34 (Atenção, o conteúdo desse capítulo pode ser sensível para alguns públicos. Contém violência, assassinato, suicídio e tentativa de estupro.) Menores de 13 anos, passem para o próximo capítulo.
ELLE
Corro com atenção redobrada pelos corredores, evitando que qualquer agente me veja. Chego até a área dos dormitórios onde eu estava hospedada. Pela hora deduzo que a senhorita Leger estaria no quarto dela. Nós não tínhamos criado exatamente um vinculo, mas ela foi a única pessoa que esteve comigo aqui no palácio e pareceu ter qualquer compaixão comigo de fato. Em meio aos tiroteios eu esperava que ela estivesse em algum lugar, segura.
Um grupo de agente passa correndo e eu me escondo atrás de uma pilastra. Quando não ouço mais nenhum barulho sigo em frente até o quarto ao lado do meu, onde ela me disse uma vez que ficava. Tento abrir a porta, mas estava trancada, bato na porta uma vez, duas vezes. Nada. Um gosto amargo sobe pela minha garganta. Destravo a minha arma e atiro na tranca duas vezes até que finalmente consigo abrir. Quando entro no quarto a cama esta desforrada, embora todo o resto esteja em seu devido lugar no quarto quase vazio. Encontro um papel dobrado em cima da cômoda, direcionado ao Sanz e abro-o para ler: "Não posso mais fazer isso. – V.L" Um bilhete simples e direto.
Meus olhos varrem o local procurando por algo e param nas cortinas e janelas abertas durante a madrugada fria. Aproximo-me do batente, esperando que eu estivesse errada a respeito do que eu deduzira, mas quando olho para baixo lá está ela há cerca de trinta metros de altura.
Sinto meu corpo gelar.
Por que ela faria isso? Ela se jogou antes ou depois de ter começado o ataque? Foi suicídio ou ela foi empurrada e este bilhete é, na verdade, uma tentativa de despistar alguém? Afasto-me do batente. Perplexa. Ainda encarando a janela, mas acabo me encostando em algo atrás de mim. Ouço o barulho de uma arma sendo destravada.
– Acabou pirralha. – Diz uma voz masculina. Olho para a pistola na minha mão e penso se consigo me virar rápido o bastante, entretanto mais barulhos aleatórios me faziam pensar que havia mais que um deles ali. – Fechem a porta! – Ele ordena. Em seguida não sinto mais o cano da arma dele nas minhas costas e ele vêm para a minha frente olhando para mim de cima a baixo. Um agente, cujos olhos escuros estavam à mostra com um semblante obstinado. – O palácio está sendo atacado e provavelmente não vamos durar muito mesmo... Isso pode ser divertido. – Ele dá um sorriso malicioso e passa a mão no meu pescoço.
– Não encoste a mão em mim! – Digo entredentes segurando a mão dele.
Ele dá risada.
– Ok, eu não preciso encostar as mãos. – Em seguida faz sinal para os outros agentes. Eram mais dois. Eles seguram os meus braços e tentam me colocar no chão.
Esmurro um deles, mas o outro me segura, e depois o outro, e eles conseguem me imobilizar no chão enquanto o agente que falou comigo se ajoelha ficando por cima de mim. Ele começa a desabotoar os botões da calça encarando-me e parecendo sentir prazer com a minha relutância. Os outros dois me pressionam no chão, impedindo-me de me mover sequer um músculo enquanto ele puxava a legging preta que eu estava vestindo para baixo, despindo-me. Eu me debato desesperada. Tento me desvencilhar, mas não consigo sair. Eu não consigo sair. O desespero começa a tomar conta de mim e começo a gritar por socorro, mas um deles tapa a minha boca. Ele estava prestes a tirar a minha calcinha quando alguma coisa grande cai do teto, em chamas.
Os dois agentes que me seguravam se levantam para detê-lo, mas ele os incinera rapidamente. Chuto o rosto do agente em cima de mim fazendo com que seu corpo se choque com a parede. Soco o seu nariz freneticamente, quebrando-o e vejo o sangue jorrando do seu rosto feito tinta brilhante escorrendo de uma lata transbordante. Eu gosto da visão. Enquanto eu o assistia, a imagem da cicatriz na costela da minha mãe passa pela minha mente, assim como flashes de um passado sombrio. Quebro o vidro da janela com um chute e com um caco de vidro pontudo, que pego quase que por instinto no chão eu furo os seus olhos, enquanto ouço-o gritar em desespero. Ele nunca mais olhará para nenhuma mulher como me olhou. Eu agarro o seu pescoço e o coloco de pé.
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O Regresso
Science Fiction(Continuação do livro "Os Exilados") Após os conflitos dentro do Palácio, Ellena retorna à Ilha com a ajuda de Mia e outros membros do exército dos Exilados. Sem um disfarce e no centro dos holofotes do mundo inteiro, a Liga dos Exilados precisa dar...