Hangyul havia contado quantos homens estavam a postos, prontos para matá-lo e aos seus companheiros quando passaram pela rampa do navio. Para cada um dos homens de Yang, existia um do Raio Negro, preparado para retribuir a ameaça com a qual estavam lidando.
As decisões naquele navio não eram tomadas por ele. Antares, sua embarcação, estava no porto de Mulbang-ul, e o seu poder ali resumia-se em ser um oficial renomado do maior dos grandes reinos. Sua voz era como um eco entre as rochas no vale das sereias, e sua potência era como o canto de tais criaturas sobre aqueles de sangue real; surtiria efeito apenas sob muita insistência.
Por isso, sabia que a decisão do capitão do Raio Negro ao deixar que os inimigos embarcassem em seu navio não poderia ser alterada. Não havia tempo de convencê-lo do quão ruim aquilo poderia ficar. Só conseguia pensar — e se lembrar — do quão orgulhosos os habitantes de Angae poderiam ser quando queriam.
— Quanta gentileza! — Yang disse, sem se mover do seu lugar próximo à rampa — Sua obediência é louvável, mas confesso que a glória sem sangue me deixa insatisfeito.
— Não estamos obedecendo você — o capitão do Raio Negro devolveu — Não vou contribuir com o seu teatro em um lugar seguro como Swida. Se quer resolver as coisas e tirar a limpo que falamos a verdade, então que seja no mar, onde é nosso território.
Yang sorriu. A barba estava comprida, e os olhos comprimidos enquanto ele observava o outro homem. O diário de notícias em mãos, como a prova de uma acusação terrível.
— Então o príncipe não está no navio? — questionou uma segunda vez; a primeira fora antes de decidirem embarcar — Ou são apenas incompetentes para encontrá-lo escondido?
O capitão segurou firmemente o cabo de sua espada. Podia notar que a tripulação de Yang, antes tão grande que enchiam o convés e os pavimentos inferiores, agora quase podia se equiparar à sua diante da primeira tormenta. Badalam por pouco não os havia engolido completamente.
— Se o príncipe estivesse à bordo, não teríamos permitido a sua entrada aqui. Ele não embarcou, se tivesse já teríamos notado e, certamente, o mandado de volta. A realeza não é permitida em nossa embarcação.
Yang permaneceu com a mesma expressão. Embora soubesse que aqueles costumes eram verdadeiros, ainda estava resistente em acreditar nas palavras do capitão. Na verdade, acreditava que seria divertido ver por conta própria se eles diziam a verdade. Sabia que não permitiriam que ele checasse o navio por conta própria, e a batalha poderia lhe trazer algum ânimo.
— Majestade — o chamado veio do porto, aos pés da rampa, e Yang virou-se em sua direção; um de seus grumetes o encarava nervosamente — O molac... Ele disse algo.
Yang deixou que toda a sua atenção voltasse para o subordinado e, como ele, ambas as tripulações ficaram atentas ao que diria o rapaz.
— O que ele disse? — o rei perguntou, dando alguns passos para fora do navio.
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Tesouro da Justiça | Changhyuk
FanficSob a ameaça de uma guerra silenciosamente declarada por um líder conquistador e tirano, Minhyuk decide embarcar clandestinamente rumo a única coisa que pode salvar seu reino: O Tesouro da Justiça. Ele só não esperava se confundir e acabar dentro d...