"Uma pequena joia que presenciou uma linda história de amor.
Uma rixa de família, que acabou em tragédia ao melhor estilo Romeu e Julieta.
Isabela é o fruto de um grande amor, mas foi lançada sozinha no mundo e agora, só o pequeno relicário, herdado...
Isabela não sabia por onde começar. Não fazia nem ideia de quem era o tal namorado... Maria nunca sequer lhe mostrou uma foto, e nem disse seu nome. Contou apenas que era um primo de seus primos.
Decidiu então procurar pela família dela, pouco a pouco, para descobrir as informações.
A irmã Paulina procurou nos antigos prontuários, e encontrou o endereço do pai de Maria, mas quando Isabela foi procurar por ele, já não estava mais morando lá. Ninguém no antigo endereço, sabia sequer quem era aquela família.
Mariana deu a idéia de procurar informações no cemitério.
Isabela aproveitou para levar flores à amiga, e agradecer por ela, mesmo do além, ter contribuído para que Isabela encontrasse seu Luck.
Em seguida, perguntaram ao zelador quem estava responsável pela manutenção do túmulo, e ele entregou a elas um endereço.
Era uma casa simples, num bairro de periferia, e quando Isabela ia bater palmas, uma mocinha, de aproximadamente doze anos, voltava da escola e entrou na casa.
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Isabela ficou parada, estupefata, encarando a menina. Ela era a cópia perfeita de Maria.
A menina ficou constrangida com a encarada, ainda assim sorriu e perguntou em que podia ajudar.
Isabela perguntou se o senhor Miguel estava, ao que a menina respondeu:
– Ele é meu pai. Tá trabalhando no momento, mas daqui a pouco ele vem pra almoçar. Vocês querem esperar por ele? Vou avisar minha mãe.
A menina entrou correndo, e voltou em seguida, com uma mulher, que cumprimentou as duas, muito solícita, e as convidou pra entrar. Isabela não se cansava de olhar para a menina, e ver o quanto se parecia com Maria.
§§§
Miguel passou a manhã inteira lembrando da irmã falecida.
A coordenação do cemitério fez aquela ligação, avisando que alguém procurou o túmulo da menina, e agora queriam saber onde encontrar seus parentes... a coordenadora pediu autorização para entregar seu endereço, e Miguel concordou.
Agora estava remoendo de curiosidade.
Quem poderia despertar interesse naquela pobre menina? Miguel se lembrava da irmã como uma alma desafortunada.
Quando a mãe deles faleceu, Miguel tinha 15 anos, já trabalhava num lava-jato e ganhava o próprio dinheirinho, mas tinha um irmão, de 7 anos e uma irmã de 9. Ambos ainda eram muito pequenos, precisavam dos cuidados da mãe, e o pai deles estava completamente perdido na criação dos filhos.
Os irmãos caçulas de Miguel passavam a maior parte do tempo com uma tia, que já tinha os próprios filhos pra dar trabalho. Certo dia, a tia reclamou que não conseguia dar conta da menina, por isso aconselhou o pai a colocá-la no colégio interno.
