[CONCLUÍDA/LIVRO FÍSICO NA EDITORA EUPHORIA]
Os pais não costumam conversar com os filhos a respeito de situações extremas como: "Se eu morrer e seu pai for o culpado, o que você vai fazer?" ou "Se eu morrer e sua mãe surtar e te culpar, o que você...
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Jungkook já havia considerado a possibilidade de passar a noite em uma delegacia. Quando se era viciado e estava sempre rodeado de drogas, você acabava tendo pensamentos como aquele. E Jeon poderia listar todas as vezes em que pensou que, com certeza, algum dia de sua vida, passaria a noite na delegacia, tentando convencer os policiais de que não consumia drogas, de que era tudo um erro.
Nunca imaginou, no entanto, que se encontraria às duas da manhã em uma delegacia tentando soltar alguém por quem estava completa e loucamente apaixonado.
— Me perdoe, senhor, mas você não tem autorização para vê-lo e não terá até que meu superior libere — explicava o policial.
— Puta merda, e quando isso vai acontecer? — grunhiu. — Eu preciso falar com ele.
— Eu não saberia lhe informar, senhor.
Com as narinas queimando e a visão turva pela raiva, Jungkook virou-se, buscando o autocontrole em todas as células alcançáveis de seu corpo. Estava tão cego, que não viu quando a porta da delegacia se abriu e por ela passaram Lalisa, Yoongi e Taehyung. A primeira pareceu ter feito um esforço para ir até ali, enquanto os outros colocaram apenas um casaco sobre o pijama.
— Jungkook — chamou Lisa, se aproximando dele e tocando-lhe o ombro. — Deixa que eu vou resolver isso.
O tatuador assentiu, sabendo que poderia confiar nas habilidades da mulher, e recuou até estar ao lado de Taehyung e Yoongi, que lhe abraçaram antes de perguntarem o que tinha acontecido. Com dificuldade, Jungkook lhes contou e, mesmo que algo no fundo de sua mente gritasse para dizer que aquilo não se resolveria tão facilmente, ele preferiu acreditar nas palavras de consolo de Taehyung.
— Eu não acredito que ele ainda tava traficando — murmurou Taehyung, a decepção com seu melhor amigo visível em seu olhar.
— Isso que tá me fodendo — respondeu Jungkook, agoniado. — Porque eu tenho quase certeza de que ele não tava, Taehyung.
— Cê acha que isso foi armado? — Yoongi fez a pergunta que Jungkook ficou fazendo a si mesmo durante todo o caminho até a delegacia.
— Eu não sei, mas o pai dele acabou de ser preso e... Isso acontecer agora, é tudo estranho demais — grunhiu, sentindo aquela pulga atrás da orelha. — Vou conversar com Lisa a respeito disso.
A tal voltou até eles e a sua expressão não era nada boa. Suas sobrancelhas franzidas denunciavam a insatisfação que ela estava sentindo. Quando estava próxima o suficiente do grupo, respirou fundo e disse:
— Não vão conseguir soltar ele hoje.
Jungkook prendeu a respiração: — Amanhã?
Quando ela negou com a cabeça, ele sentiu o desespero lhe afogar.
