— Por que quis vir? — Nikolás perguntou para Ariela.
— Como?
— Eu sei que Laís gosta de ação, mas estamos literalmente pondo a vida em risco ao ficar em cima de um telhado de mais de duzentos anos, esperando um homem morrer enquanto dorme. Se não formos descobertos, podemos cair daqui e morrer, ou morrer de tédio esperando.
— Com tanto que não haja pedras lá embaixo eu estou tranquila, E eu quero muito acreditar que ninguém vai nos ver aqui, mas eu não podia deixar você sozinho, se formos morrer, morreremos juntos.
— Então não vamos morrer. Vamos viver por muito tempo, e então poderemos ver as estrelas todos os anos e dançar sob elas. Vamos ler livros juntos e discordar em tudo, porque você nunca gosta dos casais.
— Me parece um bom plano.
— Acabei de me lembrar de uma coisa, venha comigo.
Ariela o seguiu pelo telhado, até uma parte onde havia um buraco, bem em cima do quarto do rei.
— Eu disse que esse telhado é velho. Eu usava pra espia-lo quando eu era criança.
— Você era uma criança muito estranha.
Os dois se calaram quando a porta se abriu. O buraco ficava em um canto do quarto, eles podiam ver tudo, mas o rei não os via. Oliver andou até uma cômoda, abriu a primeira gaveta e tirou uma carta de lá de dentro.
— Finalmente, depois de tantos anos nós nos reencontraremos. — disse o rei para a carta.
Alguém bateu na porta, o rei a abriu e então um empregado entrou, trazendo uma bandeja com sua refeição e uma taça de vinho pronto para mata-lo.
— Não estou com fome hoje, deixe só o vinho.
O empregado fez o que o rei pediu e foi embora. Oliver pegou a taça, e deu um gole. Ótimo, apenas um gole já era o suficiente para não acordar no dia seguinte. Mas então ele cuspiu o que havia tomado e despejou o vinho no chão, dando uma risada sinistra.
— Já pode sair do esconderijo, filho. E traga sua namoradinha junto.
Nikolás e Ariela se entreolharam, pensando no que podiam ter feito para serem descobertos. Os dois escutaram passos e olharam para o lado, haviam dois guardas em cima do telhado vindo em sua direção. Eles se levantaram e começaram a andar para trás. Os guardas continuaram a andar em sua direção e Ariela deu um passo para trás, mas não havia mais onde pisar e ele caiu.
Nikolás pulou do telhado para varanda para ajudá-la, Ariela havia conseguido se agarrar ao beiral da varanda. Ele lhe ofereceu a mão e a puxou para a varanda. Agora não havia mais escapatória. Eles haviam sido pegos.
— Muito legal a ideia de vocês de me envenenarem, é uma pena que não deu certo.
— Como nos descobriu?
— Creio que já conheceram os nebulosos. Podem leva-los. — disse ele para os guardas dentro do quarto.
Os dois foram levados para uma cela nos calabouços, onde todos os outros já estavam.
— Deu tudo errado. — disse Laís — De alguma forma, eles descobriram que estávamos aqui e invadiram a cozinha.
— Foram os nebulosos, aquelas gêmeas deviam estar nos espiando. — respondeu Ariela.
— Espera ai, onde está a Leo? — perguntou Nikolás.
— Não devem ter encontrado ela.
— Então torçamos para que não a encontrem.
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Reino de Asas e Redenção - Livro 2
FantasyA coisa mais importante para os flyers não é o poder, mas sim suas asas, a capacidade de ser levado por e através do vento. As asas é o que os leva de volta ao lar. Um flyer sem suas asas é um flyer morto. Mas ela está viva, e lutará por seu povo. ...