32 - Reunidos

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ELLE

Meus olhos vão desde o último sanduiche que guardei até o rosto sem expressão do agente que passou a vigiar minha cela. Depois de ter novamente passado aqui para me ver definhar de fome, Matthew notou que eu não tinha mais cara de moribunda, desde então eu tenho duas "babás", que trocam de turno a cada seis horas. O que me deixa profundamente irritada, já que não posso comer na frente deles.

Um barulho estranho surge no corredor, deixando o agente em alerta. Ele destrava a arma e algo parece ter se quebrado do lado oposto, fazendo-o virar, confuso. Em uma fração de segundos, Tony surge desarmando o agente e comprimindo seu pescoço contra a parede.

Levanto-me.

– Só vou perguntar uma vez. – Ele diz fitando o agente que parecia tão atordoado que mal olhava nos olhos dele. – Qual é a senha?

– Eu não sei! – Ele responde de forma desesperada. – Só estou aqui para vigiar a cela.

Tony balança a cabeça.

– Resposta errada. – Ele soca o agente com a arma, deixando-o desacordado.

Ele se vira para mim e encara a fechadura.

– Acha que se eu arrombar essa tranca vai disparar algum tipo de alarme?

– Com toda certeza. – Balanço a cabeça que sim.

– Droga! Carlos? Preciso quebrar uma tranca, será que dá pra desativar os alarmes das celas? – Ele fala numa espécie de microfone preso ao ouvido. – Ok! – Responde depois de mais ou menos quinze segundos. – Elle, afaste-se!

Vou para longe, ele mira na fechadura e dá vários disparos seguidos até que ela se rompe. Fico impressionada com a mira dele. Um alarme apita e é silenciado quase que no mesmo instante. Tony abre a porta da cela olhando fixo nos meus olhos parecendo maravilhado a me ver e finalmente estávamos a dois passos de distancia um do outro. Ele coloca o rifle pendurado nas costas e eu me lanço nos braços dele.

– Você está bem? – Ele pergunta quase que sussurrando. Era tão incrível a sensação de ser envolta nos seus braços de novo, sentir o seu cheiro preenchendo os meus pulmões e acalmando a minha alma. Poder tocá-lo e senti-lo perto de mim era como segurar comigo o maior tesouro que existisse. É maravilhoso que em um mundo com cinco bilhões de pessoas, eu estivesse nesse exato pedaço da eternidade nos braços da minha pessoa preferida. Eu estava onde eu precisava estar, onde eu deveria estar e onde eu mais queria estar. Naquele momento eu era a pessoa mais sortuda do mundo.

Balanço a cabeça dizendo sim.

– Agora estou. – Passo os meus dedos pelos seus cabelos emaranhados.

Afasto-me levemente e puxo o seu rosto para perto de mim para que nossos lábios se tocassem. Eu não podia mais esperar. Todo o meu corpo ansiava por aquele momento como se nunca tivéssemos nos tocado, como se nunca antes eu houvesse o beijado. Eu queria aquilo mais do que qualquer coisa. Éramos como ímãs, mesmo de longe sempre buscando pelo outro, sempre querendo estar cada vez mais perto.

Ouço sutilmente passos no corredor e abro os olhos, Tony também abre os dele e o rifle surge na sua mão a tempo dele atirar em dois agentes que apareceram.

– É melhor irmos, não podemos ficar dando sopa por aqui. – Sorri. – Teremos todo o tempo do mundo para continuar isso depois. – Ele me entrega um aparelho de comunicação igual ao que ele usava. Aceno um sim, ainda hipnotizada pelo seu sorriso, e pego o comunicador de sua mão. – Vamos. – Ele me puxa

– Espera! – Freio o passo quando chegamos à porta. Viro-me e pego o sanduiche que eu havia guardado e mordisco alguns pedaços.

Tony me olha incrédulo.

O RegressoOnde histórias criam vida. Descubra agora