lights up - harry styles
okay - chase atlantic
! leiam os avisos no final do capítulo !
🥀
Quando Yoongi nasceu, ele foi deixado na porta de um orfanato por aquela que lhe deu a luz.
Houve um período, logo após descobrir sobre como havia chegado naquele inferno, que ele a culpou. Não conseguia entender o motivo de uma mãe ter tido um filho para, logo depois, jogá-lo para escanteio como se ele fosse descartável. Yoongi cresceu com aquele ódio dentro de si, com aquela sensação de que ele era insuficiente, de que ninguém nunca o desejaria. Como poderiam? Se nem sua mãe o quis?
Educado pela escola pública ligada ao orfanato, Yoongi viveu durante quinze anos em condições sociais e amorosas precárias. Ele não tinha para quem voltar no fim do dia, não tinha amigos com quem conversar no meio da aula e levar uma bronca do professor; ele não tinha uma vida, propriamente dito. Sua única escapatória eram os estudos e ele acabou destacando-se academicamente por não ter nada melhor para fazer durante o dia além de enfiar a cara em livros.
Quando atingiu seu décimo quinto ano de vida, Yoongi, para seu espanto, foi adotado.
Soohye, uma mulher solteira na casa de seus trinta, decidiu que não procuraria colocar outra criança no mundo quando poderia tirar uma da miséria e solidão do orfanato. E foi o que ela fez, buscando por uma mais velha que os casais, normalmente, rejeitavam por já ter atingido uma parte alta do desenvolvimento infantil. Yoongi a conquistou assim que ela pôs os olhos nele e poderia parecer clichê, mas nada nunca parecera tão certo quanto a ideia de cuidar daquele garotinho no canto da sala de brinquedos, isolado, desenhando uma águia com um giz em um pedaço rasgado de papel.
Sendo uma artista e tatuadora conhecida em seu ramo, Soohye sabia reconhecer um outro artista. Então, quando viu as mãos repletas de calos e sujas com marcas de caneta e giz de Yoongi, além da obra de arte estampada no papel que ele segurava, a reação foi imediata: ela precisava conhecê-lo, precisava tirá-lo dali e apresentá-lo ao mundo lá fora.
Anos depois, com Soohye sete palmos abaixo da terra, Yoongi não saberia dizer se se sentia agradecido por ela ter tirado-o daquele fim de mundo ou se preferia que ela nunca tivesse o feito para que ele não precisasse viver sem ela depois de ter se acostumado com todo o amor que ela lhe deu sem pedir nada em troca.
— Yoongi? Tá tudo bem?
Sem esperar convite, movido apenas pelos sentimentos ruins no peito e a necessidade de conforto, Yoongi passou por Hoseok e enfiou-se na casa dele, esperando que o ambiente fosse lhe trazer algum alívio.
— Ei, Yoon... — tentou novamente, hesitando antes de fechar a porta, olhando em volta como se buscasse por algo.
— Eu falei tudo pra ele. Tudo — grunhiu, puxando os fios desbotados para trás. — Tudo que eu não deveria falar.
— Falou tudo o quê pra quem, Yoongi? — Se aproximou.
— Jungkook — respondeu. — Eu falei muita merda, coisa que nem eu acredito. Eu só explodi, eu... Hoseok...
E o que Hoseok temia que acontecesse, aconteceu: Yoongi desabou. Lágrimas rolaram por suas bochechas sem controle algum, ele puxava os próprios fios com tanta força que suas juntas tornaram-se brancas. Um som desumano, dolorido, rasgou a garganta dele e foi como se Hoseok pudesse sentir em seu corpo.
Desesperado, ele caminhou até o mais velho e envolveu-o em um abraço, não precisando dizer nada e utilizando apenas o seu calor e carinho para demonstrar que estava ali.
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Hearts Don't Break • jjk + pjm
Fanfiction[CONCLUÍDA/LIVRO FÍSICO NA EDITORA EUPHORIA] Os pais não costumam conversar com os filhos a respeito de situações extremas como: "Se eu morrer e seu pai for o culpado, o que você vai fazer?" ou "Se eu morrer e sua mãe surtar e te culpar, o que você...