XXXV - Novidades

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          Itachi olhava pela janela do carro tentando entender o que acontecera com seu tio. Tudo o que presenciou ele dizer e fazer, na casa do Orochimaru pareciam ser atitudes e palavras de outra pessoa.

          - O que está pensando aí, Pirralho? - perguntou o tio com curiosidade.

          - Nada, tio. Estava só observando as ruas, as casas, as pessoas no seu vai e vem constante... - respondeu Itachi

          - Filosofando como sempre... - disse com um meio sorriso - Lembro que, quando tinha uns 4, 5 anos, você já ficava assim, longe e perdido em pensamentos. Um pirralhinho tão bonitinho... Parecia um mini-adulto.

          Itachi sorriu encabulado, tanto pelo elogio, quanto pela falta de  costume de ver o tio ser "legal".

        Chegaram em casa. Itachi abriu a porta e o portão, dando passagem para o tio entrar primeiro. Ao transpor a soleira, viu Sasuke olhando para o tio, branco como um papel.

         - Boa tarde, sobrinho - disse o tio indo em direção ao caçula e bagunçando-lhe os cabelos.

          Foi até engraçado de ver, pois Sasuke também não estava acostumado a gestos de carinho vindos do tio. Provavelmente pensou que iria levar um tapa.

         - B..Boa tarde! - disse quando conseguiu respirar novamente.

         Sentou-se e pediu pra Itachi sentar também.

          - Bem, a primeira parte do que preciso falar não é fácil pra mim, pois vocês conhecem bem o lendário "Orgulho Uchiha" - começou o mais velho - Não tem outra forma de dizer isso: Eu fui um desgraçado filha da p#!@, com vocês. Primeiro que eu nunca deveria ter usado vocês nessa vingança, fazendo ameaças, ofendendo e manipulando as suas vidas - suspirou - E segundo, sabendo que vocês não têm pais, eu poderia ter sido mais presente e os ajudado, por ser seu único parente vivo. Nada justifica, mas quero explicar que o acidente que matou meu irmão caçula não me deixava ver nada além da minha vingança idiota. - passou a mão no cabelo, nervoso - Na verdade eu nem vivi, propriamente falando. Era só trabalho e vingança. Por isso, preciso pedir perdão pra vocês.

         Era visível o constrangimento dele. Sasuke estava com os olhos arregalados e a boca meio aberta. Itachi só não estava tão abismado quanto o irmão porque tinha presenciado o que acontecera na casa de Orochimaru.

         - E então? São capazes de me perdoar? - perguntou o tio.

          - Sim! - disse o sobrinho mais velho, que era mais sensível - Posso ver que está arrependido.

          Mas Sasuke estava relutante.

          - Entendo, sobrinho - disse olhando para o caçula - Você tem direito de escolher.  Só peço que se você conseguir perdoar um dia, me diga.

          Sasuke apenas balançou a cabeça.

          - A outra coisa que quero falar é sobre o futuro de vocês e o meu. Não tenho herdeiros e, além de mim, vocês dois são os únicos Uchihas vivos - disse sério - Certamente minha empresa será herança de vocês. Mas eu gostaria muito que a direção da empresa ficasse na mão de um Uchiha. Sei que você, Itachi, gosta do seu trabalho como professor, mas pensei que o Sasuke poderia ir conhecer a empresa e talvez quem sabe, tornar-se, o presidente da Uchiha Empreendimentos , um dia.

          Sasuke abriu a boca e fechou várias vezes, como um peixe retirado da água. Itachi sorriu. Conhecia o seu otouto como a palma da sua mão. E via  seus olhos brilharem em expectativa.

Amado ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora