someone like me can be a real nightmare, completely aware
but i'd rather be a real nightmare than die unawarenightmare.mp3
#MelNaPica
🥀
Jimin sorriu, falsamente, pela décima oitava vez naquela noite.
Sentiu a pele pinicar por causa da maquiagem reforçada em seu pescoço, que demorara umas boas duas horas para ficar pronta, tudo porque o pai de Jimin não queria que os repórteres vissem a imagem de "delinquente" que o filho tinha. O adolescente desejou, com toda sua força, negar aquilo. Mas, se quisesse que tudo desse certo em seu plano, teria que seguir a palavra de seu pai por mais algumas semanas.
Suspirou aliviado quando o empresário saiu de sua frente e virou-se para o enorme vidro que ocupava a sua sala de estar, luxuosa e preenchida por políticos corruptos e empresários ladrões, e dava vista para a área com a piscina da casa. Seus dedos se firmaram em torno da taça de vinho que segurava, e ele sentiu a garganta rasgar quando o líquido desceu por ela. E não foi por conta do álcool. Foi por causa da raiva.
Ele odiava estar naquele ambiente tóxico, odiava ter que tirar seus piercings das orelhas, sobrancelha, língua e ainda ter que tampar as tatuagens para ficar na própria casa. Odiava fingir ter interesse em administração, gestão e economia quando tudo que queria era dedicar-se à música e à dança. Odiava fingir ser quem não era.
— Você vai quebrar a taça desse jeito.
Jimin virou-se para Lalisa, sorrindo pequeno para a irmã quando esta lhe ofereceu um sorriso doce. Ela sabia o quanto seu irmão mais novo odiava aqueles eventos, e não o culpava, afinal, para aguentar tantos homens velhos e nojentos defecando pela boca, tinha que ter estômago e paciência. Muita paciência.
— Eu só quero ir embora — o mais novo murmurou, apoiando a testa contra o vidro. — Tirar esse terno ridículo e vestir minhas roupas de mendigo.
— Realmente, quando vejo suas roupas me dá vontade de levar para costurar — Lalisa zombou, rindo junto ao irmão em seguida.
— Por que não está lá debatendo o grande futuro que a construtora pode ter? — ironizou Jimin, sentindo aquilo, que martelava sua mente há meses, bater com força novamente.
— Eu debateria o grande futuro que a empresa que eu vou fundar terá, mas eles só querem se forçar a enxergar um futuro que aquilo que o papai chama de empresa, não vai ter — ela rebateu, dando um gole em seu vinho tinto enquanto observava, ao longe, seu pai e o seu irmão mais velho, Heesun, conversarem animadamente com o dono de uma grande empresa de marketing, e que Lalisa não faria o esforço para lembrar do nome.
— Tenho fé que você vai limpar esse mundo empresarial, algum dia — Jimin suspirou, seguindo o olhar da irmã e fazendo uma careta quando viu seu irmão e seu pai rirem, falsamente, de algo que o velho barrigudo dissera.
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Hearts Don't Break • jjk + pjm
Fanfic[CONCLUÍDA/LIVRO FÍSICO NA EDITORA EUPHORIA] Os pais não costumam conversar com os filhos a respeito de situações extremas como: "Se eu morrer e seu pai for o culpado, o que você vai fazer?" ou "Se eu morrer e sua mãe surtar e te culpar, o que você...