19 - O Outro Lado do Plano

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MIA

Assim que o helicóptero sai, viro-me para Aser e Sara atrás de mim.

– Tudo pronto para a fase dois do plano?

– Partiremos amanhã de manhã. – Ele responde. – Não acha que essa é uma ação arriscada, agora que todos sabem quem você é?

– Acho que uma peruca loira e óculos escuros dão um jeito no meu problema.

– E como vai passar pelo leitor de digital? – Pergunta Sara.

– Essa é a parte em que uso uma falsa digital de uma mulher loira chamada Angelina Hernandes.

Sara olha para mim com uma cara confusa.

– Vai usar o meu nome falso para entrar no palácio de Sebras? – Indaga, e em seguida dá um sorriso malicioso. – Bom plano.

Sorrio.

– Bem, se vamos sair amanha cedo é melhor irmos descansar agora. – Diz Aser soltando as mãos que estavam entrelaçadas atrás de suas costas. – Depois da bomba na área hospitalar o formigueiro não pode mais ficar neutro nessa guerra, e se quisermos convencer o Rei de Sebras a ficar do nosso lado precisamos parecer convincentes e não cansados.

...

No outro dia, quando o sol já estava brilhando intensamente no céu, Aser e eu embarcamos em direção à capital de Sebras.

– Iremos chegar por volta das dez horas da manhã. Falta pouco. – Diz ele se sentando ao meu lado, olhando o seu relógio.

– Espero que consigamos sair de lá com uma resposta positiva. – Respondo encarando o assento à minha frente.

– O rei Khasi é um velho amigo, tenho certeza de que conseguir uma conversa com ele não será difícil. – Ele apoia os cotovelos na coxa e entrelaça as mãos. – Difícil será convencê-lo a entrar em guerra com a Imperial.

– Não estamos em guerra com a Imperial. – Rebato. – Estamos em guerra com o governador. O apoio bélico do rei Khasi é apenas para assegurar de que Sanz pensará duas vezes antes de acionar o exército dele. Além disso, quanto mais pessoas e, principalmente líderes mundiais, do nosso lado nós tivermos, melhor será a aceitação do povo em relação a nós depois.

– Eu sei que nossas intenções com um exército desse porte não é começar uma guerra... Mas se Sanz atacar, e revidarmos, não conseguiremos evitá-la. – Ele olha para mim. – Um conflito contra a Imperial nos custaria muitas vidas.

Dou de ombros.

– Já esta custando...

A invasão do palácio teria de ser sigilosa. Todo o trabalho que estamos tendo agora, não valeria de nada se o exército da Imperial for acionado. Não temos a menor chance contra eles, nossa morte seria tão certa quanto o nascer do sol. Invadir o palácio, ainda que pelo melhor motivo, não era apenas ilegal, era suicídio. A parte ruim é que todo mundo sabia disso, principalmente os líderes mundiais.

Era uma causa perdida, e aqui estamos nós dando a vida por ela.

Aser se endireita na cadeira.

– Como líder, imagino o quanto essas mortes da liga tem te afetado.

Tiro o cinto de segurança, e viro-me para olhar para ele cuja aparência revelava exaustão tanto quanto a minha. Algumas linhas de expressão começavam a surgir em seu rosto.

– Boa parte dos que conheci quando entrei na liga estão mortos... E muitos dos meus amigos também: Marta, Jeff, Joseph... Thomas. – Dou de ombros. – Pouco a pouco se foram. E além dessas pessoas que eram mais próximas outras que estavam sob minha responsabilidade também morreram. – Entrelaço os dedos. – Quando Thomas era o líder, eu estava com ele o tempo todo e eu o via de luto por essas pessoas. Geralmente ele passava as próximas vinte e quatro horas sem comer nem beber nada quando alguém morria. Eu sabia que era difícil, mas agora... Parece um fardo pesado demais.

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