— Kion, oi. — Ariela deu um riso de nervoso.
— Ele sentiu muito a sua falta, também. — Sussurrou Luna em seu ouvido.
Seus irmãos e seu pai a olhavam, o que eles esperavam que ela fizesse? Agarrasse Kion e o beijasse? Dissesse que havia sentido saudades e o amava? Ela certamente não faria nada daquilo.
— Vejo que tem novas companhias. — Ele disse quebrando o silencio constrangedor.
— Ah, sim. Elas me ajudaram muito.
— Nikolás a ajudou mais do que nós. — Disse Laís encarando-o.
— Fica quieta. — Disse Leo entre dentes, cutucando a prima.
— Tá bom, então.
— Está tarde. — Disse Conan. — Acho melhor eu e Luna irmos dormir.
— Mas eu não quero.
— Quer, sim. Vamos.
— Está tarde mesmo. Minha tenda ainda está montada? — Perguntou Ariela.
— Está sim, mas...
— Ótimo, Boa noite. — Disse ela abraçando os irmãos mais uma vez. — Kion, foi ótimo te ver. Meninas, vamos. — Ariela saiu puxando as três pelo braço.
Ariela as guiou até uma das maiores tendas do acampamento. Tudo estava exatamente como da última vez. Uma cama grande o suficiente para asas, o estandarte azul com o brasão dos flyers em dourado, a pequena cômoda e dois sacos de dormir enrolados em um canto.
— Bem-vindas. — Disse ela. — Fiquem a vontade.
— Não diga isso. — Alertou Leo.
— Por que?
Leo apontou para Laís que abria as gavetas das cômoda.
— Sou bastante curiosa. E você gosta de guardar segredos, o que tem nessa gaveta? — Perguntou Laís, tentando abrir a gaveta que estava trancada.
— Nada demais.
Ariela se agachou, levantou o tapete e tirou uma chave. Ela abriu a gaveta revelando várias adagas.
— Nada demais? Como você chama isso de nada demais.
— Essas são só as minhas favoritas, eu tenho muito mais no palácio.
— Eu posso tocar?
— Se você me perguntasse isso a dois anos atrás, eu diria que não e iria te mandar embora, mas agora... Claro que pode.
Laís riu, e pegou uma adaga com o cabo de quartzo verde, haviam várias esmeraldas e ametistas cravadas na bainha de ouro, e desenhos dourados cobriam a lamina.
— Elas são lindas. — Disse Laís admirando a adaga em suas mãos.
— Pode ficar com essa se quiser.
— Está falando sério?
— Claro.
Laís girou a adaga no ar, ela sorria como uma criança que acabara de ganhar um doce.
— Ari, quem era aquele cara? — Perguntou Dália.
— O Kion?
— É, você ficou toda desconcertada quando falou com ele.
— É... Bom... Digamos que ele era meu noivo.
— Era?
— Era. Ele só não sabe disso ainda. — Ela murmurou.
— Por que você tem uma cama de casal? Regalias de princesa ou...?
— Ah, não é de casal, mas asas são bem espaçosas.
— Ah, desculpa.
— Está tudo bem. Mas eu falei sério sobre estar tarde, eu estou morrendo de sono.
Dália e Leo pegaram os sacos de dormir, e Laís e Ariela compartilhariam a cama, um pouco a contragosto de Laís, que ficou com medo de que Ariela começasse a levitar de novo enquanto dormia. Mas mesmo com o sono, Ariela não conseguiria dormir. Estava tudo diferente, talvez não porque o acampamento estivesse diferente, mas ela tivesse mudado.
Houve uma época, em que seu plano de vida era ser a melhor general, se casar com Kion, e era tudo com o que ela se preocupava, mas agora, haviam tantas outras coisas, e as únicas pessoas que conseguiam a fazer rir nos momentos mais desesperadores não estavam ali.
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Reino de Asas e Redenção - Livro 2
Viễn tưởngA coisa mais importante para os flyers não é o poder, mas sim suas asas, a capacidade de ser levado por e através do vento. As asas é o que os leva de volta ao lar. Um flyer sem suas asas é um flyer morto. Mas ela está viva, e lutará por seu povo. ...