Verde ou vermelho?

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Capítulo 12

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Capítulo 12

por N.C Earnshaw


    DIZER QUE NÃO PRECISAVA da casa foi uma das maiores mentiras que Erin contou em sua vida. Não tinha dinheiro o bastante para alugar um espaço por muito tempo. Apesar de ter juntado, não podia gastar aquela grana quando precisava comer e colocar gasolina no carro. Se perdesse o emprego, estaria completamente ferrada.

    Por não ter nenhuma mala — uma vez que nunca viajou para fora do estado, teve que colocar suas roupas em sacos de lixo. As lágrimas atrapalhavam sua visão, mas não a impediam de arrumar tudo com rapidez. Queria se livrar daquele lugar tóxico o mais rápido possível.

    A quileute sabia que sofreria quando saísse por aquela porta. O que ganhava de garçonete não era o suficiente para que ela conseguisse se sustentar sozinha. No entanto, não conseguia se ver ficando naquele lugar após o que Carter fez.

    Ela tinha suportado anos e anos de xingamentos, olhares sujos e ameaças, mas não admitia que ele a tocasse ou nem sequer tentasse tocá-la.

    Se naquele dia ele tinha se masturbado olhando para ela, o que faria no dia seguinte, ou na semana seguinte? A Landfish não arriscaria sua saúde mental e física, ficando no mesmo ambiente que aquele monstro.

    Deu três viagens do quarto até seu carro para levar suas coisas, ignorando a presença da mãe e do padrasto na sala. A mulher cuidava dos ferimentos do marido fingindo que Erin não existia. Enquanto Carter a fuzilava com olhos e a xingava todas as vezes que ela passava.

    Foi com alívio que conseguiu encaixar todos os seus pertences na mala. Havia ficado receosa em deixar qualquer uma das suas coisas para pegar depois, pois tinha certeza que seriam rasgadas ou queimadas, para enfim serem jogadas no lixo.

    Não viu razão para se despedir da mãe. Kayla tinha sido bastante clara na sua escolha.

    Saiu com o carro e olhou uma última vez pelo retrovisor para a casa que tinha marcado sua vida de diversas maneiras. As lágrimas continuavam a escorrer pelo seu rosto, mas a certeza que estava fazendo o melhor para si mesma, tomava seu coração.

    Ela dirigiu sem destino por quase uma hora. Estava buscando coragem dentro de si para pedir ajuda a algum dos seus amigos.

    Erin pensou em Jane, primeiramente. A garota era sua melhor amiga de infância, e mesmo que sempre brigassem, tinha certeza que ela a ajudaria.

    Ela parou em frente a casa da amiga, respirou fundo e desceu do carro, guardando seu orgulho num lugar escondido. Não precisava dele naquele momento para tornar a situação ainda mais humilhante.

    Antes que ela batesse, a porta já tinha sido aberta. Era a mãe de Jane, Mary.

    Mary era uma mulher entre 60 e 65 anos, tinha engravidado de Jane mais tarde, e considerava a filha um milagre. Era muito parecida com a Miller mais nova — com exceção dos olhos que eram verdes, enquanto os de Jane eram castanhos. A baixa estatura era a mesma, os cabelos longos, lisos e negros — tão comuns na tribo, e o mesmo formato do rosto. Era bonita, mas o tempo tinha deixado marcas em sua pele, não negando a idade mais avançada.

Entre Lobos e Monstros - Embry Call (2)Onde histórias criam vida. Descubra agora