Capitulo 2

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— Kion, oi. — Ariela deu um riso de nervoso.

— Ele sentiu muito a sua falta, também. — Sussurrou Luna em seu ouvido.

Seus irmãos e seu pai a olhavam, o que eles esperavam que ela fizesse? Agarrasse Kion e o beijasse? Dissesse que havia sentido saudades e o amava? Ela certamente não faria nada daquilo.

— Vejo que tem novas companhias. — Ele disse quebrando o silencio constrangedor.

— Ah, sim. Elas me ajudaram muito.

— Nikolás a ajudou mais do que nós. — Disse Laís encarando-o.

— Fica quieta. — Disse Leo entre dentes, cutucando a prima.

— Tá bom, então.

— Está tarde. — Disse Conan. — Acho melhor eu e Luna irmos dormir.

— Mas eu não quero.

— Quer, sim. Vamos.

— Está tarde mesmo. Minha tenda ainda está montada? — Perguntou Ariela.

— Está sim, mas...

— Ótimo, Boa noite. — Disse ela abraçando os irmãos mais uma vez. — Kion, foi ótimo te ver. Meninas, vamos. — Ariela saiu puxando as três pelo braço.

Ariela as guiou até uma das maiores tendas do acampamento. Tudo estava exatamente como da última vez. Uma cama grande o suficiente para asas, o estandarte azul com o brasão dos flyers em dourado, a pequena cômoda e dois sacos de dormir enrolados em um canto.

— Bem-vindas. — Disse ela. — Fiquem a vontade.

— Não diga isso. — Alertou Leo.

— Por que?

Leo apontou para Laís que abria as gavetas das cômoda.

— Sou bastante curiosa. E você gosta de guardar segredos, o que tem nessa gaveta? — Perguntou Laís, tentando abrir a gaveta que estava trancada.

— Nada demais.

Ariela se agachou, levantou o tapete e tirou uma chave. Ela abriu a gaveta revelando várias adagas.

— Nada demais? Como você chama isso de nada demais.

— Essas são só as minhas favoritas, eu tenho muito mais no palácio.

— Eu posso tocar?

— Se você me perguntasse isso a dois anos atrás, eu diria que não e iria te mandar embora, mas agora... Claro que pode.

Laís riu, e pegou uma adaga com o cabo de quartzo verde, haviam várias esmeraldas e ametistas cravadas na bainha de ouro, e desenhos dourados cobriam a lamina.

— Elas são lindas. — Disse Laís admirando a adaga em suas mãos.

— Pode ficar com essa se quiser.

— Está falando sério?

— Claro.

Laís girou a adaga no ar, ela sorria como uma criança que acabara de ganhar um doce.

— Ari, quem era aquele cara? — Perguntou Dália.

— O Kion?

— É, você ficou toda desconcertada quando falou com ele.

— É... Bom... Digamos que ele era meu noivo.

— Era?

— Era. Ele só não sabe disso ainda. — Ela murmurou.

— Por que você tem uma cama de casal? Regalias de princesa ou...?

— Ah, não é de casal, mas asas são bem espaçosas.

— Ah, desculpa.

— Está tudo bem. Mas eu falei sério sobre estar tarde, eu estou morrendo de sono.

Dália e Leo pegaram os sacos de dormir, e Laís e Ariela compartilhariam a cama, um pouco a contragosto de Laís, que ficou com medo de que Ariela começasse a levitar de novo enquanto dormia. Mas mesmo com o sono, Ariela não conseguiria dormir. Estava tudo diferente, talvez não porque o acampamento estivesse diferente, mas ela tivesse mudado.

Houve uma época, em que seu plano de vida era ser a melhor general, se casar com Kion, e era tudo com o que ela se preocupava, mas agora, haviam tantas outras coisas, e as únicas pessoas que conseguiam a fazer rir nos momentos mais desesperadores não estavam ali.  

Reino de Asas e Redenção - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora