𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀 se fechou para relacionamentos depois de ser abandonado por sua namorada, o deixando com uma filha recém nascida. O trauma chegou forte, sua preocupação em tudo em sua vida atingir Victoria só foi aumentando com o passar do...
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RAPHAEL VEIGA são paulo, maio 2024
- Sabe Chris, não me sentia tão bem com a companhia de uma mulher desde a Giovana, mas dai o medo me atrapalhou e caralho foi duro de ver ela com outro, fazia muito tempo que não ficava com tanto ciúmes, e assumo isso. - Um suspiro me escapa quando desabafo com minha psicóloga.
- E o que você quer fazer sobre isso Rapha? Quer continuar ignorando e se remoendo ou vai atrás dela? - Ela pergunta, como um tapa na cara.
É isso que goste de Christiane, ela joga as verdades na minha cara, eu gostando ou não.
- Eu sei que o certo é eu ir atrás, falar o que eu sinto, mas não sei, parece errado eu "cobrar" ela por algo que estava em seu direito. - Explico.
A tela do computador está aberta no zoom, e silenciei as notificações para nada me atrapalhar nesses 50 minutos de terapia.
Chris me da uma puxada de orelha, falando que eu tinha que tentar e que ficar com isso na cabeça poderia até me atrapalhar no futebol, e eu sei disso. E esse assunto já nos leva a outro e pelos próximos 20 minutos restantes de terapia que falo sobre tudo o que eu ando sentindo no futebol e como meu mental ta mexendo com meu físico e meu físico com o meu mental, mas deixo claro que achei que ia estar pior psicologicamente.
Quando terminamos tem uma chamada perdida de Vic no meu celular, bom não dela, mas de meu irmão e sei que é ela. Ligo de volta e o seu pequeno rosto fofo aparece na tela, suas bochechas estão vermelhas e seu cabelo preso em duas trancinhas, mas está suada, com seus cabelos colados na testa.
- Papai! - Ela grita animada me vendo. - Tava brincando de esconde-esconde com o tio Gab! Ganhei dele em uma das rodadas.
- O Duda. - Chamo por minha cunhada que está sentada no sofá atrás de minha filha e me olha. - Quem tá dando mais trabalho? Vic ou Gabriel? - Ela ri alto, fazendo a loirinha rir mesmo sem entender o porque, e meu irmão me olha com cara de cu, mas tem um sorriso reprimido.
- O Gabriel, com certeza! Aceito trocar os dois as vezes. - Maria entra na brincadeira.
- Já aguentei por uns 20 anos morando juntos, deixo passar essa. - Respondo rindo. - Vai tomar banho antes de vir assistir o papai jogar, né filha? - Tenho que sempre fazer a cabeça da Vic pra tomar banho, por que o menina que foge dessa hora.
- Precisa, papai? - Pergunta fazendo a manha.
- Precisa filha, consigo ver daqui você toda cheia de suor, tem que vir bem cheirosa. - Explico tentando faze-la entender.
- Mas tomar banho não é legal, papai... - Ela tem em seu rosto uma cara de tristeza.
- Mas é preciso, filha. - Vic concorda com a cabeça se dando por vencida, até que foi fácil.
- Tá bom papai, mas quero que a tia Duda que vá comigo. - Pede se virando para a sua tia.
- Pode ser Vic, a tia Duda vai com você. - Minha cunhada responde.
Converso com a pequena por mais um tempo, e ela tem tanta coisa para me falar que parece que não nos vemos a dias, e não que eu deixei ela com meu irmão ontem de noite. Desligamos quando vejo que tá na hora de tomar meu banho e me arrumar para o jogo.
Quando estou pronto subo mais um andar indo para o auditório, pego meu crachá antes de entrar e encontrar alguns do elenco já por aqui. Me sento ao lado de Gustavo e Mayke, que conversam sobre o jogo de hoje. É teoricamente um jogo fácil, contra o Botafogo-SP, mas nunca podemos falar com certeza, futebol é imprevisível.
Abel dá todo seu discurso para o jogo de hoje, e logo estamos todos sentados no ônibus seguindo o rápido caminho que é sair da academia para o estádio.
Sei que não fiz uma partida boa quando após a volta do intervalo Abel me substitui pelo Rony, minha frustração só aumenta, minha cabeça não tava 100% no jogo e isso fodeu com tudo que eu tava tentando fazer. Xingo baixo quando me sento no banco, fico puto comigo, mas logo isso passa quando Rony abre o placar.
Aos 90' um jogador empata a partida, mas em minutos Estevão abre vantagem, assim nos acréscimos finais, e fico aliviado quando o apito soa e temos vantagem pro jogo de volta da copa do Brasil.
Agradeço ao Senhor por isso enquanto desço para o vestiário, escuto o que o treinador tem a dizer e vou finalmente tomar meu banho para tirar o suor do corpo, depois disso tô livre pra poder curtir o restinho de noite com a Vic, poder por ela na sua cama e ler um historia, são essas pequenas coisas que eu sinto mais falta quando estou viajando ou em concentração.
- Papai! - Ela grita correndo em minha direção.
Abaixo meu tronco para pega-la no colo, e a abraço. Esse gesto me da tantos sentimentos bons.
Mesmo ela estando animada em me ver ela solta pequenos bocejos enquanto eu cumprimento as pessoas a nossa volta. Sua cabeça tá apoiada em meu ombro e sinto que ela vai dormir antes de chegarmos no carro.
- Brincou tanto com o Gabriel que tá quase dormindo. - Mostro para minha família.
- Parece uma boneca. - Minha mãe fala, fazendo um carinho nas costas de sua neta. - E como você tá, meu filho?
- Tamo indo mãe, nada demais. - Dou de ombros tentando mostrar que não estou atingido por tudo.
- Se nada demais quer dizer chorando por não saber o que fazer, então você tá mesmo. - Meu irmão fala zoando, mas é verdade.
- Se manca. - Reviro meus olhos sem nem perceber.
Ficamos conversando um pouco, já que eles hoje não irão para a minha casa depois, e logo estou entrando em meu carro, com uma Vic já capotada. Que bom que mandei ela tomar banho antes, se não teria que dar um jeito de acordar ela, e sei que o certo seria mais um banho, mas um dia pode passar.
Quando me deito em minha cama meu corpo agradece, tentando achar um conforto no colchão gostoso. E por um impulso abro meu celular no WhatsApp e mando uma mensagem para ela.
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Oiee, bom dia pra quem ta lendo a hora q eu postei!!
