𝐏𝐑𝐎𝐂𝐔𝐑𝐀-𝐒𝐄 𝐔𝐌𝐀 𝐌𝐀𝐌𝐀̃𝐄 • 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀

DEZOITO

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MAITÊ SOLTARDO
são paulo, abril 2024

- Oi tia mai! Papai tem um convite pra fazer pra você, beijos! - A voz de vic sai pelo som de meu celular.

Logo abaixo de seu áudio tem uma mensagem de seu pai.

Chat on
Raphael (pai vic)

Áudio
(15 segundos)

Oi mai, hoje vai ter uma
noite de pizza e vinho na
casa do Luan, não quer ser
minha companhia?

Vou ficar chateado se a
resposta for não😉

Oi rapha, que horas?

Vou aceitar seu convite ent

Obs: emoji de velho

Te busco as 19hrs

Obs: emoji de velho
↳ paro, é nada

KKKKKK vai nessa

Estarei pronta as 19hrs
(ou perto dissoKK)

Chat off

Ultimo dia da semana, pelo menos que eu trabalhe, sexta é sempre um dia incrível né? As crianças estão mais comportadas por ser o ultimo dia, os pais buscam na hora combinada, e eu tenho a noite livre, sem ter que me preocupar com o que faremos no dia seguinte.

Fiquei feliz que Raphael tomou uma iniciativa e me chamou para sair com ele, mesmo que seja para irmos ver seus amigos, mas por outro lado me deixa mais confusa, se ele ta me chamando para ser sua companhia, o que isso pode significar? Não sei o que esperar dele, não sei o que suas ações querem dizer, afinal eu nunca nem tive ficante serio, sempre foram casos pontuais. Pra falar a verdade namorei uma vez, com meus 15 anos, morando no interior com meus pais ainda, mas nem considero muito.

Tenho umas 2 horas antes do Raphael vir me buscar, mas preciso lavar meu cabelo. Peço pra alexa tocar minha playlist e coloco em uma altura que de pra escutar de dentro do box, com a água ligada, mas não muito alto por ter medo dos meus vizinhos reclamarem.

Meu maior problema em ter cabelo grande não é nem lava-lo, é o pós, o que eu tenho que fazer agora, secar ele, o braço fica cansado, o barulho do secador vai me irritando e depois ainda tem que dar uma leve modelada. Decido ser prática e deixar ele solto mesmo, para não me atrasar muito. Minha teoria sobre o por que nós mulheres nos atrasamos mais: Música enquanto se arruma.

É literalmente um caminho sem volta! Você acha que vai só curtir o som da música? Mas não! Você vai dar seu melhor e fazer um show enquanto se arruma. Sem falar de quando junta as amigas para se arrumar, demoramos mais do que qualquer coisa, saudades da minha época de ensino médio.

Quando termino de por minha roupa, uma saia branca com top azul o interfone toca. Corro até a cozinha e o atendo. Aviso o porteiro que já estou descendo e que é para ele avisar o Raphael.

Pego meu tênis e coloco no pé e pego minha bolsa que estava jogada no sofá, só confiro se a chave de casa e o carregador estão lá dentro, o resto eu me viro.

- Boa noite seu Jorge! Como o senhor tá? - Pergunto ao porteiro parando na janela.

- Estou bem dona Maitê, e a senhora? Vai sair com um jogador ein?! - Ele fala. Meu rosto se esquenta em vergonha. - Sou palmeirense, reconheceria aquele Raphael de longe.

- Bom saber seu Jorge, somos amigos, dou aula pra filha dele. - Explico e o senhor acena. - E já falei que é só Maitê!

Dou tchau para o senhor, que como sempre contesta quando falo parar parar de me chamar de dona/senhora. Raphael me espera apoiado em sua BMW com cor estranha, de verdade que verde feio, ele tem seus braços cruzados, e isso mais a camiseta preta apertada, destaca mais seus músculos.

- Oi, gatinha. - Ele passa sua mão em minha cintura e deixa um beijo em minha bochecha.

- Oi, rapha. - Sorrio com seu ato.

Ele abre a porta para mim, como um bom cavalheiro e homem que é. Quando se senta no banco do motorista, logo da partida no carro. Meu olhar está nele, e caralho como pode esse homem ficar ainda mais gostoso dirigindo? Ele só mantem uma mão no volante, enquanto a outra gesticula enquanto fala algo que nem escutar eu estou, passa pela sua nuca e eu só observo-o.

- Mai? Ta me escutando? - Raphael pergunta, tocando com sua mão em minha coxa.

- Não. - Respondo rindo. - Tava pensando em outra coisa, mas fala o que você estava dizendo.

- Só te elogiei, e falei que a Vic chegou em casa contando sobre o dia no parque, ela ficou super feliz. - Seu sorriso se abre quando fala da filha, o que faz eu praticamente me derreter.

- Foi super gostoso, a turma é "pequena", são 15 crianças, mas levamos mais alguns auxiliares pra não perder ninguém, e eles são muito tranquilos, a maioria pelo menos. - Termino rindo, e ele tem um sorrisinho. - E obrigada, você tá lindo também.

Sua mão que estava em minha coxa vai até a minha bochecha, ele deixa um carinho lá, e volta a atenção a avenida em que passamos. Apenas curtimos a presença do outro, e o resto do caminho vamos aproveitando a música que toca pelo bluetooth, um sertanejo escolhido por ele. Logo estamos na entrada de um condomínio de casas, super chique. Tem uma leve fila, diria que uns 6 carros na nossa frente, mas é sexta a noite e muitos devem se encontrar aqui.

- As crianças não vieram? - Pergunto. Achei estranho a Vic não estar com a gente.

- Decidimos fazer um rolê sem crianças, pra podermos falar merda. Na realidade temos nossas crianças, Endrick e Estevão. - Ele brinca e me tira uma risada sincera.

- Eles devem ficar putos con vocês chamando eles assim. - Raphael da de ombros.

- O Estevão nem liga, agora o Endrick fica meio putinho. - Explica, e anda com o carro.

Ele se identifica para a câmera, mostra o documento e responde a pergunta falando que estava acompanhado por mais alguém. O porteiro questiona se ele sabe como chegar até a residência e ele avisa que sim. Enquanto vamos andando pelo condomínio vejo uma casa mais chique e bonita do que a outra, casas enormes, algumas eram super mansões.

- Tô nervosa. - Falo quando ele estaciona.

- Por que? Você já conhece eles – Raphael questiona, desligando o carro e se virando para mim.

– É diferente. Hoje é um encontro, meio que tô com você - Respondo, mordendo o lábio nervosamente. Acho que irei arrancar uma pelinha.

Aiii eu sou apaixonada nessa capítulo!!

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