21 - Linha tênue

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Isabela sentia um soluço preso em sua garganta enquanto beijava Lucio.

Finalmente, tudo o que desejou em relação ao amor, estava se concretizando, e era muito melhor do que imaginou.

Estranhamente, quando estava com Lúcio, a imagem de Luciano não era invocada.

Isabela estava surpresa com suas próprias reações; sempre tivera muitos pudores, e ainda a pouco tinha arrumado a maior cena por causa de seus remorsos, mas quando estava nos braços de Lucio, confiava inteiramente nele, e seu medo desaparecia.

Não pensava no que a irmã Beatriz pensaria, nem no que diria a todos no dia seguinte, nem tinha medo que ele lhe machucasse de alguma forma...

Quando estava com Lucio só conseguia pensar no prazer que sentia e queria que aquilo nunca tivesse fim.

Isabela sentiu-se mais ousada, retribuindo as carícias, explorando o corpo dele da mesma maneira que ele estava fazendo...

No sofá da sala, Isabela se posicionou sobre Lúcio, beijando-lhe os lábios, enquanto seus corpos se moldavam, seus cabelos cobriam seus rostos como uma cascata, enquanto seus quadris se movimentavam sobre ele, atiçando seus desejos...

Lucio estava assustado, pois era a primeira vez que ia tão longe. Nunca antes tivera a urgência de fazer amor com uma mulher como a que sentia com Isabela.

Tinha medo de fazer alguma besteira que fizesse Isabela recuar, então refreou seus instintos.

Ainda ofegante, com a respiração alterada, Lucio a afastou de si um pouco, admirando-a com veneração, e de forma muito cautelosa, falou:

– Melhor a gente vir só até aqui, por enquanto... teremos uma vida inteira pela frente pra dar outros passos, e quero fazer tudo do jeito certo, sem te faltar com respeito, e sem decepcionar as pessoas que confiaram em nós.

Isabela sorriu, embevecida, e beijando-lhe os lábios de leve, concordou.

– Está bem, doutor Lucio! Por hoje já está bom. Mas nunca mais vou deixar você fugir de mim!

§§§

Isabela ainda custava acreditar na sorte que tinha. De repente lembrou-se de Bia.

– Se a mamãe sonhasse com o que estamos fazendo... ela teria um surto nervoso... A propósito, o que ela queria?

Lucio não entendeu o que Isabela queria dizer e ela explicou.

– Ela veio aqui em casa, não veio? O que ela queria? Pensei em ligar para o colégio, mas é melhor perguntar a você já que foi você quem a levou. E aí, ela chegou bem?

Lucio endireitou-se e perguntou confuso.

– Mas do que está falando? Eu não vi a irmã Beatriz hoje!

Isabela levantou-se assustada.

– Como não a viu? Você mesmo ligou para o colégio avisando que ela ia dormir aqui, depois tentei ligar pra casa e ninguém atendia... Imaginei que ela desistiu da idéia e você levou ela pra casa. Se não a viu hoje, porque ligou para a irmã Paulina dizendo que ela ia dormir aqui?

– Não sei do que está falando! – Lucio estava apavorado – Não liguei pra ninguém!

Isabela correu para o telefone.

O telefone tocou muito tempo, e Isabela começou a rezar para que estivesse tudo bem; esperava que Beatriz atendesse, mas para sua decepção quem atendeu foi a irmã Paulina.

– Isabela, é você? O que faz acordada à uma hora dessas?

– Sei que está tarde, mas a senhora poderia chamar a mamãe Bia pra mim?

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