21 - Hipócritas

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MIA

Acompanho Aser até a sala do Rei Khasi, que era uma espécie de escritório luxuoso com vários artefatos de ouro e prata. Possuía uma arquitetura única e uma vista fenomenal para as árvores que cercavam o que parecia ser o lado direito do palácio. Na sala, vários guardas mantinham uma postura séria e profissional.

– Majestade. – Aser diz fazendo uma reverencia, e eu o imito.

– Ora Aser, sem formalidades entre nós. Se não fosse assim eu que deveria prestar reverência ao herdeiro do trono da Imperial. – Diz o Rei Khasi se aproximando dele para um abraço. Ele tinha a pele morena, barba e olhos castanhos claros. As vestes do Rei eram semelhantes às de um governador como o Sanz, porem a que o Rei usava era Azul escuro com detalhes em verde e branco, as cores da bandeira de Sebras. – Como está o formigueiro? – Pergunta.

– Estamos nos recuperando de um ataque recente. – Aser responde. – O lado A, da área medicinal foi vitima de uma explosão causada por uma bomba.

O rosto do Rei Khasi toma um semblante preocupado.

– Já encontraram o responsável?

– Quem implantou a bomba dentro do formigueiro não, mas sabemos que quem ordenou o ataque foi o governador Sanz.

– E como tem certeza de que foi ele?

– Sanz atacou a Ilha do Sul há alguns dias, na intenção de ameaçá-los para entregarem a Liga dos Exilados. – Aser explica. – Ele fez uma transmissão ao vivo onde disse que passado dois dias que a filha do Thomas Volant não se entregasse, outro bombardeio aconteceria. Nós tentamos negociar, mas depois de dois dias o formigueiro foi atacado.

– A liga dos Exilados ainda existe? Pensei que depois da morte do Thomas ela tivesse acabado. – Comenta o rei. – Um exército precisa de um líder.

– E ele tem. – Aser responde, direcionando seu olhar a mim.

– Qual o seu nome? – Pergunta o rei.

– Mia Hayash, majestade. – Respondo.

– Deve estar sofrendo muita pressão, Mia. Com tudo que esta acontecendo, imagino que a vida não esteja sendo fácil. – Comenta.

– De fato não tem sido os melhores dias. Mas não pretendo desistir da missão. Afinal se nos conformamos com as dificuldades, os exilados nunca serão livres.

O Rei olha para mim com admiração, e acena.

– Admiro sua determinação, Mia. – Ele sorri. – Bem, depois de ouvir sobre os últimos fatos ocorridos suponho que não tenham vindo aqui só para me atualizar. – Ele se senta em sua cadeira e nos convida a sentarmos nas cadeiras de frente para ele. – Digam-me, em que posso ajudá-los?

– Antes de tudo, quero dizer que nossa intenção nunca foi travar uma guerra armada contra a Imperial, mas agora não sei mais se temos escolha. – Aser começa. – Ninguém jamais foi à Ilha do Sul e saiu de lá para contar ao resto do mundo às atrocidades que acontecem lá. A situação é desumana, todos os dias crianças ficam órfãos e pais perdem os seus filhos. Morrem de fome ou são vitimas de violência. Eu passei um tempo lá, ajudando o Thomas a construir a liga e sei o que a liberdade daquele lugar significa para essas pessoas. O governador os mantém lá para morrer, até que não sobre mais nenhum ser humano sem habilidades na terra.

– O Sanz tem que ser tirado do governo. – Digo completando as palavras de Aser. – Mas apenas expondo a verdade não é o suficiente. Ele consegue mascarar todas as nossas provas como se fossem mentiras criadas por rebeldes. – Dou de ombros. – A única solução, é tomar o governo dele.

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