Isabela colocou o pequeno João pra arrotar, de pé sobre seu peito, e enquanto lhe dava batidinhas nas costas, ia aspirando o cheiro de seus cabelinhos.– O cheiro de bebê é tão bom!!! Quando João crescer, e parar de ter esse cheirinho, eu quero ter outro! Vou encher a casa de bebês!!
Beatriz lançou um olhar estranho na direção de Lúcio, que se sentiu constrangido e mudou de assunto.
– Não precisa encher a casa de bebês... Basta colocar você no berçário... Temos bebês lá todos os dias...
Isabela cheirou novamente seu bebê, e beijou-lhe as bochechas.
– Eu não quero que ele cresça tão rápido... Quero que ele seja esse pedacinho de mim por muito tempo...
– Não beija o menino! – Beatriz a censurou com as crendices dos antigos – Sua saliva vai dar sapinho nele! Se quer beijar, beija o cabelinho!
Isabela sorriu tranquila e continuou contemplando seu bebê. Sentia-se novamente conectada a ele e estava arrependida por ter perdido tanto tempo afastada.
O médico chegou com a câmara ultravioleta e a enfermeira colocou uma venda nos olhinhos dele para proteger, e explicou que não era nada demais. Ele só precisava ficar em vigilância constante para não arrancar a venda, fora isso, sairia da câmara apenas para mamar e trocar a fralda.
A enfermeira já estava designada para a tarefa, mas Isabela tomou para si a incumbência. Queria recuperar todo o tempo perdido longe de seu bebê.
Durante toda a noite, Isabela velou por seu pequeno... Mesmo Beatriz e a enfermeira insistindo para que ela descansasse.
O instinto materno de Bela finalmente despertou, e ela via seu bebê como um ser independente, que nada tinha a ver com o seu agressor.
João era realmente uma criança carismática e encantadora, mas acima de tudo, Isabela sentia que o destino colocou ele em sua vida, e era obrigação dela tornar o mundo um lugar melhor para ele. Isabela não sabia explicar quando começou, e nem como surgiu, mas ela amava seu bebê como nunca amou ninguém na vida!
Na manhã seguinte, o pediatra pediu mais uma amostra de sangue, pra medir a quantidade de bilirrubina, e dessa vez, Isabela não conseguiu presenciar a cena.
O bebê chorou menos, como se já não estivesse surpreso com aquilo, ainda assim, quando devolveram ele para Isabela, ela o abraçou bem forte, e começou a amamentar imediatamente.
Olhando agora para o pequeno João, e sentindo seu cheirinho, Isabela não imaginava mais sua vida sem ele.
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Isabela estava a horas, segurando o bebê e olhando para o rostinho dele. João dormia com uma expressão de tranquilidade, agora que o vínculo entre ele e sua mãe fora restabelecido.
A enfermeira pediu para Isabela colocar o bebê no bercinho e tomar um banho pra relaxar, mas ela estava relutante.
Tinha um estranho pressentimento, como se nunca mais fosse vê-lo caso se afastasse.
Como a enfermeira não deixou espaço pra recusas, Isabela resolveu obedecer. João dormia tranquilamente, então ela aproveitou pra tomar um banho demorado e pensar em como seria a sua vida dali pra frente.
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O RELICÁRIO
ChickLit"Uma pequena joia que presenciou uma linda história de amor. Uma rixa de família, que acabou em tragédia ao melhor estilo Romeu e Julieta. Isabela é o fruto de um grande amor, mas foi lançada sozinha no mundo e agora, só o pequeno relicário, herdado...