XXXII - Calmaria?

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          Madara chegou em sua casa e desabou em prantos. Pelo telefone já havia dispensado todos os funcionários, mandando-os ficarem em seus alojamentos, que eram trinta metros distante da casa. Até o motorista que o trouxera, ele mandou levar o carro pra lavar. Queria ficar sozinho.

          Há mais de dez anos, quando tinha comprado aquela casa, escolheu um cômodo e contratou um arquiteto e um decorador para que deixassem exatamente igual ao antigo quarto de Izuna. Aquele quarto ficava fechado e ninguém tinha autorização de entrar nele. Madara inclusive limpava, ele mesmo, quando o pó se acumulava no cômodo. Tinha um banheiro dentro do quarto, onde guardava os panos de limpeza. O quarto era conservado com tecnologias de última geração, daquelas usadas em museus, próprias para armazenar e preservar antiguidades. Tinha controle de umidade e de temperatura. Madara só tocava nos objetos pessoais de Izuna com luvas próprias e às vezes até usava pinça, quando o objeto necessitava de maior cuidado.

          Tirou os sapatos e entrou, olhando cada objeto e se lembrando. Depois,  escolhendo um lugar para colocar as fotos recém adquiridas, após  embalá-las em um plástico específico para preservar melhor. As fotos que ele tinha da mesma época, logicamente, estavam em melhor estado, uma vez que foram submetidas a processos de conservação adequados. Levara consigo uma toalha grande dessas de praia, que estendeu sobre o tapete, onde deitou, se permitindo chorar mais uma vez de saudades do seu amado Izuna.

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         Na sua casa, Orochimaru já havia parado de chorar e estava cuidando das plantas quando Hiruzen chegou.

          - Você não deveria estar na escola? - perguntou, enquanto seguia em sua direção e lhe dava um abraço.

          - O Madara aprontou mais uma. Não estava conseguindo ficar lá. Agora, eu sou namorado de Itachi Uchiha. Mais uma coisa pra machucar o coraçãozinho do meu Kabuto - Lágrimas inundaram seus olhos e Hiruzen o abraçou de novo. Manda se enrolou nos dois.

          - Calma, calma. Tudo vai ficar bem. Conversei com o Madara hoje. Acho que eu consegui mexer com o coração de gelo dele. Acredita que ele chorou na minha frente? Falei de Izuna. Do quanto ele o amava, e que, com certeza, jamais aprovaria o que seu irmão estava fazendo.

           Orochimaru enxugou as lágrimas e puxou-o para as cadeiras, que ficavam ali fora. Assim que sentaram ele disse:

           - Agora, conte-me tudo, por favor!

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          Na escola já era a hora da saída. Sasuke esperou por Kabuto e saiu junto com ele, acompanhando-o em silêncio  até em casa. Não pediu para entrar. Uma vez que o platinado já estava sofrendo bastante, decidiu dar-lhe um pouco de espaço.

          Quando Kabuto entrou, percebeu que estava sozinho em casa. Então, aproveitou para ir direto para o quarto e chorar toda a sua frustração e dor. Deitou na sua cama, agarrou seu travesseiro e acabou adormecendo em meio às lágrimas.

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          Hiruzen tinha acabado de contar tudo sobre seu encontro com Madara, quando a campainha tocou. Era Itachi. Ele estava cheio de sacolas. Quando Orochimaru foi abrir o portão, perguntou curioso:

          - Pra que tantas sacolas?

          - Eu disse que traria o almoço... - coçou a nuca - Mas não sabia do que você gostava, então trouxe várias opções - respondeu seguindo-o até a casa.

Amado ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora