Embry era um garoto tímido e reservado, ao qual teve sua vida virada ao avesso quando se transformou em lobo. Criado apenas pela sua mãe; que pertencia a outra tribo, tinha como a maior dúvida da sua vida quem era seu pai biológico e, dentre Jacob...
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Capítulo 18
por N.C Earnshaw
O ROSTO DE EMBRY era tão parecido com o da mãe que a fez sorrir. Enquanto os observava conversando pela janela da sala, escondendo-se atrás da cortina de florzinhas amarelas, ela admirava o brilho nos olhos do garoto que, poucos minutos antes, tinha a deixado de pernas bambas.
Ela agarrou-se firmemente ao tecido ao vê-lo abraçando Tyffany, e as lembranças da sua mãe voltaram para atormentá-la. A Landfish cravou as unhas nas palmas das mãos, tentando fazer com que a dor física fosse maior que a do seu coração. Era doloroso, por mais que ela se sentisse feliz que Embry e a mãe se dessem bem, ver que poderia ser ela nos braços de sua própria mãe.
Ela analisou a figura de Tyffany para se distrair — não queria ficar pensando em coisas que estavam fora de seu controle. E se surpreendeu com a altivez de sua figura. A mulher era magra e baixa, com a pele avermelhada típica dos nativo-americanos, e usava roupas elegantes. Uma calça caqui bege cintura-alta alongava sua figura, e a blusa branca de botões dourados tinha como sobreposição um blazer preto. Nos pés, um tênis de salto que um dia fora branco, mas que tinha sido maculado pela lama da entrada.
Erin ainda estava envergonhada por ter pulado sobre o garoto. Não sabia o que tinha dado nela. Quando o viu tão próximo a si, não conseguiu se conter. No entanto, essa vergonha não se comparava com a que ela estava experimentando no momento.
Ela sentiu vontade de se esconder no quarto e apenas sair quando a mulher fosse embora para trabalhar. No entanto, sabia que seria falta de educação e não saberia como olhar na cara dela se fizesse algo assim.
Suas pernas se moveram antes que ela pudesse controlá-las. Tyffany estava prestes a entrar na casa, e Erin não queria que a outra pensasse que ela estava espionando-os. Sem tempo para voltar para o quarto, a Landfish se jogou no sofá e tentou relaxar a sua postura para parecer que não tinha corrido uma pequena maratona vestindo-se para encontrá-la. Queria que a mulher gostasse dela. Não porque ela tinha aceitado sua presença na casa, mas porque queria que a pessoa mais especial na vida de Embry sentisse ao menos um pouco de afeto por ela.
Erin colocou a almofada verde sobre as coxas, e prendeu a respiração quando ouviu o barulho da porta rangendo e passos fortes batendo contra o piso. A risada alta de Embry preencheu o ambiente, e a garota conseguiu se acalmar um pouco mais com o som divertido.
— Oh. Você deve ser a Erin, não é? — Para o seu alívio, a voz soou simpática.
Ela abriu os olhos lentamente, e deu de cara com o rosto sorridente — e muito parecido com o de Embry —, encarando-a. Erin se apressou para cumprimentá-la, recuperando sua confiança, e devolveu o sorriso.
— Prazer em conhecê-la, senhora Call. — A quileute ergueu a mão, no entanto, seu corpo foi puxado para frente, e ela caiu nos braços abertos da mulher.