Capitulo 32

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— Silencio, por favor! Sua majestade tem um pronunciamento a fazer. — disse um lacaio chamando a atenção de todos.

— Boa noite a todos. Agradeço por terem comparecido a este baile. Como todos sabemos, a cerca de um ano atrás em um evento infeliz, os duques de nosso reino foram mortos, por alguém cuja atualmente a identidade é desconhecida. Quatro deles tinham herdeiros, que hoje ocupam seus cargos, porém um deles, o duque de Priston, não tinha nenhum herdeiro. Então tomei a liberdade de passar suas terras e fortuna para o nome de outra pessoa.

Nikolás abriu caminho na multidão de pessoas que haviam se juntado para ouvi-lo e caminhou até Laís.

— É com grande honra que nomeio a senhorita Laís Carlain, como duquesa.

Os convidados começaram a aplaudir. Muitos deles não estavam contentes com a notícia, outros não estavam nem ai, mas todos queriam cair nas graças do rei, então aplaudiram.

— Isso não estava nos planos. Por acaso é algum tipo de pegadinha? Porque se for eu vou ficar com raiva de você pelo resto da vida.

— Eu nem sonharia em fazer isso.

— Nesse caso, obrigada. É o melhor presente que já recebi na vida.

— Vou passar todas as informações para você amanhã.

— Tudo bem.

Depois de alguns minutos a festa voltou ao normal, todos voltaram a dançar, beber e tentar dar em cima de Nikolás.

— Foi um belo presente. — disse Ariela a Nikolás.

— Eu daria um como esse para você, mas ainda tenho a esperança de que você se torne minha rainha um dia.

— Majestade — cumprimentou um homem antes que Ariela pudesse responder qualquer coisa. — Será que poderíamos conversar em particular? Prometo ser breve.

— Claro, eu já volto.

— Claro, eu vou esperar aqui.

—◇—

Parte de seu treinamento como espiã havia envolvido prender a se soltar de amarrações, de forma que havia sido fácil se soltar das cordas que a prendiam a cama. A porta estava trancada, não haviam janelas e Kion havia revirado seus bolsos e confiscado suas chaves mestras. Não havia nenhuma saída. Ravena desejou por um segundo ter o poder de teletransporte como sua irmã.

Ela analisou o quarto por um segundo e teve uma ideia. Ravena começou a chutar uma das paredes o mais forte que podia, a madeira estava tão podre que ela conseguira abrir um buraco. Ela continuou chutando até que a abertura fosse grande o suficiente para que ela pudesse passar e saiu dali.

Para sua sorte, já havia anoitecido, assim ela poderia se esconder nas sombras e passar desapercebida.

Ravena vagou por um tempo sem nenhuma direção. O plano era encontrar alguma arma e sair voando para bem longe. Ela continuou andando até estar próxima de muitos flyers reunidos em volta de uma fogueira.

— General Kion! — gritou uma mulher se aproximando da fogueira.

— Pois não?

— A nebulosa escapou. Ela conseguiu abrir um buraco na parede.

— Droga. Procurem por toda parte! Ela não pode sair dessa montanha.

Ravena precisava ser rápida. Quando as pessoas em volta da fogueira se dispersaram, ela sem aproximou de um único soldado solitário e o sufocou com as sombras, apenas para que ele desmaiasse e ela pudesse roubar sua espada. Ela fez o mesmo com mais três homens e conseguiu um arco e algumas flechas, uma adaga e uma pequena faca.

Ravena estava correndo em direção à beira da montanha quando a luz de uma tocha fez com que suas sombras desaparecessem.

— Aonde pensa que vai? — disse Kion. — Confesso que esperava mais de você. Deixar uma trilha de corpos caídos por ai não é muito inteligente.

Ravena começou a andar para trás e se jogou.

— Boa tentativa, mas não vai se livrar de mim. — disse Kion, que havia segurado seu braço antes que ela caísse.

— Eu te odeio.

— Você não é a primeira. — disse ele puxando-a para cima.

— Eu não duvido disso.

— Coloque as armas no chão.

Ravena atirou uma a uma, menos a faca que havia escondido no fundo falso de sua bota. Não era um lugar prático para tirar a arma durante uma luta, mas era útil em situações como aquela.

— É tudo o que eu roubei, eu juro. Pode me revistar se quiser.

— Eu vou te dar o benefício da dúvida desta vez. De qualquer forma, vou garantir que fiquem de olho em você 24 horas por dia.

— E como pensa em me prender dessa vez? Ah, já sei. Um caixão de ferro, ou prender minhas asas com um prego na parede e me deixar pendurada.

— Não seria má ideia. Mas como tenho que manter você aqui até que o conselho tome uma decisão, você vai ter que se contentar como algemas de ferro presas ao chão. 

Reino de Asas e Redenção - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora