𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀 se fechou para relacionamentos depois de ser abandonado por sua namorada, o deixando com uma filha recém nascida. O trauma chegou forte, sua preocupação em tudo em sua vida atingir Victoria só foi aumentando com o passar do...
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MAITÊ SOLTARDO são paulo, maio 2024
"Tô preso no ct e ninguém consegue buscar a Vic, quebra essa pra mim por favor?"
A mensagem de Raphael chega, e eu nem estranho que ela venha, já que ele tá atrasado e isso não é comum. Vic tem uma cara de tristeza em seu rosto, e já havia perguntando se tinham a esquecido aqui, e eu a tranquilizei falando que deveria ser só um atraso normal, não foi, fazia uns 40 minutos que estávamos esperando.
Decido ligar para ele, para ver o que eu vou fazer. O celular chama um, duas vezes e no terceiro toc ele atende.
- Oi Mai, mil desculpas. - É a primeira coisa que ele fala quando atende. - Meus pais tão ocupados, Gabriel e Duda na faculdade e Píquerez tá preso no treino comigo, teve alguns problemas hoje e acabou atrasando, só não achei que ia ser tanto. Se não conseguir me ajudar vou tentar falar com alguém para busca-la.
- Oi Rapha, sem problemas, mas tá tudo bem? - Recebo um "aham" de resposta, e escuto sua respiração meio acelerada. - Pra eu tirar a Vic da escola você vai precisar ligar na diretoria liberando a retirada, quando fizer isso me avisa, levo ela para o CT?
- Vou fazer isso agora! E sim, trás ela para cá, acho que ainda vai mais uma meia hora de treino. Obrigada, viu gatinha? - Ele fala, e eu sorrio, mesmo que ele não consiga ver, e sussurro um "de nada".
Ele desliga falando que me manda mensagem quando eu tiver liberada na direção.
- Vic, seu pai pediu para eu te levar pro CT, tudo bem pra você? - Prefiro perguntar, vai que ela acha estranho.
- Eba! - Ela comemora, seus bracinhos sobem no ar e em seu rosto tem um sorriso lindo.
A mesma começa a por suas coisas na mochilinha quando vê eu pegando a minha bolsa já com tudo dentro.
- Me ajudar a por a mochila, tia Mai? - Ela pede e eu prontamente ajudo.
Recebo a notificação de seu pai avisando que já falou na direção. Pego na mão de Victória e vamos andando até o portão da chique escola infantil.
Sinto o olhar de curiosidade, e certo julgamento, de Juliana, a mulher que autoriza as saídas. E isso acontece sempre, desde o dia que Raphael me trouxe, ela me olha assim.
Só agora lembro que não tenho cadeirinha no carro, Vic vai ter que ir no banco mesmo. Aviso ela e coloco o cinto a sua volta. Antes de começar a dirigir abro a playlist da Disney que o próprio Spotify tem.
