𝟱𝟰 | 𝗗 𝗢 𝗥

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A casa estava acordada
com sombras e monstros,
os corredores ecoavam e grunhiam.
•••

Janeiro passou rapidamente e fevereiro logo chegou. Foi incrível como Zabini deixou Lynnea em paz desde que Draco o ameaçou. Mesmo assim, ela ainda ficava um pouco nervosa quando caminhava sozinha pelo castelo, mas a cada dia se sentia mais tranquila. Lynnea andava se sentindo muito mal ultimamente. Era uma dor de cabeça latejante contra as têmporas e uma dor ainda pior escorrendo pelo pescoço. Às vezes ela tinha uma compreensão silenciosa de como Harry se sentia sempre que sua cicatriz doía, mas ao contrário da dor de seu irmão, a dela era uma agonia permanente que não ia embora, só depois de longos minutos.

"Parece que um Erumpente te atropelou", um charmoso Rony a cumprimentou na biblioteca, onde se encontravam Lynnea com ele e Harry.

"Legal, Ronald", ela respondeu secamente. "Eu também não me sinto bem. Mas não importa. Talvez tenha algo a ver com aqueles pombinhos nojentos por aí se preparando para o dia dos namorados."

"Qual é o problema? Você tem namorado!" Ron bufou. "Não é bonito, mas você tem."

"Saindo da boca do garoto que está namorando Lilá-Lilá." Lynnea revirou os olhos. "A propósito, quando você vai voltar a falar com Hermione?"

Ron corou da cabeça aos pés, com um olhar idiota no rosto, murmurando palavras que ninguém seria capaz de entender.

"Entendo" Lynnea riu.

Falando no diabo, ela viu Hermione caminhando pela ilha das estantes, os dois garotos tinham virado as costas para ela, enquanto ela carregava alguns livros pesados ​​de couro.

"Posso - er - te perguntar uma coisa?" Harry perguntou, e os olhos de Lynnea se voltaram para ele.

"Manda", disse ela, recostando-se na cadeira.

"Você - você está próxima do Malfoy."

"Você fala como se fosse uma coisa ruim" Lynnea retrucou, sua boca se contraindo.

"Mas é uma coisa ruim" Ron interrompeu, revirando os olhos.

"Acho que ele está tramando alguma coisa", disse Harry, antes que Lynnea pudesse dizer algo a Ron.

"E essa trama seria o que exatamente?" Lynnea perguntou, erguendo uma sobrancelha.

"Ele tem algo a ver com o acidente de Katie", respondeu seu irmão. "Eu acho que ele deu a ela aquele colar."

"Não seja estúpido" Lynnea bufou, pensando na terrível maldição que poderia ter matado a artilheira da Grifinória facilmente. "Draco pode ser um valentão, mas ele definitivamente não é um assassino."

"Eu o vi no Três Vassouras antes de acontecer."

"Eu vi muitas pessoas no Três Vassouras antes de acontecer. Uma delas era Ronald aqui. Talvez fosse ele?" Lynnea riu ao ver o rosto confuso de Ron. "Eu sei que vocês dois não gostam do Draco, mas ele não é um assassino", ela repetiu, antes de se levantar. "Vejo vocês depois, pessoal."

Harry abriu a boca para protestar, mas ela já tinha ido embora.

"Hermione!" Lynnea a encontrou sob as prateleiras de alguns livros velhos e grossos de poções. "Quanto tempo. Como você está?"

"Oh, estou bem, sim, bem", respondeu ela com uma voz aguda não natural. "E você?"

"Estou viva", a ruiva respondeu francamente e sentou-se com ela. "Você parece cansada. Ainda namorando McLaggen? Eu acho que você acertou Ron nas bolas com isso." Ela deu uma risadinha. "Garotos Weasley idiotas, hein?"

"Ouvi dizer que está tudo bem com o seu Weasley agora", ela disse com um pequeno sorriso.

"Eles são lerdos. Especialmente Ron."

Ela franziu o cenho. "Eu não me importo com o Uon-Uon", ela sibilou.

"Do mesmo jeito que eu não me importava com o Fred, certo?" Lynnea riu e Hermione corou. "Ele logo notará que Lilá é uma idiota. Isso não vai durar muito. Também eu vi a cara dele, quando Harry disse que você foi à festa do Slughorn com McLaggen. Foi hilário!" A grifinória sorriu afetadamente e voltou a enfiar o nariz nos livros.

Algumas horas depois, Lynnea voltou para a sala comunal. Estava perto do toque de recolher quando ela entrou nas masmorras e o castelo estava praticamente vazio. O corredor sempre a surpreendeu, mas agora ela tinha um mau pressentimento, como se as sombras tivessem ficado mais escuras e mais longas do que o normal, então ela apertou os passos. Sua cabeça doía e ela não queria mais nada além de deitar na cama e dormir. A sensação estranha não ia embora, seu coração começou a disparar e sua cabeça parecia que estava sendo derrubada por uma marreta. De repente, ela se sentiu terrivelmente tonta; ela parou e teve que se encostar na parede fria para não cair. Com uma mão pressionada contra as pedras, Lynnea tentou recuperar o fôlego. Mas então parecia que seu pescoço estava sendo rasgado por uma faca afiada em chamas. Ela tentou se segurar em algo, mas não havia nada além da parede nua. Ela sentiu seus joelhos batendo no chão, ouvindo um grito escapar de sua própria garganta, antes que seus olhos rolassem na parte de trás de sua cabeça e ela caísse na escuridão. A última coisa que ela ouviu foi uma risada aguda e fria, antes que a mesma voz dissesse: "Você é minha." E ela conhecia aquela voz muito bem...

 𝐋𝐎𝐒𝐓&𝐅𝐎𝐔𝐍𝐃 - 𝘍𝘳𝘦𝘥 𝘞𝘦𝘢𝘴𝘭𝘦𝘺.Onde histórias criam vida. Descubra agora