegui tirar a menina do quarto porra
JP: to falando a verdade
Carol: a sua verdade João, não a verdade dela, para de ser essa criança que brigou com o pai e quer fugir de casa porque foi contrariado
JP: fugir de casa? eu fui expulso, tem bem uma diferença ai
Carol: mas não justifica querer mandar nos sentimentos da Vitória
Cobra: mandou mal moleque

Saí dali, escutando a Carol brigando com ele, enquanto o mesmo rebatia com frieza.

Vitória tava conversando com um cara que tava de costas, quando ele virou vi que era o MK. Sangue ferveu já, vou me controlar por causa dela, mas se atiçar demais vai tomar tiro.

Abracei minha mulher pela cintura e encarei o MK com um sorrisinho falso.

MK: tchau nega - Fez toque com ela e saiu.
Cobra: por que ele saiu quando eu cheguei?
Vitória: acho que ele tem medo de você
Cobra: se tem medo é porque deve, tavam conversando o quê?
Vitória: ele só tava me perguntando se eu tava bem
Cobra: sei... e tu tá? - Ela negou. - esquece o que o JP falou ele também tá magoado, só tá lidando do jeito errado
Vitória: ele tá negando nosso pai cara
Cobra: é só raiva, assim como seu pai tá agora, mas vai amolecer po
Vitória: eu conheço ele, não vai
Cobra: se conhecesse mesmo não estaria dizendo isso
Vitória: só vamo dar uma volta

Peguei na mão dela e saímos andando pelo morro, tentando tirar um sorriso dela a cada passo, até que eu consegui. Paramos na praça vendo minha sogra, VG e Kelly. Nos aproximamos deles.

Duda: só você mesmo pra tirar ela daquele quarto
Cobra: tenho esse poder
VG: fala tu parceiro
Cobra: quero bater um papo contigo
VG: cola aqui - Ele se afastou um pouco e eu fui junto. - manda o papo
Cobra: to achando que o PK tá vivo - Ele deu risada e depois se fechou.
VG: papo sério?
Cobra: papo de homem
VG: mas e aquela invasão?
Cobra: po VG, galera ficou pirada com o JP no hospital, ninguém ligou muito com os corpos pelo morro, tu não acha que alguém pode ter ajudado ele?
VG: quem? aquela Raissa?
Cobra: acho improvável, pode ter sido só algum vapor dele
VG: não faz sentido essa porra
Cobra: tu viu o corpo?
VG: não
Cobra: então porra
VG: já mandou o papo pro PH?
Cobra: ele não quer saber de porra nenhuma
VG: visão é manter no sigilo, proteger a Vitória, se isso que você tiver falando for verdade ele vem com tudo pra cima dela
Cobra: tu tem que manter a proteção, não posso fazer muito lá do Vidigal
VG: pode deixar

Voltamos pra perto das damas e passei meus braços em torno da cintura da Vitória.

Duda: você não acha que tá se arriscando muito Cobra?
Cobra: fica tranquila sogrinha
Duda: me preocupo com você
Cobra: vou tomar cuidado

Gosto tanto da Duda, tenho como mãe papo reto, mo firmeza comigo.

Carol

Carol: entende de uma vez por todas que toda ação tem uma reação e pra essa situação não seria diferente
JP: tá defendendo o PH?
Carol: não estou defendendo SEU PAI - Exaltei. - ele errou muito expulsando vocês de casa, mas isso é só enquanto a raiva não passa, nem por isso ele deixa de ser seu pai
JP: cala a boca porra, tu nem tava lá
Carol: mas eu te conheço João
JP: conhece o quê? a pelo amor de Deus Carol
Carol: esse teu orgulho não vai te levar a nada, igualmente o do seu pai
JP: tu quer falar de orgulho? sério mesmo?
Carol: o que você tá querendo dizer com isso?
JP: tá bancando com teu orgulho essa postura de quem não gosta de mim não sei pra quê
Carol: você sabe que isso aqui não tem nada haver com orgulho
JP: tu é sonsa pra caralho Carol namoral mermo
Carol: do que você me chamou?
JP: vai embora, quero brigar com ninguém não - Levantou e abriu a porta.
Carol: eu vou João, mas vou te dizer uma última coisa, não fala do seu pai se você age igualzinho a ele

Saí por aquela porta respirando fundo. JP é muito cabeça dura, não nega o sangue do tio PH. Não vou esquentar cabeça com isso, apenas isolar. Quando ele der conta do que fez vem atrás.

Desci até a praça e de longe vi o Cobra com a Duda, Vitória e VG. Me aproximei deles.

Maria: mamá
Carol: oi meu amor - Peguei ela dando um beijo em sua bochecha. - a gente pode ir? - Pedi ao Cobra.
Vitória: o que aconteceu? foi o JP né?
Duda: o que ele fez?
Carol: nada demais
Vitória: leva ela Vitor, vai lá - Ele assentiu.
Cobra: fica ligada no celular
Vitória: tá bom, obrigada por tudo
Cobra: te amo
Vitória: também te amo - Deram um selinho.
Cobra: tchau sogrinha, valeu VG
VG: valeu
Duda: tchau, cuidado filho

Nós saímos, subimos pra buscar o carro, entramos e o Cobra deu partida. Maria já veio o caminho dormindo. Logo chegamos no Vidigal, assim ele parou na frente da minha casa.

Carol: desculpa ter te chamado cedo
Cobra: relaxa de menor
Carol: eu nem sou tão pequena assim - Dei risada. - tchau
Cobra: boa noite pro cês

Saí do carro e entrei em casa. Subi pro quarto e ajeitei a Maria na cama. Meu bem mais precioso.

O Dono do Morro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora