𝟰𝟳 | 𝗣 𝗥 𝗘 𝗦 𝗔

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Tentei matar a dor,
mas só queria mais.
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"Acho que Lynn se meteu em problemas." George entrou na loja, onde Fred já estava ocupado carregando algumas caixas para reabastecer as prateleiras. "Ela não responde minhas cartas há semanas."

"Talvez ela não tenha tido tempo de responder" Fred disse sem olhar para o irmão, começando a colocar as caixas no lugar. "O sexto ano é difícil. Muitos deveres de casa, lembra?"

"Eu também pensei nisso", disse George, encostando-se na prateleira. "Mas passou muito tempo, então perguntei a Ginny. Ela disse que Lynnea não é mais a mesma."

"Temo que não seja da minha conta" Fred murmurou friamente, mas suas entranhas se reviraram e estremeceram ao pensar no sofrimento de Lynnea.

"Você poderia, por favor, parar de agir como se não estivesse preocupado?" George disparou.

"O que você quer que eu faça?" Fred perguntou, voltando para a despensa, pegando mais algumas caixas com George em seus calcanhares. "Ela é uma garota forte, ela vai ficar bem."

George franziu as sobrancelhas. "Olha, eu prometi a Ginny não te contar, mas talvez isso finalmente ajude você a acordar."

"O que exatamente?"

"Ela tem outra pessoa" George respondeu com uma voz gélida, e o coração de Fred deu um salto, seu olhar finalmente pousou em George. Ele precisou de tudo para manter sua máscara desinteressada. "Ginny disse que ele é um idiota abusivo, sempre batendo em Lynnie." As caixas que Fred segurava caíram no chão. "Ela está coberta de hematomas e arranhões há um bom tempo, ele tem controle total sobre ela. Mas ela não admite isso. E agora ela parou de escrever."

Ele queria machucá-lo, matá-lo, ele queria encontrar aquele filho da puta e deixá-lo sangrar até a morte. Fred estava queimando de raiva só com o pensamento de alguém tocando sua pequena Lynnea, de alguém machucando aquela garota inocente. Mas então ele fez algo que fez o odiar a si mesmo acima de tudo: com um olhar arrasado, ele deu de ombros e se curvou para pegar as caixas.

"Diga, Fred, você enlouqueceu completamente?" A voz de George trovejou pela loja. "Eu juro pelo túmulo de Merlin, se você não parar de agir assim, eu vou te matar! É de Lynnea que estamos falando! E se alguma coisa acontecer com ela, tenha certeza de que será tudo culpa sua, seu chorão do caralho!"

Fred observou seu irmão sair furioso da loja, batendo a porta atrás de si. Nunca em sua vida ele se sentiu pior. Como ele pôde ter sido tão idiota ao ponto de pensar que Lynnea estaria mais segura sem ele? Como ele pôde ter sido tão arrogante ao ponto de pensar que ela ficaria bem sem ele? E lentamente percebeu que havia cometido o maior erro de sua vida.

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Tudo iria ficar bem, desde que Lynnea fizesse tudo o que Blaise mandasse. Nem sempre era o que ela queria, mas de alguma forma ela precisava. Houve alguns efeitos colaterais negativos, como quanto mais tempo se passava, mais a distância de seus amigos aumentava; Blaise não tolerou Harry ou Ron, ele nem mesmo tolerou Draco, que era um de seus chamados "amigos". Ela não conseguia responder nenhuma carta, nem de Remus, nem de George, com muito medo do que ele faria com ela se descobrisse que ela estava quebrando suas regras. Nas aulas ela tomava cuidado para não se sentar ao lado de um cara, mas depois de um tempo Blaise começou a reclamar sobre ela se sentar ao lado de Hermione, então ela foi forçada a se sentar ao lado dele. Ela não era tão burra para reclamar. Blaise gostava de manter o relacionamento deles em segredo; a única que sabia de tudo isso era Ginny.

"Lynnea, você tem que acabar com isso", disse a última amiga que restava quando se encontraram na biblioteca. Lynnea estava toda coberta de novos hematomas.

"Não posso", ela murmurou com o rosto enterrado nas mãos. "Eu sei que deveria, mas acho que é mais saudável para mim apenas esperar que ele se canse."

"Pelo amor de Merlin!" Ginny sibilou. "Você é muito mais forte do que ele! Lute contra o filho da puta!"

"Vamos sair daqui amanhã, talvez ele perca o interesse por mim durante as férias de Natal." Mas o que ela não disse foi que ela estava com medo de ser rejeitada por Blaise. Ela temia ficar sozinha. Novamente.

"Hermione não vai se juntar a nós" Ginny mudou de assunto. "Já que ela e Ron não se falam mais. Eu disse a ela que ficaríamos felizes em ajudá-la a chutar as bolas dele, mas nem mesmo isso a convenceu."

"Ainda não consigo acreditar que ele está namorando a Lilá" Lynnea disse, revirando os olhos, o que doeu bastante. "Achei que fosse óbvio que ele e Mione acabariam juntos."

"Oh, eles vão" Ginny respondeu. "Leva algum tempo para os garotos Weasley entenderem seus sentimentos."

Lynnea esboçou um sorriso tímido, seu rosto dolorido parecia ter sido incendiado.

"Ah, olha Harry, ela conseguiu se animar!" A voz de Ron apareceu perto delas, e um segundo depois ele e Harry se sentaram na mesa, juntando-se às amigas. "Então você finalmente superou que perdeu aquela partida contra a Grifinória, certo?"

"Cale a boca, Uon-Uon" Lynnea atirou de volta, ignorando o sorriso diabólico de Ron. "Onde está Lilá-Lilá a propósito?"

"Bem longe, eu espero" Ron grunhiu, franzindo a testa. "Essa garota está me dando um inferno. Tudo que ela quer é me beijar o dia todo! Meus lábios estão doloridos, basta olhar para eles! Eles estão doloridos!" Ele fez beicinho e Lynnea riu quando ele se curvou sobre a mesa para mostrar a ela a miséria de seus lábios vermelhos e inchados. Mas o sorriso desapareceu de seu rosto imediatamente.

Atrás de Ron ela teve um vislumbre de olhos escuros, queimando como a fúria de um dragão realmente irritado. Ela podia ver suas sinapses fugirem, enquanto ele a observava com seus olhos lentamente se transformando em fendas.

"Lynn, você está bem?" Harry perguntou, levantando uma sobrancelha enquanto a encarava. Blaise desapareceu atrás de algumas prateleiras, e ela sabia que estava morta.

Pulando de pé, ela ignorou o olhar caloroso de Ginny e os olhares confusos de Harry e Ron. "Está tudo bem. Eu - eu só preciso ir agora, eu tenho que... ir, sim. Vejo vocês mais tarde."

Correndo para fora da biblioteca, ela apertou os passos. Se ela conseguisse chegar ao dormitório, ela estaria segura, os meninos não podiam entrar lá. Ela só precisava alcançá-lo, antes que ele a encontrasse.

Alguns passos pesados ​​trovejaram pelo corredor atrás dela, aproximando-se rapidamente. Ela apertou os passos, sem se virar. No momento seguinte, ela foi esmagada contra a parede, e seu assediador enterrou os dedos na carne de seu braço.

 𝐋𝐎𝐒𝐓&𝐅𝐎𝐔𝐍𝐃 - 𝘍𝘳𝘦𝘥 𝘞𝘦𝘢𝘴𝘭𝘦𝘺.Onde histórias criam vida. Descubra agora