VII - Senhor Manda

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          Faltavam quinze minutos para as três. Kabuto já havia passado mais de uma vez em frente ao endereço. Tinha muros altos na cor lilás e um portão de metal branco, através do qual não dava pra enxergar a casa, só um jardim bem cuidado com rosas, margaridas e pequenas flores coloridas que ele não conhecia.

          Foi até o final da rua e voltou. Faltava cinco minutos, então já era aceitável tocar a campainha.
Respirou fundo duas vezes e tocou.

          Segundos depois, Orochimaru apareceu, vestindo calça saruel azul marinho e camiseta baby look lilás. Os cabelos estavam presos numa trança jogada no ombro. Estava lindo. Sorriu ao vê-lo e veio até o portão abrindo-o.

          - Boa tarde, Kabuto! Seja bem vindo à minha casa....

          - Boa Tarde. Obrigado, Professor... - estava falando, mas foi interrompido.

          - Aqui eu sou só Orochimaru. Vamos entrar.

          Kabuto entrou, e enquanto Orochimaru trancava o portão, observou uma espécie de alameda feita de seixos em diferentes tonalidades de marrom e cinza, formando pequenas flores, que ia do portão até uma bonita casa com varanda, pintada de lilás  claro. Era o mais belo jardim que o rapaz já vira, com canteiros circulares de, rosas e margaridas, margeadas com flores pequeninas e coloridas que ele não sabia o nome.

          O mais velho perguntou:

          - Gosta de flores?

          -  Muito! Como se chamam essas pequenas? - perguntou apontando.

         - As coloridas? - o rapaz confirmou com a cabeça - Amor Perfeito. Significa amor romântico e duradouro. Na Mitologia grega era o dedicada à Atena, deusa da estratégia militar, sabedoria e artes. - falou sorrindo - E tem uma curiosidade: Em francês, seu nome é Penseè, que significa pensamento. Quando amantes precisavam se separar por tempo indefinido, davam essa flor de presente, para seu amor nunca cair no esquecimento.

          - Que interessante... - falou ainda encantado com as pequenas flores.

          - Venha, vamos entrar - disse seguindo em direção à casa. Kabuto ficou olhando o corpo esguio e o andar suave que ele tanto gostava. Orochimaru parecia um elfo entre as flores. Ao chegar na porta,  virou-se, e notando o jovem parado, chamou.

          - Venha!  Eu só mordo com permissão - disse brincando, mas com uma pontada de malícia, o que fez Kabuto corar...

          O rapaz chegou na varanda e  tirou o all star. Orichimaru ofereceu-lhe uma espécie de pantufa, esperou ele entrar e fechou a porta. O jovem ficou encantado com o que viu: uma sala clara, pintada num lilás quase branco, sofás cor de creme e uma espécie de divã na mesma cor ao lado, uma mesinha de centro feita de vidro e metal cromado e uma estante de cor clara com TV, aparelho de DVD, um arranjo de flores e vários livros, dentre os quais Kabuto pode reconhecer alguns de biologia, física e vários best sellers famosos. Também havia um quadro de uma cena na selva com diversos animais.

          - Sente e fique à vontade. Vou pegar o chá - disse Orochimaru, saindo da sala e atravessando uma linda cortina de miçangas transparentes.

           Kabuto sentou, meio sem graça na pontinha do sofá. A casa tinha o perfume do professor misturado ao aroma das flores que vinham de fora.

          Uns minutos depois, Orochimaru apareceu trazendo uma bandeja com um bule, duas xícaras lindas de porcelana com motivos florais, um pequeno açucareiro de inox e duas colheres pequenas. Também havia uma pequena travessa com bolachinhas amanteigadas. E guardanapos de papel.

Amado ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora