Lucio trabalhava em dois hospitais, e nos dias que não estava trabalhando na maternidade, trabalhava das 13 às 17 no hospital de seu pai, de maneira que quase não parava em casa.
Bela agradeceu ao fato de ter Justina morando com eles, senão se sentiria muito solitária naquele enorme apartamento.
Isabela acordou cedo, e como não tinha nada pra fazer, resolveu organizar seu guarda-roupa.
Lucio encontrou Bela nessa tarefa então trouxe uma pilha de roupas para que desse uma olhada.
- Percebi que você tem poucas roupas, e pensei que temos que sair para comprar mais, mas de nada vai adiantar comprar agora, que você está acima do peso, por isso pensei que poderia aproveitar algumas destas camisetas minhas... Sou bem grande, acho que elas vão te servir por um tempo.
Isabela aceitou emocionada. Abraçou a pilha de roupas, aspirando o perfume de roupas recém-lavadas e estremeceu ao imaginar que aquelas roupas já envolveram o corpo de Lucio.
Sentiu-se tão agradecida que lhe deu um abraço. Lucio corou constrangido, e Isabela completou divertida.
- Agora preciso ver se a Justina me empresta algumas bermudas e umas calças para combinar, ela está um pouquinho acima do peso e acho que vai servir.
Lucio e Bela riram da piada, pois sabiam que era bondade de Isabela dizer que Justina estava um pouco acima do peso, já que Justina era muito gorda.
§§§
À tarde, quando Lucio voltou do hospital, resolveu levar Isabela ao cinema.
Isabela sempre ouviu das irmãs que o cinema era um antro de perdição aonde as pessoas iam para aproveitar o escurinho e fornicar; ficou apreensiva quando recebeu o convite, mas ao mesmo tempo sentiu-se impelida a aceitar, justamente pela curiosidade de saber se o cinema era mesmo do jeito que as irmãs diziam.
Também estava esperançosa, pois se o cinema fosse mesmo um lugar para fornicar, ela esperava que Lucio tentasse namorá-la de algum jeito, e a expectativa a deixava empolgada, mas quando chegou ao cinema, viu que ele não era nada daquilo que ela imaginou.
A entrada do cinema era um grande salão onde se formavam filas nas várias bilheterias.
O salão tinha muitas luzes coloridas, uma lanchonete cheirando a pipoca na manteiga e grandes cartazes anunciando os filmes que estavam em exibição.
Depois que Lucio comprou os ingressos e um grande pacote de pipocas, deu o braço à Bela e se dirigiu à sala onde o filme seria exibido.
Na entrada da sala tinha uma mulher recolhendo os ingressos. Quando eles entraram, as luzes ainda estavam acesas e a tela exibia trailers de outros filmes.
Quando a sala já estava quase completamente cheia, as luzes se apagaram e o filme começou.
Todos estavam silenciosos, prestando a maior atenção ao filme, e por curiosidade, Isabela olhava em volta para ver se presenciava alguma coisa daquilo que as irmãs falavam, mas não viu nada, parecia que todos estavam ali com o único objetivo de assistir realmente ao filme.
Bela também se entregou àquela maravilhosa emoção de estar diante da grande tela. Tudo era extremamente fantástico, os personagens eram gigantescos, e a impressão que ela tinha é de que estava dentro do filme.
Era um filme de suspense, com um final surpreendente.
Lucio estava envolvido com a trama e parecia nem reparar em Bela que tremia a seu lado; para ele, tudo era tão corriqueiro que não o deixava abismado.
Isabela amou o cinema. Ficou surpresa com o final do filme e não parava de comentar todos os detalhes que se elucidaram no final.
Lucio sorria e comentava que cinema era igual à TV, a diferença é que era maior e seus filmes eram inéditos, ao passo que na TV só passava reprises.
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O RELICÁRIO
ChickLit"Uma pequena joia que presenciou uma linda história de amor. Uma rixa de família, que acabou em tragédia ao melhor estilo Romeu e Julieta. Isabela é o fruto de um grande amor, mas foi lançada sozinha no mundo e agora, só o pequeno relicário, herdado...