Capitulo 15

10 3 4
                                    

Quando parou em frente da tenda de seu pai naquela manhã, haviam muitas pessoas discutindo. Kion, um dos generais do acampamento, Melina, e mais algumas pessoas que Ariela não conseguira identificar pela voz.

— O alimento está escasso por culpa dos caçadores de Meliria. Por isso eles estão vindo atrás de nós.

— Conversarei com Nirya sobre isso.

— Espero que isso resolva, não podemos continuar a lutar contra os tigres a todo o tempo e arriscar nossas vidas.

— O que você sabe sobre luta, Melina. Você e aqueles seus amiguinhos da Elíptia só sabem gritar ordens e fazer escudos com sua magia. Nenhum Ativo sabe lutar de verdade!

— Cale a boca, Hugo! Não se esqueça que o próprio Ludovic Silya era um Ativo, e é graças a ele que todos estamos aqui!

— Chega vocês dois! A reunião acabou.

Ariela entrou na tenda enquanto o resto dos flyers saíam.

— Oi, nós podemos conversar? — Perguntou ela a seu pai.

— É claro, o que foi?

— Como os poderes funcionam?

— Bom, primeiro você tem que entender, que o poder é uma essência que nasce em todos nós e é moldada conforme a pessoa. Existem dois tipos de pessoa as Ativas, como eu, que tiveram seus poderes mais desenvolvidos e os Inativos, que tiveram seus poderes menos desenvolvidos.

— E o que eu sou?

— Nós nunca soubemos direito. Você nunca conseguiu controlar os seus poderes muito bem, então achou que fosse Inativa, mas você também é a única flyer no mundo que tem dois poderes e sua luz é um grande mistério para nós.

— Como assim?

— Veja bem, poderes não são necessariamente hereditários, mas podem ser. Por exemplo, meu poder é o controle da mente, o de sua mãe era o gelo, o de Luna é o mesmo que o meu, mas o de Conan é totalmente diferente, o dele é a metamorfose. Também existem várias pessoas com os mesmos poderes, mesmo não tendo nenhum parentesco. Mas você tem o gelo de sua mãe e a sua luz, e ninguém mais no mundo tem o poder de luz. Você é a única que o possui e é a única que pode descobrir como ele funciona.

— E como eu faço isso?

— Treinando. Venho querendo conversar sobre isso a algum tempo. Você treinará a luta com armas junto com Kion e os soldados da Tempestade, e seus poderes com os soldados da Elíptia. Todos os dia, a partir de hoje.

— Ótimo.

Mas não era tão ótimo assim. Ela não estava muito animada para ter que lutar com Kion todos os dias, e quanto a Elíptia...

O exército flyer era dividido em duas tropas, a Tempestade, o grupo de guerreiros que lutavam com armas e a Elíptia, o grupo que lutava com magia. Ela sempre simpatizara mais com a Tempestade, e a eles havia se aliado. Mas ela nunca havia conversado muito com os da Elíptia, e achava que nenhum deles gostava dela.

Ela voltou para sua tenda, que estava lotada. Ariela havia dividido a cama com Nikolás enquanto as outras quatro dormiram em sacos de dormir que estavam espalhados pelo chão. A noite anterior, havia sido cheia de conversa. Laís contara a ela o que sua irmã havia feito com a comida delas, e que Dália estava grávida, e então começou a falar como estava feliz porque ia ser tia, o que animou Dália em relação a outra parte da história.

— Quem está afim de treinar luta de espadas comigo?

— Eu! — Disse Laís.

— Eu também quero. — Disse Leo.

— Eu também. — Disse Nikolás e todas olharam pra ele.

— Por que essas caras surpresas?

— Você já pegou em uma espada alguma vez na vida? — Perguntou Laís.

— Sim. Pode não parecer, mas eu treinava com os guardas do palácio e fui estrategista na guerra. Me dou melhor com o planejamento mas também sei lutar.

— Por essa ninguém esperava. — Disse Dália. 

Reino de Asas e Redenção - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora