Capítulo 90

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2 semanas depois...

Cobra

Coloquei o fuzil nas costas, duas pistolas na cintura e a máscara no bolso, quero mais um crime na ficha não.

Desci pra casa do PH, me despedir da neguinha. Vitória não vai po, PH barrou, mandou ela tomar conta do morro.

Entrei na casa já dei um abração na sogra e fiz toque com o PH.

Duda: não quero que você vá, você é a cabeça mais cara dessa missão, os policiais não vão te deixar em paz
Cobra: vou tomar cuidado po e relaxa que quem me protege não dorme - Dei um beijo na testa dela. - cadê a nega?
PH: barreira

Olhei pro celular que já dava 1 da madruga.

Cobra: tá na nossa hora
PH: te amo loira
Duda: também te amo - Deram um selinho. - tomem cuidado
PH: cê sabe que eu volto

Descemos o morro pra barreira, já peguei minha mulher e agarrei no abraço enquanto PH repassava o plano.

PH: toma conta de tudo ai - Abraçou ela.
Vitória: pode deixar

Uma galera já entrou nos carros e dei outro abraço na Vitória, depois encarei ela com as mãos em seu rosto.

Vitória: não quero que você vá
Cobra: preciso po, se liga - Dei um selinho nela. - te amo minha dama
Vitória: eu te amo Vitor

Entrei no carro e olhei ela pela janela. Papo reto? Coração apertou na hora, queria ir não, trocava isso aqui tá dormindo mo agarradinho com ela.  

Nossos olhares se cruzaram e parecia que era a última vez que eu tava olhando pra minha mulher.

[...]

Explodimos a porra toda, jogamos o dinheiro nas sacolas e fomos saindo do banco. Só consegui escutar a sirene e os tiros atrás. Me escondi atrás de um caixa que tinha ali e comecei a atirar.

Derrubei dois e PH já mandou radinho falando pra recuar, já levaram 4 dos nossos. Quando senti o cano de metralhadora nas minhas costas nem tentei correr.

Levantei as mãos e me deram um chute nas costas, logo em seguida me algemaram.

Xxx: você tem o direito de ficar calado, tudo o que disser pode e será usado contra você no tribunal
Cobra: to sabendo - Deu um tapa na minha cara.

Me colocaram na viatura, mas antes de darem partida pra delegacia, me bateram pra caralho po. Mas eu não tava nem aí pra isso, meu pensamento era na minha dama po.

Caí caralho, já foi, ver o sol nascer quadrado de novo.

Vitória

Uma chuva de tiros que eu já escutei da boca, sinalizando que eles voltaram com sucesso. Peguei minha pistola, coloquei na cintura e desci pra barreira.

Já corri e dei um abraço no meu pai e no JP. Minha mãe chegou correndo e fez o mesmo. Olhei em volta não vendo o Vitor e reparei bem no olhar de uma galera ali pra mim.

Vitória: cadê o Vitor?

A Júlia saiu do carro com cara de choro e eu já sabia que algo de errado tinha acontecido.

PH: pegaram ele
Vitória: não
PH: os cana brotou, maior trocação, ele deu a cara pra bater e foi pego
Vitória: não, não - Passei a mão no rosto sentindo todo o choro vir de vez.
Duda: eu pedi pra ele não ir
PH: a gente vai resgatar po
Xxx: ae patrão, se liga

Chegou com celular em mãos, que passava uma reportagem e a cara do Vitor exposta.

Repórter: foi preso hoje, em um assalto a banco, o criminoso procurado Vitor Mendes, irmão do policial Tiago Mendes, que foi morto em uma operação no morro do Vidigal pelo próprio irmão, além disso, o criminoso é responsável pela morte e estupro de vulnerável, que era seu próprio filho
Comentarista: um absurdo sem tamanho, um bandido como esse tem que apodrecer na cadeia
Repórter: vamos acompanhar o vídeo desse indivíduo chegando na delegacia

Tiraram o Vitor da viatura, ele tava todo vermelho com diversas manchas pelo corpo e sangue no rosto.

Repórter: o senhor pode dar uma palavrinha com a gente?
Policial: o indivíduo apresentou resistência e infelizmente tivemos que usar a força, mas conseguimos contê-lo para o bem de toda sociedade

Comecei a chorar e o JP me deu um abraço forte. Por que meu Deus? Por que tiraram ele de mim? Vitor vai pagar por crimes que nem cometeu. Isso não é justo, o sistema não é justo.

Vitória: eu vou lá
PH: não
Vitória: Vitor precisa de mim
PH: tu não pisa lá po, tá doidona? vai ficar visada como mulher de traficante, vão te caçar igual rato
Rafaela: me chamaram? - Chegou acompanhada de um vapor.
PH: tu vai na delegacia acompanhar o advogado do Cobra
Rafaela: o Cobrinha foi preso?
Vitória: é sério isso?
PH: papo dez
Vitória: eu não vou assistir essa palhaçada

Subi correndo pra casa, tranquei a porta do quarto e me joguei na cama.

Além do Vitor estar preso e eu não poder ir ajudar, escolheram a vagabunda que é doida pra sentar nele pra ir. Isso só pode ser um pesadelo, dos piores que existem.

Carol: Vi - Bateu na porta.
Vitória: não quero falar com ninguém
Carol: eu não sou ninguém, abre logo isso

Me levantei pra abrir a porta, porque já sabia que ela não me deixaria em paz até que eu abrisse isso.

Vitória: eu só queria ele aqui comigo
Carol: eu sei, vem cá - Me abraçou.

Cobra

Me levaram pra uma sala, que dei de cara com o advogado e a puta da Rafaela. Cofoi? Mundo invertido?

Rafaela: eu fiquei tão preocupada - Me abraçou e eu afastei.
Cobra: o que tu quer? cadê minha mulher?
Xxx: seu Pedro Henrique pediu que ela viesse, prazer, me chamo Ricardo
Cobra: satisfação ai, cadê minha mulher?
Ricardo: seria arriscado que sua namorada viesse, ela ficaria com um tremendo alvo nas costas, por ser tão envolvida quanto o senhor
Cobra: senhor tá no céu, pode me chamar de Cobra
Ricardo: então Cobra, o seu caso é bastante delicado...
Cobra: manda o papo reto po, sem curva
Ricardo: você tem mínimas chances de responder esse processo em liberdade e de não cumprir alguns anos de pena
Cobra: vão colocar crime nas minhas costas que eu nem cometi, pego mais de 40 anos nessa porra
Ricardo: eles vão te segurar o máximo que puderem até o julgamento
Cobra: quanto tempo?
Ricardo: dois a três anos
Cobra: caralho
Ricardo: tenho contatos, vou fazer com que esse tempo seja diminuído ao mínimo possível

Dois ou três anos caralho, minha nega deve tá sofrendo pra caralho po. To nem aí pra mim, quero só saber dela.

O Dono do Morro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora