Capítulo trinta

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A tripulação, exceto Changkyun e Shownu, dividiam a metade de uma garrafa de rum que havia sobrado no estoque do porão

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A tripulação, exceto Changkyun e Shownu, dividiam a metade de uma garrafa de rum que havia sobrado no estoque do porão. Não tinham reparado que havia restado aquela última garrafa, mas acharam por bem acabar com ela, uma vez que sentiam o clima tão leve.

Ao leme, Changkyun observava o sorriso fácil do príncipe, a blusa com os primeiros botões abertos, fazendo o tecido cair pelos ombros sem que ele se desse conta, os cabelos bagunçados pelo vento noturno.

Era absolutamente desafiador tirar os olhos dele.

— Eu já estou pronto, capitão — Shownu disse ao seu lado, prendendo as mãos atrás das costas e dando um sorriso mínimo — Você pode ajudar o príncipe com a espada se quiser.

Changkyun olhou para o seu imediato por um momento, antes de voltar sua atenção novamente à frente. O rosto queimando de maneira atípica pelo tom do outro.

— Não aconteceu nada — explicou, corrigindo-se em seguida — Bem... Digo, aconteceu. Mas não tudo que você está pensando.

— Eu devo admitir algo sobre isso? — a pergunta, apesar de um tanto brincalhona, carregava um timbre curioso, preocupado, até — Pretende cortejá-lo de maneira tradicional?

— Cale a boca — Changkyun estalou a língua, suspirando — Você o conhece. Não finja que não sabe o que estou tentando proteger.

— Está subestimando demais o modo como você o enxerga se acha que sou capaz de vê-lo da mesma forma que você — um novo sorriso cobriu o rosto de Shownu — O que você quer proteger? A castidade dele?

Changkyun revirou os olhos levemente, de maneira falsa. Lambeu os lábios, tentando explicar que não era exatamente isso. Enxergava em Minhyuk uma pureza de alma e espírito. Uma liberdade mergulhada em uma doçura inocente. Estava além dos seus desejos carnais — que sabia que povoavam a mente do príncipe tendo ele como alvo. Era sobre o cerne que fluía dentro dele, como um todo. Sobre a essência magnética que atraía os seres mais temíveis para perto com delicadeza.

Simplesmente não conseguia enxergar a si mesmo como digno de desfrutar de tamanha grandeza.

— Eu sei que você não é o mais experiente dos homens — Shownu voltou a falar, uma vez que não recebeu uma resposta — Não te vi se relacionar com muitas pessoas no tempo em que estivemos juntos. Você não gosta das casas de luxúria.

Changkyun mordeu os lábios, incapaz de dizer algo para interromper o fluxo dos pensamentos do imediato, ainda que seu ego pedisse. Shownu era um homem muito inteligente, de palavras muito sábias, e não acreditaria em qualquer desculpa que Changkyun contasse.

O Im não gostava das casas de luxúria, de fato. Lembravam-no no lugar onde cresceu, das coisas que viu ainda muito jovem, da antipatia que tinha por nobres e da vida que levavam os que trabalhavam naquelas condições. Sempre deixava dinheiro para as moças que esperavam nas portas das casas de Eloseu, sem desejar entrar, apenas porque sabia que elas sempre precisariam de qualquer ajuda.

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