[CONCLUÍDA/LIVRO FÍSICO NA EDITORA EUPHORIA]
Os pais não costumam conversar com os filhos a respeito de situações extremas como: "Se eu morrer e seu pai for o culpado, o que você vai fazer?" ou "Se eu morrer e sua mãe surtar e te culpar, o que você...
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— Você fez de propósito!
— Por que caralhos eu faria isso de propósito, Jungkook?
— Eu não sei, porra, mas você faz tudo pra me irritar!
— Como é?! Eu?! — riu, irônico. — Até parece que eu não te ajudei a conseguir a porra de um emprego. Pra quê? Pra te irritar?
— Isso não vem ao caso agora! — choramingou, massageando as têmporas doloridas. — Todo o resto vem ao caso.
— Jungkook, eu não fiz isso de propósito. Não quero ficar preso com você. Na verdade, essa não seria uma opção nem se eu ganhasse vinte milhões de won. — Abanou a cabeça, indignado, tentando forçar a maçaneta novamente. — Essa merda não abre de jeito nenhum!
— Não força mais, se não vai quebrar — disse Jeon sem fitar o mais velho, já que seus olhos estavam fechados e os dedos ainda pressionando a área sobre suas pálpebras. Estava tudo doendo.
— Já tá quebrado, caso não tenha percebido — rebateu, bufando.
— Tá, então aceita a porra da situação e senta essa tua bunda no chão — grunhiu irritado.
Jimin, como um touro, bufou mais uma vez, sentando-se no chão de frente para o tatuador. Seu maxilar estava travado e sua mente só conseguia processar o fato dele ser um azarado, já que a última pessoa com quem ele gostaria de ficar trancado em um cubículo como aquele, era Jungkook. Poderia ser Taehyung, Hoseok ou até mesmo aquela garota com quem trocou uns beijos mais cedo.
Mas, não, o universo tinha que zoar com sua cara mais uma vez.
Distraiu-se por breves segundos brincando com o metal do piercing na língua, prendendo-o e girando-o entre os dentes.
— Que porra você tá fazendo? — perguntou ao ver Jungkook dedilhar as sobrancelhas.
— Tentando fazer minha dor de cabeça passar — respondeu baixo.
— Ah, eu tenho uma ótima técnica.
Jeon abriu os olhos lentamente, curioso:
— Qual?
— Parar de usar drogas e beber sem moderação.
— Vai à merda.
— Já tô nela, pelo visto.
Eles ficaram em um breve silêncio, sem se encarar, o clima pesado pairando no ar. Nenhum dos dois queria estar ali, era óbvio, mas Park sentiu que eles não precisavam ficar relembrando daquilo a cada dois segundos, visto que teriam que aguentar ali juntos até alguém sentir a falta deles.
