Prólogo

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"Harry, nunca existe uma resposta perfeita neste mundo confuso e perturbado. A perfeição está fora do alcance da humanidade, fora do alcance da magia. Em cada momento luminoso de felicidade há esta gota de veneno: o conhecimento de que a dor voltará. Seja sincero com aqueles que ama, mostre sua dor. Sofrer é tão humano quanto respirar."

— Alvo Dumbledore.

2 anos antes....

Joyjah Sava

Moro em uma cidadezinha pacata onde era considerado quase zona rural, mas se destacava apenas pelo seu internato para garotas que tinha a missão de formar jovens moças pra sociedade.

Estudo aqui porque a minha avó é cozinheira do local, desde pequena moro com ela, a minha mãe vive viajando pelo mundo fazendo show, ela é a cantora famosa Aisha Sana.

Ser filha de uma cantora famosa pra muitos é um sonho, mas pra mim nunca foi um privilégio e sim uma maldição a qual eu buscava desesperadamente fugir.

Por isso ninguém sabe o parentesco que temos, foi até melhor, porque vivia longe dos holofotes, quando encontrava ela estava sempre num lugar fechado e era apenas nós três.

Sou fruto de um relacionamento na adolescência que não deu certo, minha avó contava que a minha mãe era capitã das líderes de torcida e o meu pai o capitão do time do colégio.

Hoje em dia ele está casado e com um filho, minha mãe nunca procurou ele, porque não quis atrapalhar o futuro promissor que ele tinha pela frente.

Por isso não sei o nome dele e nem a cidade que vive, mas nunca nada me fez falta, a minha avó sempre suprimiu todas as minhas necessidades familiares.

Sou uma garota mediana, pele bem clara, olhos castanhos, cabelos ruivos naturais que era na altura da bunda e sardas pelo rosto, apenas herdei as características da minha mãe e a personalidade do meu pai, como ela me dizia nas vezes que nos viam.

Aqui no internato ''Sagrado Coração'' somos uma grande família, aqui aprendemos a cuidar da natureza plantando e colhendo a nossa própria comida, cuidamos dos animais e até mesmo sabemos fazer crochê e costurar roupas.

Sou considerada a nerd, desde pequena amo ler todo tipo de leitura e sou apaixonada pela cultura japonesa, meu maior sonho é ir num evento geek, mas não tenho companhia pra ir, já que as outras garotas têm o maior preconceito por isso dizendo ser coisa de garoto.

Até mesmo pelo fato de eu usar óculos que parecem fundo de garrafa, apesar que não ligo muito pra opinião delas, me sinto bem assim, pelo menos posso enxergar muito bem.

Por isso não tenho amigas aqui, apenas algumas colegas, mas nunca me fez falta, maioria é metida riquinha, por isso prefiro ficar no meu canto.

Era o dia que a minha viria me visitar, então fui me arrumar, hoje não iria até ás aulas, minha avó estava na cozinha terminando de servir o café da manhã pra meninas.

Minha mãe sempre me mandava roupas extravagantes pra mim, usar, dizia que parecia uma feira por estar nesse lugar.

Nunca me importei com as roupas que eu usava, afinal tenho só 14 anos, ainda tenho muito o que descobrir sobre mim.

Sai do meu quarto, vejo a minha avó vindo em minha direção, ela parecia estar segurando um choro, sua expressão não era uma das melhores.

— Vozinha, o que aconteceu? — perguntei com uma voz calma pra tentar esconder um pouco a minha preocupação.

— Entre — pediu.

Ao entrar ela fechou a porta atrás de si, olhou para um pôster da minha mãe que tinha perto da minha cama e suspirou.

— Você vai ter que ser forte, minha valente — falou passando as mãos em meus cabelos — Sua mãe sofreu um grave acidente de carro — contou.

Meu corpo todo ficou em choque, soltei um grito desesperado, parecia um terrível pesadelo tudo que estava acontecendo.

Ela me deu um copo de água gelada, pra mim, tentar me acalmar um pouco.

— Pedi o dia de folga para resolvermos tudo, vai ter uma investigação, ela encontrou uma menininha de rua, ia trazer ela para o internato e tentaria adotar ela futuramente — explicou — Eles confundiram ela com você, sua mãe me contou que andou sendo ameaçada pelo, o ex padrasto a meses, atrás, então como ele não sabe da minha existência e nem que você está aqui, por enquanto as coisas terão que ficar assim — avisou — O bom que eu e você usamos o meu sobrenome meu de solteira que é bem comum, então estamos a salvo por enquanto e a sua herança também — justificou.

Era difícil digerir tudo aquilo, mas a expressão da minha avó era tão tranquila, ela parecia estar calma apenas por fora, mas por dentro deve estar em uma grande confusão que nem eu.

Apesar de não ser tão próxima dela, senti um enorme vazio no meu peito, lágrimas e mais lágrimas desciam no meu rosto.

Apenas recebi um forte abraço da minha avó, eu não conseguia pensar em mais nada a não ser chorar por ela, e agradecer pelo tempo que passamos juntas.

My Dear Stalker ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora