UM

4.7K 322 53
                                    

Meta para o próximo capítulo:
10 comentários

Meta para o próximo capítulo:10 comentários

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

RAPHAEL VEIGA
são paulo, fevereiro

Ser pai solo é muito difícil. Criar uma criança sozinha é muito difícil, ainda mais sendo uma menina, nossas brincadeiras de infância são totalmente diferentes. E a gente pensa que não é tão difícil, ainda mais por eu ter uma base de apoio enorme, minha família é incrível, meus amigos me ajudam sempre que eu preciso, e até a Leila já ficou de olho na Victoria enquanto nós treinávamos.

Acho que o agora nem é o que me assusta, já vivemos nessa de ser apenas nós dois a quase quatro anos, fazemos a mesma rotina todos os dias, e em dias de jogo e concentração, que era o que me assustava por não saber o que iria fazer com a minha filha, minha mãe fica com ela, ou alguma esposa de um dos meus amigos, já que as crianças se dão tão bem.

Mas o que me assusta é o futuro, o que vou fazer quando chegar a hora que ela virar mocinha, eu nunca passei por isso, não sei nem o básico, como vou ensinar ela a usar um absorvente? Ou quando ela vier com o papo que ta gostando de algum menino, como eu vou aconselhar-la se eu estarei querendo matar o garoto?

E de uns tempos para cá, principalmente depois que o ano letivo começou, Vic vive me perguntando o porque ela não tem uma mamãe, o porque de ela não ter uma família completa igual os seus amiguinhos, igual o Lucca.

Sempre soube que essa hora ia chegar, que ela iria me perguntar sobre isso, só não achei que seria tão cedo. Qual é, ela tem 3 anos, é inteligente pra caralho, e ja vem com esses papos? E explicar para ela? Victoria não aceita respostas meia bocas, ela gosta de uma por completo, não adiantou eu tentar mudar de assunto, ou falar que ela tem a vovó e a tia Duda pra ajudar ela, sua resposta é sempre a mesma: "Eu quero uma mamãe!"

Achei que iria durar mais tempo a não falta de sua mãe, que duraria um tempo a mais ela ter minha mãe e cunhada como figura maternal, mas não, já chegou a hora.

É um assunto que me doi, Giovana a abandonou logo que elas receberam alta, apenas sumiu, uma conversa foi o que ela nos deixou, falando que não estava pronta para ser mãe, que não tinha estabilidade, e que não sabia como criar uma criança que ela não sabia amar, nem a ela nem ao pai da criança.

Foram palavras que me machucaram, e graças a Deus Victoria era tão pequena que nem se lembra disso, eu imagino que o peso da rejeição uma hora irá chegar, mas por agora estamos bem, e sem ele.

- Papai, você tem que me buscar um dia na escola pra conhecer a tia Mai! Ela é tão legal! E tão bonita! - A voz infantil de minha filha me tira de meus pensamentos.

- Uma hora eu conheço ela meu amor, o tio Gab falou que ela é realmente legal. - Digo a ela. - Agora termina de comer que a gente tem que sair, o papai precisa chegar no treino.

- Eu posso ir com você? - Ela pergunta animada, com aqueles olhos pidões que é quase impossível de dizer não.

- Mas você tem que ir pra escola, meu amor. - Explico, e ela força a boquinha pra baixo mostrando sua chateação.

- Por favor papai! Faz tempo que eu não falto na escola. - Ela tenta mais uma vez. - Eu prometo que me comporto.

- Promete de dedinho? - Pergunto estendendo meu dedo mindinho.

Seu sorriso cresce e ela fica de pé na cadeira para alcançar meu braço esticado no meio da mesa, seu dedo se entrelaça no meu e deixamos um beijo na nossa mão selando a promessa.

- Promessa de dedinho não pode ser quebrada, viu? - Aviso ela, que concorda com a cabeça e sai correndo até seu quarto.

Faz tanto tempo que a mesma não falta que um dia livre ta tudo bem, e sei o quanto ela ama ir me ver treinar, ficar com os tios dela e tudo mais.

Só escovo meus dentes e vou até seu quarto para ajuda-la, ela ta com um shorts branco do uniforme, e estica sua mão em minha direção para eu colocar a blusa do Palmeiras nela. Totalmente uniformizada.

- Queria que a tia Duda tivesse aqui pra prender meu cabelo. - Ela fala, e cara, como essa frase doi em mim. - Ou a tia Mai, ela sempre faz meu cabelo na escola.

E ela sai do quarto, me deixando lá parado olhando para o nada.

Lembro de mandar uma mensagem para a sua professora explicando que ela não vai pra aula hoje, e nem espero por uma resposta. Também aviso no grupo da família, assim minha mãe e meu irmão podiam se organizar para fazer outra coisa à não ser busca-la.

- Vamos, filha? - Pego minha mochila, e a dela, enquanto espero sua afirmação.

- To animada pra ver o dindo! - Ela fala quando já estamos no elevador. - Tira uma foto nossa no espelho, papai! - Seu pedido vem.

Pego meu celular do bolso, e ela no colo para ficar aparecendo. Tiro a foto e mostro a ela, que sai tirando outras no meu celular.

O criança para ser fotogênica, enquanto eu fujo das câmeras e filmes, ela vai atras, sempre!

O criança para ser fotogênica, enquanto eu fujo das câmeras e filmes, ela vai atras, sempre!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Primeiro capitulo! Me contem o que vocês tão achando

Quando a meta bater eu volto!

𝐏𝐑𝐎𝐂𝐔𝐑𝐀-𝐒𝐄 𝐔𝐌𝐀 𝐌𝐀𝐌𝐀̃𝐄 • 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora