𝟯𝟳 | 𝗩 𝗘 𝗥 𝗔̃ 𝗢

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De todas as coisas que perdi,
o que eu mais sinto falta é da minha mente.
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Harry não veio com falsas promessas, definitivamente era o verão da vida de Lynnea, mas não no bom sentido. Os Dursleys acabaram sendo pessoas muito estranhas e irritantes; tia Petúnia estava olhando para a garota de cabelo ruivo em estado de choque na primeira vez que Lynnea cruzou o portão de King's Cross. Ela desejou que seu tio não ficasse sem palavras também, mas ele era um homem barulhento e furioso, nunca se cansava de latir e gritar. E então havia Duda, um Duda assustado, que olhava para ela como se ela fosse comê-lo vivo sempre que entrasse na mesma sala. Sim, de fato, Harry não veio com falsas promessas.

Deitada no colchão do porão, com o pequeno travesseiro encharcado de lágrimas, Lynnea estava bem acordada. Pesadelos continuavam a assombrando. Se não era Sirius caindo graciosamente por aquele véu, era Fred não se cansando de deixá-la no meio da estação lotada. Sete dias se passaram e os pesadelos iam e vinham, mas não sem deixar Lynnea em um estado constante de dor ou entorpecimento.

E as noites eram longas, mais longas do que os dias. Ela passeava pelas ruas, assim como seu irmão, mas nunca juntos; ambos lutando contra seus próprios demônios. Mas havia noites em que ela não conseguia ficar sozinha, ela tentou, mas a noite número oito a manteve acordada suando e ofegando, ela lentamente se levantou sobre seus pés trêmulos.

Havia apenas uma pessoa em toda a casa que era capaz de entender o que quer que fosse que a mente de Lynnea estava pensando. Na ponta dos pés, ela subiu as escadas para o primeiro andar. A luz da lua estava brilhando através da janela de Harry, iluminando seu rosto pacífico, enquanto ele roncava suavemente. Lynnea sentou-se na cama, o colchão estava arqueando, mas Harry ainda respirava calmo e profundamente, então ela se deitou cuidadosamente ao lado dele, tentando não perturbar seu sono. Mas no momento em que sua cabeça encontrou o travesseiro, o cobertor foi puxado sobre o corpo de Lynnea e a mão de Harry pousou em seu ombro, e assim os dois sem palavras voltaram a dormir.

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"Você não deveria ter feito isso" George disse pela centésima vez desde que Fred lhe disse uma hora atrás que ele havia terminado com Lynnea. "Não que minha opinião importe, mas você não deveria ter feito isso."

"Eu precisei" Fred respondeu rigidamente. "É muito perigoso para ela. Ela vai entender algum dia. E talvez quando tudo isso acabar -"

"Ela terá encontrado outro idiota, talvez alguém que não a deixe em suas horas mais sombrias", disse George. "Realmente Fred, ela é a irmã do Escolhido. Tudo é perigoso para ela. Eu poderia ter entendido que ela terminou com você para sua segurança, mas o contrário é totalmente inútil."

Fred revirou os olhos para seu gêmeo. "Não seja tão dramático."

"Eu sou dramático? Apenas estou querendo dizer que Lynn é uma garota incrível, se você se lembra. E ela não pode sentar e esperar que tudo isso acabe."

"Vamos abrir a loja, talvez você possa finalmente calar a boca" Fred rosnou. Provavelmente George estava certo. Ele já imaginava que Lynnea não esperaria por ele para sempre. Mas ele não podia voltar para ela; não enquanto os Comensais da Morte ainda pudessem usá-lo para pegá-la. Tudo estava bem, contanto que ela estivesse segura.

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O sol fez cócegas em seu nariz pela manhã e quando acordou, por um segundo ela entrou em pânico. Dois braços estavam firmemente ao redor dela, envolvendo seus braços, então ela era incapaz de se mover. Ela estremeceu, mas percebeu que era Harry.

"Sinto muito", ele murmurou, afrouxando o aperto. "Você - bem, teve uma noite difícil. Lutou como um leão, eu tive que - uhm."

Seu rosto ficou rosado e ela imediatamente se sentou, sem olhar para o irmão neste momento embaraçoso.

"Me desculpe, não foi minha intenção te deixar acordado", ela murmurou, passando os dedos pelos cabelos.

"Está tudo bem", disse Harry. "Eu tenho os mesmos sonhos." Lynnea olhou para seu gêmeo com um olhar de questionamento. "Você falou."

"Oh, isso é simplesmente perfeito", ela suspirou. "Veja, realmente, sinto muito, eu - eu realmente não - de agora em diante vou ficar lá embaixo."

"Lynn, pare com isso, você pode vir aqui quando quiser, quando precisar", disse Harry. "Estamos juntos nessa."

Foi o que ele disse, mas Lynnea teve a sensação de que Harry estava escondendo algo dela. Ele contou a ela sobre a profecia, que ele seria o único que teria que matar Voldemort, ou ser morto por ele, mas ela tinha a sensação de que havia mais...

"Dumbledore virá hoje à noite", disse Harry, tirando Lynnea de seus pensamentos. "Ele vai te levar para A Toca, eu vou na sexta-feira."

"Eu não quero ir para os Weasleys", ela murmurou, olhando para seus pés.

Houve uma curta pausa antes de Harry dizer: "Fred e George se mudaram. Ron me disse que eles agora moram em um apartamento em cima da loja."

"Ah."

A tarde ainda era igual, Harry e Lynnea deixaram a casa imediatamente, e imediatamente seus caminhos se separaram. Lynnea desceu para a esquerda, enquanto Harry caminhava em linha reta.

Ela se sentia vulnerável. Ela não tinha varinha, pois Bellatrix pegou a sua e ela jogou fora a dos Comensais da Morte que desarmou. Mas quando ela pensou sobre isso, ela não se importou. Poderia haver alguém pulando do meio dos arbustos, apagando as luzes, e ela não se importaria. Havia muitas coisas passando por sua cabeça; a guerra havia começado, e o medo constante de Harry a deixava louca.

"Veja quem nós temos aqui!"

Pelo som da voz monótona Lynnea revirou os olhos, virando-se.

 𝐋𝐎𝐒𝐓&𝐅𝐎𝐔𝐍𝐃 - 𝘍𝘳𝘦𝘥 𝘞𝘦𝘢𝘴𝘭𝘦𝘺.Onde histórias criam vida. Descubra agora