Ele se lembrava perfeitamente de quando havia se apaixonado por Ariela, quando seu coração bateu tão rápido até quase parar, quando a única coisa que ele conseguia ver no escuro era ela, quando sus desconfiança se desfez e só o que ele conseguia sentir era a sensação de que ela era a pessoa certa. Aquela sensação não o abandonara desde então. Eles estavam sentados à beira da montanha, olhando para o pôr do sol, a cabeça de Ariela estava apoiada em seu ombro e era como se tudo estivesse bem, porque era assim que ele se sentia ao lado dela. Como se estivesse em casa, mesmo que nunca tivesse se sentido em casa em nenhum lugar, mas tudo parecia estar simplesmente... Certo.
Ela havia contado histórias a ele de quando era mais nova, inclusive o fato de que ela estivera noiva. E por algum motivo, ela achara que aquilo o incomodaria, como se fosse possível se incomodar em ser com quem ela escolheu ficar, mesmo tendo um noivo que ela conhecia a muito mais tempo. A única coisa que o estava deixando desconfortável, era o fato de H., ou melhor, Holand, não ir muito com a cara dele. Por mais que Ariela tivesse dito para que Nikolás não ligasse para ele, não dava para fazer isso com o homem o encarando o tempo todo.
Além disso, havia mais uma coisa. Ele não sabia se havia sido apenas um sonho, mas achava que não, porque ele havia conseguido escutar seus pensamentos, e ela achava que ele estava morto, o que havia se provado verdade.
— Você conseguia me escutar?
— O que?
Ele contou o sonho que tivera e o que estava pensando. Isso fez com que ela arregalasse os olhos.
— Eu pensei que isso fosse uma coisa da minha cabeça. Eu estava um pouco fora de mim na noite passada.
— Como? Eu estava dormindo, e então sua luz apareceu no meu sonho e você estava lá. Tem alguma coisa a ver com seus poderes?
— Eu não sei. Não sei nada sobre eles, como funcionam, como controla-los... Eu achava que minha família inteira tinha o poder de gelo, mas não é bem assim.
— Por que não pergunta ao seu pai sobre isso?
— Eu ia, mas não tive muita oportunidade ainda.
Aquilo tudo era muito interessante.
— Bom, eu tenho que ir me arrumar, hoje é um dia especial.
— Por que?
— Vocês chegaram bem no aniversário do Conan.
— Por que não me contou? Eu teria dado os parabéns.
— Porque ele odeia aniversário, e não seria um bom começo para vocês. Mas meu pai insiste em sempre fazer uma comemoração. Costuma ser no palácio, mas como por algum motivo eles estão no acampamento esse ano, vai ser aqui.
— Por que ele não gosta do aniversário?
— Eu não sei, ele só não gosta. Mas eu e Luna gostamos, o aniversário dela e daqui três dias e o meu daqui a uma semana, pode nos dar os parabéns.
— Está bem. Infelizmente não vou poder te dar um presente.
— Você estar aqui já é o melhor presente que eu poderia ganhar.
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Reino de Asas e Redenção - Livro 2
FantasyA coisa mais importante para os flyers não é o poder, mas sim suas asas, a capacidade de ser levado por e através do vento. As asas é o que os leva de volta ao lar. Um flyer sem suas asas é um flyer morto. Mas ela está viva, e lutará por seu povo. ...