𝐋𝐎𝐒𝐓&𝐅𝐎𝐔𝐍𝐃 - 𝘍𝘳𝘦𝘥 𝘞𝘦𝘢𝘴𝘭𝘦𝘺.

𝟰𝟵 | 𝗗 𝗜 𝗦 𝗧 𝗢 𝗥 𝗖̧ 𝗔̃ 𝗢

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Você é tão bonita em sua dor.
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Como Fred e George ficaram durante as férias de Natal n'A Toca, Harry e Lynnea não dividiram um quarto dessa vez. Harry estava hospedado no quarto de Ron, enquanto Lynnea ficava com o antigo quarto de Percy, um dos filhos dos Weasleys que rejeitou e trocou a família pelo Ministério no momento em que Voldemort voltou.

A Sra. Weasley havia consertado o rosto de Lynnea. Pela primeira vez após semanas ela pôde ver como suas feições costumavam ser antes de haver um Blaise Zabini em sua vida. Mas mesmo assim, a Sra. Weasley foi incapaz de corrigir as olheiras sob seus olhos e a expressão exausta em seu rosto. Olhando-se no espelho, ela colocou o cabelo atrás da orelha, imaginando quanta maquiagem seria necessária para cobrir essa maldita escuridão abaixo de seus olhos.

"Você está linda."

Fred estava encostado no batente da porta, observando o reflexo da garota no espelho. Seus lábios estavam curvados, havia um olhar sonhador em seus olhos, mas Lynnea só sentiu como se tivesse sido atingida por uma adaga bem no coração.

"Mentiroso", ela respondeu secamente sem se virar. Ela o viu sorrir maliciosamente, e sua barriga formigou, mas ela se livrou disso. Ela não cederia, embora todos os seus músculos gritassem para ela se mover, correr para os braços dele, pressionar os lábios nos dele e se afogar em seu cheiro. Seu coração estava implorando para que ela envolvesse os braços ao redor de Fred, para nunca deixá-lo deixá-la novamente; mas era o cérebro dela que gritava mais alto, e ele queria vingança, queria ver Fred Weasley sofrendo, queria machucar e a avisou para não fazer nenhum movimento, para ficar fria, então ela sibilou: "Você poderia, por favor, parar de olhar para mim?"

"Nunca." Seu sorriso cresceu mais amplo, antes que seu rosto se transformasse em uma máscara séria. "Lynnie, eu - eu cometi o maior erro da minha vida... E eu sinto muito..."

Lynnea caiu na gargalhada, até mesmo chocada com a explosão repentina, mas não conseguiu se conter. Rindo como uma louca, ela se virou e viu Fred Weasley corar, o que era uma visão realmente rara. Ele parecia confuso, seus olhos se arregalaram.

"Você me deixou", ela disse com uma voz fria, até mesmo se surpreendendo com o quão gelada ela soou. "Você me deixou quando eu mais precisei de você. Você me deixou quando eu fui destruída pela morte de Sirius, quando eu tive que lidar com de repente ter um irmão, e minha vida virar de cabeça para baixo. Você me deixou, então me fodeu, para depois me deixar de novo."

"Lynn -"

"E agora você vem com um 'desculpe, cometi um erro'?" Sua risada se transformou em gritos; furiosa, ela se aproximou de Fred, enterrando o dedo dolorosamente em seu peito. "Você está brincando comigo, Frederick Weasley?"

"Eu fui um idiota -"

"Não, você foi um filho da puta babaca!" Ela retrucou. "Seu merda! Eu juro que se eu tivesse permissão para fazer magia fora de Hogwarts, eu com toda certeza amaldiçoaria esse seu traseiro feio!"

"Tudo bem, entendo que você esteja brava comigo..." Fred murmurou. Ele parecia tão fofo, mas nem mesmo isso poderia salvá-lo agora. Cada sentimento que ela tinha por Fred foi esmagado por uma onda de dor que suas palavras causaram.

"Brava?!" Lynnea repetiu, rindo baixinho. "Amor, acredite em mim, eu deixei de sentir raiva há muito tempo, no momento exato em que você fingiu se importar apenas para me decepcionar uma segunda vez, sem falar que foi quando eu estava completamente nua no seu quarto, depois que eu te dei tudo, Fred! E você me deixou sem nada!"

"Eu sei disso, Lynnea!" Agora era Fred gritando, e automaticamente ela deu um passo para trás. A memória do que aconteceu da última vez em que um cara gritou com ela ainda estava gravada em sua mente, em sua alma, e sua mão se encolheu automaticamente, cobrindo sua bochecha. "Merlin, eu pensei que poderia protegê-la assim! Eu queria que você me odiasse, então quando eles tentassem enganá-la novamente com uma estúpida carta falsa você iria ignorar! Se algum maldito Comensal da Morte apontar a varinha dele para mim da próxima vez, você vai me deixar morrer e correr para salvar a porra da sua vida!" Lynnea piscou para ele, com as lágrimas inundando seus olhos, mas ela não permitiu que elas flutuassem. "Eu nunca teria imaginado que você iria correr para os braços de alguém que iria abusar de você perto da morte!" Ele acrescentou, e o rosto de Lynnea enrugou-se. Ela olhou para os próprios pés.

"Eu nunca teria deixado você morrer", ela murmurou. "Eu te disse isso durante as férias de verão, você poderia facilmente ter acreditado em mim. Não há nada que você pudesse fazer que não me fizesse largar minha varinha em troca de sua vida." Ela respirou fundo e seus olhos se fixaram nos dele; aqueles olhos castanhos caramelo a assombrando desde o dia em que ela os olhou pela primeira vez em sua primeira noite na sede da Ordem. "Eu te amo, Fred. Eu te amei o tempo todo e vou te amar para sempre."

Ele olhou para trás, e Lynnea pôde ler em seu rosto que ele não esperava por isso; surpresa estava estampada em seus traços. "Eu também te amo, Lynnie", ele sussurrou, e um sorriso curvou seus lábios.

Mas Lynnea não foi capaz de sorrir. Tudo em que ela conseguia pensar agora era na dor, no medo, nas lágrimas e hematomas, e em Blaise, aquelas coisas terríveis que Blaise tinha feito a ela. Ela franziu a testa, forçando-se a quebrar o contato visual com Fred, olhando para a porta atrás dele.

"Triste que seja tarde demais", ela murmurou e viu o sorriso sumir do rosto dele. Ela passou por ele e saiu do quarto, e não havia nem mesmo uma lágrima caindo, ela estava apenas se afogando em uma dormência desconfortável.