𝟱𝟮 | 𝗦 𝗔 𝗟 𝗩 𝗔

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Ali está o meu herói,
observe enquanto ele avança.
Ali está o meu heroi,
ele é comum.
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"Lynnea, podemos ter uma palavrinha?" Remus perguntou uma hora antes de voltarem para Hogwarts. Lynnea tinha empacotado quase tudo, então ela balançou a cabeça e ele entrou fechando a porta de seu quarto.

"Se você quer me dizer que devo tomar cuidado com Fred, eu -"

"Eu não vou, não se preocupe" Remus riu. "Eu só queria saber se está tudo bem com você. Eu sei, há coisas que vocês crianças não vão nos contar e eu tenho a sensação de que você está com problemas em Hogwarts."

"Oh - não, não é nada" Lynnea respondeu rapidamente. "Sério, está tudo bem, foi só uma pequena briga, deixa pra lá", ela acrescentou, enquanto Remus erguia uma sobrancelha para ela. "Harry está comigo, está tudo bem."

"Ele está ocupado, não está?" Remus perguntou e Lynnea sentiu um nó crescer na garganta, dificultando a respiração. "Acho que vocês não vão se ver com tanta frequência."

"Bem... estamos em casas diferentes", disse ela, olhando para a parede em branco. "E é claro que ele está ocupado, ele tem suas aulas com Dumbledore. Estou completamente bem com isso, se isso o manter vivo. E para ser honesta, eu não fui indicada para o prêmio de melhor irmã viva."

Remus assentiu e, ao fazer isso, algo passou pela cabeça da garota; algo que ela ouviu há um ano e ainda estava curiosa.

"Posso te perguntar uma coisa sem você ficar bravo?" Ela perguntou baixinho, ainda de frente para a parede.

"Claro, o que quer que você esteja pensando" Remus sorriu.

Lynnea respirou fundo. "Como o Sr. Weasley estava em St. Mungus no Natal passado, eu - bem, eu ouvi todos vocês comentando em seu quarto... sobre mim. E - eu realmente sou aquela que vai matar Harry?"

Remus franziu a testa. "Não temos a certeza disso, Lynn", disse finalmente. "Dumbledore tem alguns palpites. Deve haver uma razão... porque Voldemort não te matou, e como você sabe, não descobrimos ainda. Mas achamos que há um vínculo especial entre você e Harry - muito além de serem gêmeos. A profecia poderia ter nos dito algo sobre isso, mas infelizmente quebrou."

Seus olhos se arregalaram. Harry sabe sobre a profecia! Ele contou a Lynnea sobre ela durante o verão em Surrey. Disse que ele era o Escolhido. Ele escondeu algo?

"O palpite de Dumbledore é de que a profecia poderia conter a frase, que você seria a arma mais poderosa do Lorde das Trevas" Remus disse e Lynnea o encarou com os olhos esbugalhados. "Mas não se preocupe muito com isso, pensamos que, se isso fosse realmente o que estava na profecia, então ele teria levado você com ele quando ainda era um bebê, então poderia ter comutado você enquanto crescia. Não há nenhuma chance de que ele possa fazer isso agora, mesmo se ele te pegar. O que tememos é que ele descubra sobre isso e então te mate."

"Isso seria desagradável" Lynnea murmurou baixinho.

Remus riu e deu um tapinha nas costas dela. "É por isso que queremos evitá-lo em qualquer circunstância", disse. "Então não quebre sua cabeça com isso, você definitivamente não matará Harry."

Lynnea esboçou um sorriso para ele. De repente, ela sentiu a grande necessidade de ficar n'A Toca com Fred, George e Remus. Mas Remus iria voltar amanhã para os lobisomens, e os gêmeos voltariam para o apartamento acima da loja.

"Vai haver guerra, hein?" Ela sussurrou.

"Previsível", respondeu ele. "Na verdade, já estamos nela. Não vou tentar adoçar. Mas por enquanto você não deve se preocupar com isso. Você vai voltar para Hogwarts agora, e tudo o que você deve pensar são em suas notas. Ok?"

"Acho que não está em meu poder decidir algo", ela suspirou. "Meu cérebro está se afogando no medo de que um dia Dumbledore venha e me diga, que algum de vocês está seriamente ferido ou sumido ou... morto..." A voz dela quebrou e Remus a puxou para seus braços.

"Não posso prometer que ninguém vai se machucar ou morrer, Lynnea", disse ele em voz baixa. "Não vou mentir para você sobre isso. Há uma tempestade se aproximando e com certeza teremos que enfrentar algumas perdas. Mas não podemos ficar parados agora. Não podemos nos esconder por medo. Teremos que enfrentar essa onda."

"Não quero me esconder", disse ela. "É só... eu não quero perder nenhum de vocês."

Remus sorriu ainda a abraçando, mas não disse nada. Lynnea sabia que não havia nada que ele pudesse responder. Ele não queria mentir para ela, mas seu silêncio disse a ela tudo o que ela precisava saber; e tudo o que ela não queria ouvir.

•••

Uma semana se passou desde o dia em que eles voltaram para Hogwarts e era impossível falar com Harry, ele estava ocupado o tempo todo, e durante as aulas de Poções, haviam muitas pessoas por perto.

Felizmente, Blaise também não tinha feito nenhuma tentativa de chegar até ela. Ela ainda ficava nervosa como o inferno sempre que passeava pelo castelo sozinha - o que ela fazia quase o tempo todo, devido ao fato de que seus amigos ainda estavam lidando com seus hormônios, exceto Draco, que estava lidando com sabe-se lá o quê. O menino ficava mais pálido e magro a cada dia, o círculo sob seus olhos o deixava com uma aparência péssima, mas Lynnea desistiu de perguntar o que havia de errado, já que ele não respondia e apenas dizia a ela para deixá-lo em paz; e foi o que ela fez.

Caminhando pelo corredor da masmorra bem depois do toque de recolher, ela estava voltando da torre de Astronomia, afogando-se em seus próprios pensamentos, ela finalmente entrou na sala comunal quase vazia por volta da meia-noite. Apenas Draco estava dormindo em um sofá em frente à lareira. Ela olhou para ele cheia de tristeza.
O que quer que ele estivesse lidando, estava o destruindo sem misericórdia, e a fazia se sentir inútil por ser incapaz de ajudá-lo.

Com um suspiro silencioso, ela cruzou a sala e estava prestes a entrar em seu dormitório; foi quando uma mão envolveu sua garganta, esmagando-a contra a parede. Sua cabeça bateu na pedra sólida e pequenas luzes brancas explodiram na frente de seus olhos por segundos, antes de desaparecerem e revelarem a visão do olhar de ódio no rosto de Blaise Zabini.

"Eu acho", ele falou lentamente, inclinando a cabeça enquanto ela lutava para respirar, "que nós temos um problema, Bailey." Sua mandíbula cerrou com força. "Eu não te disse que você é minha?"

Ela queria responder, mas não mais do que um gemido saiu de seus lábios.

"Então você achou uma boa ideia me dar o fora por aquele bastardo do Weasley, hein?" Ele rosnou, enterrando a varinha no queixo dela. "Deixe-me dizer que não foi."

Lynnea começou a chutá-lo, acertando suas pernas, mas ele não parecia se importar muito, seu aperto apenas aumentou, ela não conseguia respirar. Em pânico, seus dedos arranharam as costas da mão dele, ela tentou afastá-lo, mas ele era muito forte.

Das sombras apareceu uma varinha que se enterrou em seu pescoço. As visões de Lynnea ficaram embaçadas, mas ela pôde ver os olhos de Blaise se arregalarem ligeiramente.

"Tire suas mãos dela", uma voz baixa ameaçadora sibilou, e o rosto de Draco apareceu atrás do de Blaise. "Agora!" Ele acrescentou em um latido alto.

Blaise hesitou por um segundo, antes de afrouxar o aperto. Lynnea deslizou pela parede, com sua própria mão cobrindo o pescoço. Blaise não se atreveu a dar um passo e Draco manteve sua varinha no pescoço do garoto.

"Você vai ficar longe dela", ele disse em uma voz perigosamente baixa. "Se algum dia eu ver você colocando as mãos sobre ela, se algum dia eu ver você machucando Lynnea de alguma forma, eu juro que você irá se arrepender amargamente."

 𝐋𝐎𝐒𝐓&𝐅𝐎𝐔𝐍𝐃 - 𝘍𝘳𝘦𝘥 𝘞𝘦𝘢𝘴𝘭𝘦𝘺.Onde histórias criam vida. Descubra agora