Sopa de legumes

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Capítulo 20

por N.C Earnshaw


    MESMO COM AS RONDAS que o faziam virar a madrugada acordado correndo quilômetros sem descanso, Embry fazia questão de acordar no horário em que Erin saía para trabalhar — ao menos nos dias em que ela pegava os turnos da manhã. O sono, certas vezes, tentava ganhar o melhor sobre ele. No entanto, assim que ele ouvia os passos ritmados pela casa, levantava-se num pulo, visto que nunca sabia se aquela seria a única interação que teria com seu imprinting em horas.

    Eles tinham estabelecido uma rotina antes que se dessem conta. Ambos tomavam café-da-manhã juntos, aproveitando para jogar conversa fora enquanto preparavam a refeição. Depois, Erin fazia questão de levá-lo na porta do colégio e observá-lo entrando junto com os outros estudantes.

    Embry nem sempre assistia às aulas.

    Nos dias de ronda, fingia que entrava, mas fugia para a floresta quando ouvia o carro da garota se distanciar.

    Seu coração aquecia ao saber que ela se preocupava com o seu futuro, entretanto, os segredos estavam começando a irritá-lo. Queria falar abertamente sobre tudo com Erin, inclusive sobre a sua vida secreta de protetor da tribo. A única coisa que o segurava, era o receio de ser rejeitado ao falar do imprinting. Queria conquistar Erin sem que ela se sentisse forçada a corresponder seus sentimentos, e seu coração não estava preparado para receber uma resposta negativa.

    Embry não compreendeu porque seu corpo despertou tão abruptamente no meio da noite. Ele olhou o relógio de cabeceira da sua mãe e suspirou quando viu que faltavam apenas dois minutos para as quatro. Para se assegurar que tudo estava bem, ele apurou seus sentidos, ouvindo apenas o tamborilar calmante das gotas de chuva caindo no telhado e o respirar profundo do seu imprinting.

    O quileute tentou fechar os olhos para voltar a dormir, no entanto, parecia que o sono tinha fugido completamente do seu corpo. A única imagem que vinha à sua mente era a de Erin. E apesar de saber que ela estava bem e respirando, alguma coisa no fundo da sua mente berrava para que ele fosse se certificar com os próprios olhos.

    Ele jogou a coberta de lado apressadamente, não se importando em acender qualquer luz no caminho — uma vez que seus olhos conseguiam enxergar muito bem mesmo naquele breu —, e caminhou sem hesitação em direção ao seu antigo quarto.

    Tentando não acordá-la com o ranger da madeira, ele abriu a porta com cautela e xingou baixinho quando não obteve êxito em ser silencioso.

    Era a terceira vez que Embry a via dormindo, e ele não conseguia se cansar de apreciar a maneira fofa com que Erin sempre se cobria com milhares de cobertores como se estivesse criando seu próprio casulo. Nas vezes em que ela deixava o rosto para fora, ele podia apreciar as bochechas vermelhas e os lábios entreabertos.

Entre Lobos e Monstros - Embry Call (2)Onde histórias criam vida. Descubra agora