[CONCLUÍDA/LIVRO FÍSICO NA EDITORA EUPHORIA]
Os pais não costumam conversar com os filhos a respeito de situações extremas como: "Se eu morrer e seu pai for o culpado, o que você vai fazer?" ou "Se eu morrer e sua mãe surtar e te culpar, o que você...
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Jungkook nunca gostou de parar e pensar no tempo.
Se ele era relativo ou se ele, realmente, existia. E o motivo era que sempre que ele parava para analisar aquele conceito complicado elaborado pelo ser humano, ele sentia-se depressivo. Jungkook tinha a impressão de que não aproveitava o suficiente do tempo que tinha, acreditava estar estancado no mesmo lugar há anos. Não avançava; e arriscaria dizer que, algumas vezes, recuava.
O tempo era uma tortura para Jungkook.
Mas ele nunca havia sido tão martirizante quanto aqueles sete dias que passou sem sinal de vida de Jimin.
Não estava surpreso, sabia que o passo que haviam dado juntos tinha sido demasiado confuso para o loiro. Que ele estava, provavelmente, enfrentando um surto emocional naquele momento; que ele não compreendia o que sentia com relação a Jungkook. Contudo, ele não era o único naquela situação e era aquele fato que tirava Jeon do sério.
Jimin estava sendo egoísta e aquilo estava destruindo o tatuador, que não percebia o quão dependente seu emocional estava tornando-se do mais velho.
Os dias pareciam estar se tornando mais longos e vazios sem a presença de Jimin. A cada vez que Jungkook olhava para o relógio, uma vontade agonizante de gritar lhe tomava por inteiro e ele precisava fazer uso de todo o seu estoque de autocontrole para não ceder a ela. Algumas coisas conseguiam lhe distrair por um momento, para a sua sorte, como trabalhar com a arte no corpo de alguém ou estar com seu irmão.
Mas, a cada dia que passava, aquelas coisas tornavam-se cada vez mais insuficientes.
E Jungkook se odiava por isso. Se odiava por não conseguir pensar em outra coisa que não fosse o par de olhos castanhos, o nariz de botão e os lábios carnudos. Se odiava por não conseguir desejar outras mãos em seu corpo que não fossem aquelas específicas, marcadas de tintas e com o toque tão firme que lhe fazia derreter como manteiga.
Jungkook se odiava por querer Park Jimin. Mas não conseguia mudar.
— Hyung, você tá prestando atenção? O capitão vai levantar o martelo agora!
Saindo de seu transe, o mais velho fitou o irmão com um sorriso culpado, como quem havia sido pego no flagra divagando sobre algo que não deveria. Puxou o pequeno para seus braços e soltou exclamações junto a ele, tentando concentrar-se no filme, mas sabendo que o alvo de sua concentração não era o Capitão América.
— Por que o Jiminnie não quis vir, hyung? — perguntou Jaehyun, no meio da cena de batalha.
Mais um suspiro culpado escapou dos lábios de Jungkook.
