26 - O Rei Afogado

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MIA

– Está feliz, não está? Você conseguiu o que queria! Meu exército, minha família, minha força... Deve se orgulhar em tirar a minha vida também agora que já cumpriu o que havia me prometido quando eu saí da Imperial. – Aser cuspia as palavras no rosto do governador.

– Eu tenho muito mais o que fazer do que me preocupar com um bastardo inútil. – Sanz rebate. – Eu apenas destruo qualquer pessoa ou coisa que tente me impedir. Azar o seu de renunciar o trono para entrar no meu caminho.

Um bastardo? Do que ele esta falando.

– Eu virei uma pedra no seu caminho no dia em que você descobriu que eu não era seu filho. – Aser rebate. – Nós dois sabemos que eu nunca sentaria naquele trono.

– E por isso você foi chorar no colo do papai? – Sanz se aproximava dele. – Fugindo para a ilha? Se aliando ao meu inimigo? – Ele grita, e dá um soco forte no rosto de Aser.

Ele puxa as correntes e chega o mais perto do Sanz que ele podia.

– Você tem sorte de eu estar preso. – Diz entredentes.

A confusão das revelações se misturava na minha cabeça e parecia fazer a dor que eu estava sentindo aumentar. Mas... Como eu não tinha percebido isso antes? A semelhança entre Aser e Thomas era algo visível demais. A cor da pele e do cabelo, o sorriso contido, a estatura e até o modo de portar-se como um líder.

Sanz sorria de forma maliciosa e começou a andar, afastando-se de Aser.

– Devem estar se perguntando o porquê de estarem aqui e não no necrotério. Bem, digamos que meu querido ex-filho ainda tenha algo que eu não tenho...

– Sanidade mental? – Provoca.

– A sanidade mental é superestimada, não acha? – Sanz vira-se para Aser. – Você me considera um louco, mas eu sempre estive dois passos a sua frente sem que você soubesse. Sua amada esposa trabalha para mim há anos me contando cada passo seu e você só descobriu isso quando eu quis que descobrisse. – Diz parando em frente a ele outra vez. – Então agora me diga Aser, se eu sou um louco e isso me faz inferior a você, porque é que você esta preso agora e eu livre? – Sanz estende as mãos para a esquerda e a direita como se apontasse a situação.

Aser o encara parecendo reprimir o ódio e repulsa que sentia.

– A sua glória vai te derrotar. – Diz seriamente encarando os seus olhos, ao que o governador responde com um sorriso.

– Espero cair em ruas de ouro quando esse dia chegar! – Ele se vira, vindo em direção a mim. – Agora você vai saber o porquê a senhorita Hayash está aqui nos dando a honra de sua presença. – Ele olha para mim. – Tenho que admitir que fiquei impressionado com a quantidade de vezes em que pensei ter localizado a liga e ela escapou.

– Sinto muito desapontá-lo. – Digo em tom de ironia.

– Mais fiquei mais surpreso ainda, que depois de tanto fugir você tenha levando a liga dos exilados até a palma da minha mão. Que estupidez! Fico pensando se Thomas Volant ficaria orgulhoso de saber que deixou seu exército nas mãos da pessoa que ajudaria a destruí-lo.

– Estou tranquila com relação isso, afinal, Thomas sabia dos riscos. – Rebato. – Ele foi um líder que você jamais será. – O olhar cômico dele se fecha em um rosto sério de quem acabou de ter o ego prejudicado.

– Não acha tola a sua atitude de me enfrentar? Se eu quiser que morra agora você não pode fazer nada para me impedir. – Ele agarra o meu cabelo puxando-o para perto dele. – O seu destino está em minhas mãos! – Fala ao pé do ouvido.

O RegressoOnde histórias criam vida. Descubra agora