Capítulo 4por N.C Earnshaw
SEUS PENSAMENTOS SE CONCENTRARAM em Erin nos dias seguintes ao imprinting. Era doloroso fisicamente ficar longe dela sem tocá-la e saber se estava bem, alimentada e feliz. A urgência de correr até ela e abraçá-la tomava conta do seu corpo a cada passo que ele dava, mas Embry ainda não tinha criado coragem para se aproximar depois da vergonha que passou no penhasco.
Não era a primeira vez que sua timidez tinha colocado-o numa posição difícil. Perdeu várias oportunidades durante a sua vida porque não conseguia se forçar nem sequer a falar. E quando falava, sempre achava que tinha dito a coisa errada, e ficava se corroendo por semanas e mais semanas.
— Sam quer que a gente cheque se os idiotas não estão passando dos limites nas nossas terras — avisou Jared que, aparentemente, seria seu parceiro de ronda naquela noite.
Embry franziu o cenho, sem entender de quais idiotas ele falava. Porque, para ser sincero, La Push estava repleta deles.
— Festa na fogueira com os caras-pálidas. — A voz de Jared soou irritada, e o Call conseguiu entender bem o porquê. Ao invés de estar com seu imprinting, a adorável Kim, havia sido chamado para verificar se um bando de adolescentes burros não cometiam bobagem.
Embry queria poder reclamar do mesmo motivo.
— O Tyler que está organizando de novo?
O amigo assentiu com os braços cruzados, e ele suspirou. Tyler O'Connel era famoso por dar as melhores festas e conseguir com facilidade barris de cerveja na conveniência do seu padrinho em Port Angeles, mesmo sendo menor de idade.
As reuniões dele sempre acabavam mal, e apesar de Sam já ter dado alguns avisos, não confiava que o garoto obedeceria às regras impostas. Por isso, ficariam de babá naquela noite. Perfeito.
— E não podemos nem ficar bêbados — queixou-se Embry, arrancando uma risada divertida de Jared.
O garoto pensou em como seria bom se ele conseguisse agir de forma tão descontraída com desconhecidos... Não. Não com desconhecidos. Com ela.
— Vamos nessa, cara. — Com um tapinha no ombro, começaram a correr em direção à praia.
O vento batendo no seu rosto o fazia desejar se transformar para correr em sua forma mais rápida. A temperatura elevada não deixava que ele sentisse frio, e Embry agradecia por isso. Ser um aquecedor ambulante o tinha salvo diversas vezes, e mal conseguia imaginar como seria se esse "poder" não fosse adicionado no combo de transformação. Morreriam todos de hipotermia com toda certeza.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Lobos e Monstros - Embry Call (2)
FanfictionEmbry era um garoto tímido e reservado, ao qual teve sua vida virada ao avesso quando se transformou em lobo. Criado apenas pela sua mãe; que pertencia a outra tribo, tinha como a maior dúvida da sua vida quem era seu pai biológico e, dentre Jacob...