[CONCLUÍDA/LIVRO FÍSICO NA EDITORA EUPHORIA]
Os pais não costumam conversar com os filhos a respeito de situações extremas como: "Se eu morrer e seu pai for o culpado, o que você vai fazer?" ou "Se eu morrer e sua mãe surtar e te culpar, o que você...
I've got my head full of dreams All shattered and broken like
somethingsgottogive.mp3
#MelNaPica
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🥀
— Lanche?
— Tá aqui.
— Caderno de rascunhos?
— Aqui.
— Camisa reserva?
— Aqui, hyung.
— O beijo no seu irmão?
— Mas, hyung, você vai comigo até a escola. — Jaehyun gargalhou gostosamente.
— Eu sei, pirralho, mas eu quero beijo agora também. — Virou a bochecha para o mais novo, recebendo um beijo molhado e um abraço em seguida.
Jungkook entrelaçou os dedos com os do mais novo, caminhando com este até a cozinha da casa pequena para pegar um suco de caixinha e o sanduíche que havia preparado de café da manhã para ele. A mãe deles, sentada na mesa, tomando uma xícara de café, observava-os em silêncio, sem expressão alguma no rosto destruído pelo álcool que ela, com certeza, ingeriu na noite anterior.
— Jungkook — chamou o filho mais velho. Jeon fitou-a, ajeitando a mochila de Jaehyun nas costas dele. — Eu preciso... preciso de dinheiro pras compras.
— Eu vou fazer as compras — respondeu, duro.
— Mas eu...
— Não, mãe — Bufou. — E não insista.
Jeon não acrescentou mais uma palavra, visto que ele sabia que sua mãe tinha conhecimento do motivo de ele não permitir que ela fizesse as compras por si só. Se acontecesse, o dinheiro para as comidas essenciais seria todo gasto em vodka e rum. O tatuado suspirou com o pensamento, guiando seu irmão pelos ombros até a saída de casa.
— Você acha que a mamãe, algum dia, vai me levar pra escola, hyung?
O mais velho demorou um pouco para respondê-lo, entrelaçando seus dedos para caminhar até o metrô com Jaehyun em segurança ao seu lado. Sua boca abria e fechava sob o olhar da criança que esperava, ansiosa, por uma resposta:
— Eu não sei, Jae. Realmente, eu não sei.
— Eu queria que ela fosse igual a você e que ela cuidasse de mim. — O bico tristonho nos lábios do irmão fez o peito de Jungkook apertar e a raiva domar seu âmago.
Sim, ele sentia raiva da própria mãe; raiva, pena e culpa. Era um misto de sentimentos que tomava-o todos os dias, fazendo com que ele pensasse e repensasse se valia a pena viver com isso. Era doloroso olhar para a mulher que o colocou no mundo e pensar que ela lhe culpava pela morte do marido; ouvir as palavras acusatórias e a decepção em sua voz quando ela trocava poucas palavras com ele.
