Anjo da noite

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Capítulo 13

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Capítulo 13

por N.C Earnshaw


    ERIN NÃO SENTIU REMORSO ao deixar Jane para trás sem mais explicações. Tinha certeza que a garota tinha compreendido tudo. Não queria mais a amizade dela. Na verdade, desejava nunca mais vê-la, pois, a única coisa que a quileute queria a partir daquele dia, era ter pessoas que a amassem e a respeitassem ao seu lado. Nada de aceitar migalhas ou engolir falsidades. Se fosse deixar alguém se aproximar de si, teria que ser verdadeiro.

    Era triste perceber que estava sozinha no mundo. Sua mãe, a pessoa que deveria amá-la e protegê-la, trocou a própria filha por um embuste assediador. Sua melhor amiga era uma vaca, que passava o dia falando mal dela, mas a desejava. Seus outros amigos não eram tão amigos assim.

    Ela estacionou seu carro em uma estrada qualquer. Não havia outro lugar para onde ir. Ela chegou a pensar em ir para o único hotel de Forks, no entanto, descartou a ideia. Precisava economizar o máximo de dinheiro possível.

    Já tinha ouvido falar de pessoas que moravam dentro dos seus automóveis, então ela poderia fazer o mesmo. Seria um enorme desafio, entretanto, Erin era forte e iria superá-lo.

    O lugar estava um completo breu, e as únicas coisas que iluminavam o ambiente eram os faróis ligados em direção a floresta, mas que seriam desligados muito em breve. A bateria não era infinita para aguentar uma noite inteira sendo usada.

    Ela arrumou uma manta no banco de trás, assim como seu travesseiro. E após confirmar que o carro estava seguro, apagou todas as luzes.

    O silêncio era quase enlouquecedor. Sua mente tentava trazer as memórias do seu dia, querendo castigá-la com as lembranças que apenas precisava esquecer. Para sua sorte, Erin conseguiu rejeitá-las. Achava que tinha chorado o bastante.

    O único som que ouvia era de alguns animais caminhando ali perto, e cada vez que um galho se quebrava ou o vento batia com força contra os vidros do carro, a Landfish se encolhia.

    As lendas da tribo sobre criaturas da noite que sugam o sangue das pessoas até a morte, foram o terror da sua infância. Ela lembrava de ir dormir encolhida, com medo de que alguma delas entrasse pela janela do seu quarto e enfiasse as presas em seu pescoço, e sempre acordava com a cama molhada de xixi.

    Para sua tristeza, seu padrasto acabou soltando na frente de alguns dos seus colegas que ela ainda mijava na cama aos dez anos, e Erin foi apelidada de "Erin: a mijona".

    Sua sorte foi ficar atraente na adolescência, e o apelido foi esquecido em meio ao "gostosa" e "vadia". No entanto, mesmo que doesse admitir até para si mesma, ela ainda sentia medo daquela história de terror.

    Batidinhas do vidro em que estava encostada fizeram a Landfish berrar a plenos pulmões. A palidez da pessoa do outro lado do vidro deixou seu coração ainda mais acelerado, e ela levou alguns segundos para reagir. Com as mãos trêmulas e os pensamentos acelerados pelo medo, ela pegou o macaco que estava solto no porta-malas e apertou-o contra o peito. Se aquela coisa do lado de fora conseguisse abrir o carro, bateria sem dó em sua cabeça e sairia correndo dali sem nem pensar duas vezes.

Entre Lobos e Monstros - Embry Call (2)Onde histórias criam vida. Descubra agora