Pai do ano

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Capítulo 21

por N.C Earnshaw


    ERIN NÃO ENTENDIA porque Tyffany ainda se dava o trabalho de voltar para casa. Para ser sincera, apesar de estar muito grata por ter sido aceita e adorar a mulher, todas as vezes que a Call pisava os pés em casa, Embry e ela brigavam feio.

    A Landfish entendia completamente os motivos dela. Ela era uma mãe que estava preocupada com seu filho. No entanto, a maneira com que ela abordava as discussões não parecia surgir efeito algum, pois apenas afastava cada vez mais Embry dela.

    A quileute não podia negar que se encontrava corroendo-se de curiosidade para saber o que ele aprontava durante as madrugadas. O garoto tinha melhorado bastante em relação aos horários, mas várias eram as noites em que ela esperava por ele encolhida no sofá da sala. E diversas foram as vezes que ela sentiu uma imensa vontade de enchê-lo de perguntas — ela sabia que obteria respostas se o forçasse —, entretanto, controlava-se no último segundo. Desejava que Embry se abrisse com ela porque se sentia confortável, não por obrigação.

    Mãe e filho tinham evitado brigar abertamente na sua frente durante os primeiros dias. Mesmo que Tyffany forçasse Embry até o limite, ele apenas a escutava em silêncio, e ela evitava gritar.

    Naquele dia em específico, no entanto, enquanto Embry cortava os vegetais para o jantar e Erin preparava a carne, a senhora Call entrou pela primeira porta da frente como um furacão.

    — O diretor da escola ligou — disse Tyffany, furiosa, alcançando Embry em passos largos. A única coisa que separava seus corpos era uma bancada de madeira, e Erin não achava que seria suficiente para conter a raiva da mulher. — De novo. É a quinta vez no mês, Embry! A quinta! Você me prometeu que ia mudar...

    — Estou tentando, mãe. — A voz do garoto soou baixa e fragilizada, fazendo com que Erin sentisse uma súbita urgência em protegê-lo.

    — Não minta pra mim, garoto! — gritou com os olhos cheios de lágrimas. Uma veia pulsava em sua testa e ela cerrava as mãos em punho. — Você entende, não é, que ao se recusar a estudar você apenas está ferrando com o seu futuro? Nenhuma empresa que se preze vai contratar alguém que não tenha terminado nem o segundo grau. Se quiser um dia sair desse buraco...

    — La Push não é um buraco, mãe. É o meu lar. É onde eu quero continuar a viver e formar a minha família. Por que eu iria querer sair daqui?

    Erin queria se mover e falar algo para acalmar os ânimos, sobretudo quando percebeu um brilho diferente nos olhos de Tyffany. Foi neste instante que ela soube que as próximas palavras dela iriam ferir Embry profundamente.

Entre Lobos e Monstros - Embry Call (2)Onde histórias criam vida. Descubra agora