31- Pesadelo psicodélico

3 0 0
                                    


Isabela colocou o pequeno João pra arrotar, de pé sobre seu peito, e enquanto lhe dava batidinhas nas costas, ia aspirando o cheiro de seus cabelinhos.

– O cheiro de bebê é tão bom!!! Quando João crescer, e parar de ter esse cheirinho, eu quero ter outro! Vou encher a casa de bebês!!

Beatriz lançou um olhar estranho na direção de Lúcio, que se sentiu constrangido e  mudou de assunto.

– Não precisa encher a casa de bebês... Basta colocar você no berçário... Temos bebês lá todos os dias...

Isabela cheirou novamente seu bebê, e beijou-lhe as bochechas.

– Eu não quero que ele cresça tão rápido... Quero que ele seja esse pedacinho de mim por muito tempo...

– Não beija o menino! – Beatriz a censurou com as crendices dos antigos – Sua saliva vai dar sapinho nele! Se quer beijar, beija o cabelinho!

Isabela sorriu tranquila e continuou contemplando seu bebê. Sentia-se novamente conectada a ele e estava arrependida por ter perdido tanto tempo afastada.

O médico chegou com a câmara ultravioleta e a enfermeira colocou uma venda nos olhinhos dele para proteger, e explicou que não era nada demais. Ele só precisava ficar em vigilância constante para não arrancar a venda, fora isso, sairia da câmara apenas para mamar e trocar a fralda.

A enfermeira já estava designada para a tarefa, mas Isabela tomou para si a incumbência. Queria recuperar todo o tempo perdido longe de seu bebê.

Durante toda a noite, Isabela velou por seu pequeno... Mesmo Beatriz e a enfermeira insistindo para que ela descansasse.

O instinto materno de Bela finalmente despertou, e ela via seu bebê como um ser independente, que nada tinha a ver com o seu agressor.

João era realmente uma criança carismática e encantadora, mas acima de tudo, Isabela sentia que o destino colocou ele em sua vida, e era obrigação dela tornar o mundo um lugar melhor para ele. Isabela não sabia explicar quando começou, e nem como surgiu, mas ela amava seu bebê como nunca amou ninguém na vida!

Na manhã seguinte, o pediatra pediu mais uma amostra de sangue, pra medir a quantidade de bilirrubina, e dessa vez, Isabela não conseguiu presenciar a cena.

O bebê chorou menos, como se já não estivesse surpreso com aquilo, ainda assim, quando devolveram ele para Isabela, ela o abraçou bem forte, e começou a amamentar imediatamente.

Olhando agora para o pequeno João, e sentindo seu cheirinho, Isabela não imaginava mais sua vida sem ele.

§§§

Isabela estava a horas, segurando o bebê e olhando para o rostinho dele. João dormia com uma expressão de tranquilidade, agora que o vínculo entre ele e sua mãe fora restabelecido.

A enfermeira pediu para Isabela colocar o bebê no bercinho e tomar um banho pra relaxar, mas ela estava relutante.

Tinha um estranho pressentimento, como se nunca mais fosse vê-lo caso se afastasse.

Como a enfermeira não deixou espaço pra recusas, Isabela resolveu obedecer. João dormia tranquilamente, então ela aproveitou pra tomar um banho demorado e pensar em como seria a sua vida dali pra frente.

§§§

§§§

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O RELICÁRIOOnde histórias criam vida. Descubra agora