18 - Merecido castigo.

4 0 0
                                    

Quando Isabela abriu os olhos, Beatriz a abraçou emocionada.
Com muito tato, Beatriz perguntou à menina se ela lembrava o que aconteceu, Isabela fez uma expressão de angustia.

- Não posso falar disso.

- Mas querida, temos que saber como tudo aconteceu... Por que você estava correndo na escada se você nunca fez isso antes?

- Foi o que ela falou?

- Ela quem?

- A irmã Camila...

- Sim, mas o que aconteceu realmente?

- Não importa, foi isso mesmo.

- Por favor, precisamos que você nos conte o que aconteceu de verdade Isabela, só com sua palavra poderemos tomar alguma atitude.

Isabela afundou o rosto no travesseiro e chorou. Beatriz tentou consolá-la

- Por favor, Isabela, você precisa nos ajudar, temos que dar àquela mulher o que ela merece.

- A senhora não entende, ela é perigosa. O acidente com a madre, não foi um acidente... Foi ela, só pra me fazer pagar.

- Fazer pagar o que? Por favor, querida, eu juro por tudo o que é mais sagrado, eu não vou permitir que ela chegue nem perto de você e se você contar tudo que ela fez, então a colocaremos na prisão e ela nunca mais vai fazer mal pra ninguém.

Isabela titubeou por um momento, mas ao olhar para sua querida Beatriz, sentiu toda a segurança que uma criança só sente com sua mãe, então começou a contar.

Contou como Camila a humilhava e como batia sempre em seus pés ao ponto de ela não agüentar pisar no chão. Dos puxões de cabelo, dos pingos de vela, e por fim os socos e pontapés que a deixaram naquele estado, e a maneira fria como ela a jogou da escada.

Beatriz abraçou fortemente a menina e se culpou por não perceber antes e permitir que aquilo chegasse aonde chegou.

- Eu vou dar uma lição naquela cretina...

- Não adianta mamãe, ela é muito forte e vai te machucar também. É melhor deixar pra lá.

Neste instante, Camila entrou no quarto, querendo saber como a menina estava.

Isabela se encolheu de medo, mas Beatriz apertou sua mãozinha para lhe dar confiança, depois se afastou e deu espaço para que Camila se aproximasse.

Camila sentou-se na beira da cama, e Isabela sentia tanto medo que parecia que seu coração ia saltar para fora do peito, mas ela não percebeu que Beatriz estava trancando a porta e colocando uma maca na frente para ninguém de fora entrar.

Sem que Camila tivesse esperando, Beatriz arrancou-lhe a touca, a agarrou pelos cabelos, deu uma volta neles e a arrastou para longe de Isabela.

- Você gosta de puxar cabelos de crianças, não é! O que mais você gosta de fazer com criança que eu não sei? Você quer saber como uma criança se sente na sua mão?

Isabela sentia uma emoção nervosa. Queria ver sua super-Beatriz dar uma lição naquela mulher, mas ao mesmo tempo sabia que ela estava fazendo algo errado, e tinha medo de prejudicá-la, além do mais nunca pensou que sua querida Beatriz fosse assim tão forte.

Camila perdeu toda a ação, nunca tinha enfrentado alguém de seu próprio tamanho, se bem que Beatriz era menor que ela, mas ela era uma covarde que só conseguia bater em crianças.

Camila começou a espernear para tentar se soltar, então Beatriz bateu com a cabeça dela na quina da maca onde Isabela estava deitada.

Camila caiu atordoada, e Beatriz parecia possuída. Cada vez que lembrava daquele monstro chutando as costelinhas de sua garotinha, Beatriz sentia vontade de destruí-la por completo.

O RELICÁRIOOnde histórias criam vida. Descubra agora