𝟭𝟯 | 𝗗 𝗘 𝗩 𝗔 𝗦 𝗧 𝗔 𝗗 𝗔

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Gostaria de poder voar para os dias mais simples; Eu volto para o tempo em que reside minha inocência.
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"Nós a perdemos" Harry ofegou, quando ele, Ron e Hermione voltaram correndo para a entrada da vila. "Parece que eles voltaram para a escola."

Fred franziu a testa. "Bem, se você me perguntar, podemos sair daqui também."

"Cadê a Angelina e a Alicia?" Hermione perguntou, olhando de Fred para George.

"Foram embora" Fred riu. "Elas meio que perceberam que estávamos seguindo nossa amiguinha cobra. Angelina ficou um pouco chateada."

"E por que você está rindo?" Hermione quis saber, erguendo uma sobrancelha.

"Porque ele é o Fred" Ginny bufou, mas é claro que Hermione não iria deixar só por isso. Durante todo o caminho até Hogwarts, ela bombardeou Fred com perguntas suspeitas que ele se esforçou para ignorar até que chegaram ao portão e passaram pelo lago negro.

"Você finalmente calaria a boca, Granger?" Ele gemeu e revirou os olhos. Lá ele a viu. Seu cabelo vermelho fogo brilhava contra a neve esplêndida e a superfície escura e furtiva da água como uma chama ardente. "Ei, aí está ela", disse ele. "Você acha que deveríamos -"

George já havia lhe dado um empurrão na direção de Lynnea. Lentamente, ele se aproximou dela, e quanto mais perto ele chegava, ele podia ouvir suas fungadas abafadas. Talvez a neve tenha silenciado seus passos, talvez ela apenas tenha o ignorado, mas não se virou. Ele parou bem atrás dela, vendo-a tremer.

"Lynnie?" Ele sussurrou com cuidado. Ela imediatamente se encolheu e girou. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, seu nariz estava dolorido. Rastros de lágrimas eram visíveis em seu rosto pálido, enquanto outra escapava do canto de seus olhos. Ela olhou para Fred com seus grandes olhos, seus lábios tremendo, e um segundo depois ela começou a chorar; cascatas escorreram por suas bochechas e Fred estendeu os braços, puxando-a para um abraço apertado.

"Shh, amor, está tudo bem", ele murmurou em seus cabelos, enquanto acariciava suavemente a nuca dela.

•••

Aiden ficou na frente dela, ele não olhou para Lynnea, mas olhou para janela, para as profundezas do lago negro. Finalmente ele começou a falar.

"Ok, eu já te disse, que quando meus pais me buscaram na sua casa no Natal passado, eles me disseram que você não é quem você finge ser. Mas não foi tudo que eles me disseram", disse ele e coçou o parte de trás de sua cabeça nervosamente. "Minha - minha mãe me disse, que você também não sabe quem você é. Eles nunca lhe contaram. Mas meu pai percebeu quem você realmente é, embora nunca tenha me contado. Mamãe disse... Ela disse que você - você terá grandes problemas mais cedo ou mais tarde e é por isso que eu deveria parar de escrever para você. Claro que não, eu consegui escrever menos para você, pelo ou menos o que eu pude. Mas então eles disseram que eu estaria em grande perigo. E você também.
Mamãe disse que eles me usariam para chegar até você e que eu tornaria as coisas ainda mais perigosas. Então parei de escrever para você. Se eu soubesse naquela época, eu teria... juro que não sabia, Lynn. Você tem que acreditar em mim!"

"Você teria?" Ela perguntou, mas estava com muito medo da resposta.

"Lynn, você não é filha dos Baileys", ele finalmente disse, agora olhando Lynnea diretamente nos olhos. "Eles te adotaram depois que seus pais verdadeiros morreram."

Ela sentiu o chão tremer. Seu queixo caiu. Isso foi uma loucura! O que ele estava falando? Lynnea olhou para ele em pura descrença, procurando por um sinal de que ele estava mentindo, que estava brincando ou tentando enlouquecê-la. Mas ela não conseguiu encontrar nenhum.

"Como eu já disse, meu pai percebeu quem você realmente é. O momento - o momento em que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado voltou, meu pai dedurou você para ele. Ele me disse que foi a melhor coisa que ele já fez; que Você-Sabe-Quem gostou de saber que você estava na família dos Baileys, ele já estava atrás da sua mãe."

"Espere um segundo, por favor" Lynnea disse baixinho, com a voz trêmula. "Então você está me dizendo que seu pai me dedurou para Voldemort dizendo aonde eu estava?" Ele estremeceu ao som de seu nome, mas acenou com a cabeça, olhando para seus pés. "E por causa do seu pai, meus pais - que nunca foram realmente meus pais - tiveram que morrer?" Novamente ele acenou com a cabeça. "E nunca passou pela sua cabeça que isso era algo que você deveria ter me contado? Uma palavra simples como 'correr' ou 'esconder' teria servido!" Sua voz se elevou. Ela estava furiosa, agora a primeira onda de choque rolou sobre ela.

"Lynn, eu - eu não consegui, por favor, entenda!" Ele implorou e olhou para Lynnea como um cachorrinho perdido. Mas ela pegou toda a força que podia pegar e bateu com a mão no rosto dele.

"Não acredito!" Lynnea gritou a plenos pulmões. "Seu covarde imundo!" Ela girou os calcanhares e saiu furiosa da sala comunal, correndo pelas masmorras enquanto as lágrimas já queimavam em seus olhos. Ela cruzou o corredor de entrada e correu para o terreno, descendo para o lago, com seus pensamentos girando. Quando ela finalmente parou, o coração de Lynnea disparou e ela começou a soluçar no chão nevado.

Foi onde seus amigos a encontraram. Ela quase conseguiu se acalmar, apenas algumas pequenas chiadas escapavam de sua garganta de vez em quando.
Mas quando ela olhou para Fred e seus amigos, essa calma desmoronou e quando Fred a puxou contra seu peito quente, ela não conseguiu mais se conter. Encharcando seu casaco com suas lágrimas quentes, seus dedos acariciaram sua cabeça, enquanto ele dizia a ela que estava tudo bem. Mas nada estava bem. Ela duvidava que alguma coisa pudesse ficar bem novamente.

"Lynnie, o que aconteceu?" George disse, aproximando-se. Ele enxugou as lágrimas do rosto dela, enquanto ela erguia os olhos. Fred ainda a segurava com força. "Devo quebrar o nariz dele? Você sabe que eu iria imediatamente -"

"Não", ela respondeu com uma risada trêmula, mas ainda assim as lágrimas escorriam pelo seu rosto.

"Então o que aconteceu?" Fred repetiu a pergunta do irmão, enquanto ele olhava para ela, e ela ergueu os olhos, os olhos fixos nos dele. Ela piscou várias vezes, em busca de palavras, mas se perdeu naquele brilho caloroso. Ela abriu a boca, fechou-a novamente.

E de repente algo passou por sua mente; o dia no Largo Grimmauld, um dia depois da chegada de Harry, quando ela ouviu Remus e Sirius... Eles sabiam de alguma coisa.

"Eu preciso falar com Remus e Sirius", ela sussurrou, agora olhando através de Fred.

"Isso pode ser um pouco difícil", disse Ron. "O Ministério está de olho em todas as formas de comunicação."

"Isso é um problema, sim", disse Fred. "Mas nenhum obstáculo formidável. Certo Georgie?"

"Certo, Fred", seu gêmeo respondeu alegremente. "Eu conheço uma chaminé que com certeza não está sendo observada."

"Apenas diga-nos de quanto tempo você vai precisar" Fred sorriu, ainda com os braços em volta dela, e mesmo que ela odiasse admitir, ela desejou que eles pudessem permanecer assim por mais tempo.

 𝐋𝐎𝐒𝐓&𝐅𝐎𝐔𝐍𝐃 - 𝘍𝘳𝘦𝘥 𝘞𝘦𝘢𝘴𝘭𝘦𝘺.Onde histórias criam vida. Descubra agora