Merda, merda, merda! - Amaldiçoei em pensamentos.
Pitter tentava desesperadamente cortar o tentáculo da criatura, mas nem mesmo o aço afiado de sua espada conseguia atravessá-lo.
- FAÇA ALGUMA COISA! - Gritei para Hellviel que apenas observava a situação.
Eu me sentia impotente sem poder usar meus dons. Aaron era cada vez arrastado mais para dentro daquele buraco e a todo instante tentava agarrar-se a algo no chão. Eu estava aflita, meu coração palpitava em meu peito.
- Calyn! - Gritou Pitter chamando minha atenção. - É uma sombra!
Não podia ser... Sombras não eram...
- De fato, é uma sombra... - falou Hellviel pensativo.
COMO ELE CONSEGUIA FICAR TÃO CALMO EM UM MOMENTO DESSES?!!
Eu estava ao ponto de surtar!
- Mas uma sombra evoluída com o sangue de um descendente de Seraphina, filha de Colum, um dois oito grandes cavalhe...
- Poupe-nos da aula de história! - Gritou Aaron ainda se agarrando na vegetação, perigosamente perto do buraco da armadilha. Pitter segurava uma de suas mãos.
Como se não estivéssemos em uma situação de vida ou morte, Hellviel revirou os olhos - REVIROU OS OLHOS.
Pelos Deuses... Eu o mataria!
- Só quem possui um dom pode matá-lo
Suspirei aflita.
- Mas se ela usar qualquer de seus dons, eles vão nos achar! - disse Pitter em desaprovação, como se nós não soubéssemos as consequências disso.
Hellviel olhou para mim e eu já sabia a resposta, eu teria que fazer, provocar um possível alvoroço na floresta negra, caso contrário Aaron morreria. E eu não podia o perder novamente. Olhei para o meu amado cujo rosto estava contorcido em dor, sua perna em volta pelo tentáculo daquela criatura já estava embebida em seu sangue escarlate. Algo em mim se contorceu revolto pela imagem de Aaron sofrendo.
Ignorando olha de aviso de meu irmão Pitter, liberei meus dons.
Ah, e como foi bom...
Com toda raiva e toda a dor que emanavam dentro de mim invoquei o dom de Inclandescin, desejei que as chamas ardentes queimassem aquele ser até que não restasse nada mais do que cinzas no chão negro. Mas, para minha surpresa a criatura se contorceu e puxou mais Aaron para dentro do buraco. Corri em sua direção, pisei naquele tentáculo com a força de Forceu, tentando segurá-lo por mais tempo, com todo tom de comando que havia dentro de mim pedi para que a chamas crescessem, ardessem e queimassem mais e mais. E elas me obedeceram, cresceram tanto que chegavam aos céus. Com certeza todos ao redor já sabiam de nossa pequena visita clandestina a Floresta Negra. Mas nada me importava, a Criatura estava quase morta quando Hellviel gritou que já era o bastante.
- Precisamos a levar viva, lembra?
Quase ri em desdém.
Acalmando minhas chamas, deixei a criatura grunhindo ferida no buraco e me abaixe para ajudar Aaron a se levantar.
Em algum lugar não muito longe de onde estávamos, um urro alto foi solto, quase que como um grito de guerra.
- Precisamos ir! - Disse Aaron entre os dentes cerrados, tentando se equilibrar com a penar machucada.
- Vão. - Disse Hellviel em tom de aviso. - Elas não vão demorar muito até chegar aqui.
E como se isso fosse o suficiente, o velho homem fez um corte em sua mão enrugada, balbuciou algumas palavras e o mundo ficou escuro.
<<•>>
Meu rosto bateu com um baque sobre o mármore gelado do templo de Aurindn. Eu sabia exatamente aonde estava quando em seguida escutei os arquejos dos reis a nossa chegada. Sem falar no detalhe de termos nosso convidado chamuscado.
As horas seguintes se arrastaram em um interrogatório interminável, mas eu sabia o que estavam titubeando, ganhando tempo para que eu não fizesse o que tinha que ser feito. Ninguém estava verdadeiramente preparado para aquilo.
A criatura foi acorrentada, mesmo que em seu estado chamuscado eu duvidasse muito que ela pudesse fazer-nos algum mal.
- Conhecer o inigo. Lembrem-se, essa idéia foi de vocês.
Não parecia mais uma boa ideia, mas ninguém ousou falar.
Somente os reis, Aaron, Victor, Pitter e eu estávamos presentes naquele salão na presença daquela criatura. Ninguém sabia ao certo de onde partir, Hellviel havia ficado para trás.
Estávamos sozinhos, mas aquilo deveria ser feito, nós precisávamos daquelas respostas.
- Victor - Chamo, pegando a mão de meu amigo.
Nós já havíamos combinado, como Victor possuía parte de meu dom, ele iria transcrever aos presentes o que eu veria dentro da mente da criatura, atravéz de nosso laço.
- Seja forte. - Victor sussurrou.
E pegando como um incentivo, olhei para criatura, buscando seus olhos negros e desprovidos de cor, desejando entrar em sua mente, mas como se já esperasse por isso, a criatura abriu suas defesas e me permitiu entrar, me permitiu ver aquilo que ela ansiava me mostrar.
"Antes de ver, eu sinto. Uma raiva tão grande, tão cruel, um sentimento destruídor, algo que faria qualquer um sucumbir.
Então flash enchem minha mente. Um arco de pedra, um portal semi aberto e como em uma vazamento, o mal, a escuridão escorria para fora dessa fenda. E, ela crescia mais, a fenda crescia conforme espectros encapuzados embebiam o chão diante do arco com um líquido rubro.
Minhas entranhas se agitam, mas não são as minhas mas sim a criatura. Uma comemoração, percebo.
A fenda cresce, mais e mais a cada segundo.
Aquilo nunca teria fim?
E como uma resposta, a mente fraca da criatura rosna para mim, mudando a visão do presente para algo que poderia ser o futuro.
Meus olhos viajaram sobre todas as terras de Wareehon, e como se observasse do alto vi com meus olhos a escuridão deixar a floresta negra e pouco a pouco cobrir cada parte dos reinos. Primeiro Forceu, depois Inclandecin e assim cobriria tudo, sem sobrar mais nada.
Meu sanguem não era mais preciso, a fenda havia sido aberta e quando estivesse grande o suficiente...
Uma nova onda de flashs são jogados sobre mim, imagens de dor e carnificina"
- Calyn, já basta!
Pisco, saindo da mente da criatura. Absorvendo aquela informação.
O portal estava aberto, criaturas de todos os tipos estavam a solta e em breve os Titãs das histórias retornariam para a sua vingança.
Olhei para os reis, plepexos a minha frente.
- Está na hora de atacar.
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Sétima Filha - Traída
FantasiSegundo volume da série. Calyn foi traída, enganada e apunhalada por quem se entregou de corpo e alma. Nada mais faz sentido em sua vida e a única coisa que a mantém viva é a promessa de não abandonar aqueles que precisam de sua ajuda e, sua sede p...