Embry era um garoto tímido e reservado, ao qual teve sua vida virada ao avesso quando se transformou em lobo. Criado apenas pela sua mãe; que pertencia a outra tribo, tinha como a maior dúvida da sua vida quem era seu pai biológico e, dentre Jacob...
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Capítulo 14
por N.C Earnshaw
A VIDA DE UM GAROTO que se transformava em lobo não era fácil. Além de ter que viver uma vida dupla — digna de filmes de ação — ao qual tinha que esconder todos os detalhes excitantes, passar pela agonia da primeira transformação, e tomar como dever em uma idade tão tenra proteger uma cidade inteira de criaturas que antes ele não acreditava passarem de lendas, tinha que se apaixonar da maneira mais bizarra possível.
Ele não concordava com a opinião de Jacob sobre o imprinting tirar suas escolhas. Na real, ninguém escolhe quem quer amar, e Embry apostava com tudo que tinha que após o sofrimento que Bella fez seu amigo passar com a rejeição, no fundo, tudo o que o outro mais desejava era que o imprinting aparecesse para salvar sua alma.
A magia os fazia encontrar o amor verdadeiro num século em que a maioria das pessoas não acreditava no amor. E Embry se sentia, em parte, sortudo por isso. Ele tinha a oportunidade de saber reconhecer sem sombras de dúvidas a mulher que tomaria seu coração para sempre e poderia fazê-lo feliz.
Jogar vídeo-game até tarde foi uma péssima ideia, pensou ele, revirando-se na cama ao ouvir alguém batendo em sua porta. Seus sentidos não estavam despertos o bastante para que ele conseguisse reconhecer a pessoa pelo cheiro. Sua mente inebriada desejava apenas voltar a dormir e aproveitar o colchão macio sob seu corpo, até que todos os seus problemas fossem esquecidos.
Embry lembrou da outra noite, quando Quil chegou repentinamente em sua casa com sacolas de salgadinho, refrigerante barato e alguns bolinhos que, com certeza, havia furtado da casa de Emily.
Sua mãe, apesar de odiar o barulho que eles faziam sempre que se reuniam, não abriu a boca para reclamar. Afinal, enquanto ele estava em casa, ela podia observá-lo, já fora dela...
— Call! Acho melhor você levantar esse traseiro magrelo da cama antes que eu quebre sua porta. — Assim que ele reconheceu a voz de Paul, apertou os olhos com força, agarrando-se ainda mais à cama. Era pedir muito, somente algumas horas de sossego?
— Vai embora! — resmungou sem se mexer, sabendo que com a audição de lobo, o outro poderia ouvi-lo com clareza mesmo estando do lado de fora.
Embry ouviu Paul grunhir e voltar a bater o punho contra a madeira. O garoto pensou na reação da sua mãe se chegasse em casa e encontrasse a porta quebrada. Ela iria matá-lo sem nem sequer pensar em perguntar o que aconteceu.
Xingando todas as gerações de sobrenome Lahote, ele jogou a coberta de lado e saiu da cama sem ligar muito para se vestir. A samba-canção que usava era suficiente para cobrir as partes constrangedoras.
Coçando os olhos e quase tropeçando nos próprios pés, Embry abriu a porta sentindo uma raiva que não experimentava há algum tempo. Odiava ser acordado, principalmente quando estava tendo um sonho tão bom. No entanto, o sentimento evaporou quando avistou a figura do Lahote.