↑CONCLUÍDA≈
A vida não era uma flor para Park Jimin. Desde pequeno sofreu os abusos psicológicos de seus pais graças ao seu gênero e por ser ômega homem.
Quando entrou na adolescência aprendeu o que era errado pelo mundo e não por aqueles que pensou...
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Park Jimin
Em algumas horas uma sensação ruim de enjôo e de pressão baixa me tomou no meio da rua, e enquanto eu vomitava as pessoas passavam encarando tudo aquilo com desdém e nojo.
Eu já estava tão envergonhado por ter ficado com alguém com Livian, a humilhação já era o suficiente, e ainda eu precisava lidar com aqueles olhares. Só me dava mais vontade de chorar e ficar no meu quarto, trancado para sempre.
Com que cara eu olharia para meus pais? Eles já não tem um bom olhar sobre mim imagine quando descobrir de quão longe eu cheguei.
— tadinho, os jovens de hoje engravidam tão cedo — uma mulher passou cochichando para o marido.
Solucei pensando no pior.
Isso não podia estar acontecendo, n-não pode...
Meus pais não podem saber disso, ninguém pode.
Encaixei minha mão na minha barriga enquanto eu começava a chorar mais uma vez.
— desculpa bebê... Mas eu não posso te ter......
E então meus pés me guiaram para o lugar que pensei jamais em pisar com o coração doendo.
Meu sonho sempre foi ter uma família, filhos, um marido que realmente me amasse e que eu o amasse também. Vivendo de uma paixão louca e quente como o inferno, mas hoje é tudo diferente do que um sonho de vida poderia se tornar.
— como um garoto jovem como você pode estar aqui, hum? — uma mulher que mastigava chiclete perguntou.
— eu preciso fazer o-o... — as palavras não saiam de minha boca.
— aborto? — confirmei com a cabeça.
— quero 70 reais na minha mão antes então.
— e-eu não tenho.
— então volte para casa e peça aos seus pais — deu as costas.
— eu não posso voltar! — tentei limpar as lágrimas que já escorregavam por minhas bochechas — foi meu primeiro... — me encolhi — eu esperava que ele fosse ser gentil, mas ele brincou comigo e me forçou, eu não posso contar para mais pais.
— mas o cara precisa ser preso — ela disse.
— no momento eu só quero acabar com isso logo — me aproximei nervoso — por favor, moça, me ajuda.
— quantos anos você tem?
— 15
— sabe que o aborto nessa idade pode ter complicações, não sabe?
— eu arrisco.
— tudo bem.... Mas depois vou querer o dinheiro esta bem?
— uhum.
— me segue, vou fazer o procedimento em você.
X
Nesse momento estando em uma maca, olhando para o teto branco eu só consegui chorar e chorar enquanto ela preparava os materiais que usaria.
— vou te dar algo para pegar no sono, quando acordar estará como se nada tivesse acontecido, tirando a dor e a fraqueza que são sensações normais desse procedimento.
— v-você pode me dar aquele ursinho para eu abraçar ? — perguntei com os olhos embaçados — eu estou com medo.
— claro — sorriu me entregando.
E então ela aplicou a anestesia, e enquanto eu fechava meus olhos eu a ouvir falar algo carinhosamente para mim enquanto alisava meu cabelo.
— pobre criança.... Você é tão novo e já está por algo tão ruim como isso. Vou cuidar bem de você.
X
—
quer ligar para alguém? é bem ruim andar depois disso.
— eu posso me virar — tentei sorrir — obrigado por tudo, prometo te pagar.
— não precisa mais, mas vou te pedir um favor pelo favor que te ofereci.
— o que é?
— não volte aqui e nem em nenhum outro lugar como esse nunca mais, ouviu?
— eu juro nunca mais fazer isso.
— certo, agora pode ir, e lembre-se, nunca mais em.
— como é seu nome?
— Katarina.
— adeus Katarina.
— adeus Jimin.
E então quando dei alguns passos com dificuldade para fora da clínica escutei alguém me chamar.
