Capítulo quarenta

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Haviam se dividido na tentativa de suprir as necessidades mais urgentes

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Haviam se dividido na tentativa de suprir as necessidades mais urgentes. Alguns faziam uma refeição decente na casa da árvore, outros — poucos — decidiram tirar uma soneca, e outra parte estava ansiosa por um banho na queda d'água.

Naeun conseguiu convencê-los a ser uma das primeiras, decidindo levar Jooheon consigo para checar suas feridas e lavá-las com água corrente. Apesar de ser desnecessário, o rapaz não pode impedir-se de prestar atenção à médica enquanto desciam pela trilha até a parte inferior da cascata. No meio do caminho, segurou sua mão, na tentativa de ampará-la pelo declive, mas não soltaram mesmo quando estavam em terreno plano, na borda úmida daquele rio.

— Você pode tirar a camisa — Naeun indicou — Vou ver seus machucados e depois você pode terminar de se banhar.

— Achei que você quisesse ir primeiro — ele pareceu confuso, mas tirou um dos botões de sua casa.

— Eu queria ir logo, mas posso esperar por você. — Deu de ombros e sorriu — E preciso fazer o meu trabalho antes, também.

Jooheon, ainda incerto, concordou, retirando a camisa e os sapatos. Naeun também tirou as botas e acenou com a cabeça para se fossem até uma das pedras na água rasa, para que ela pudesse checar seus ferimentos.

Ainda não estavam secos o bastante e pareciam magoados, provavelmente devido ao ataque que precisaram conter mais cedo. Precisava lavar e voltar a aplicar as misturas de ervas que preparara depois de chegar, mas antes que pudesse encontrar qualquer utensílio que a ajudasse a tornar aquela tarefa mais fácil, Jooheon perguntou:

— Você quer que eu tire o resto das minhas roupas? — ele permanecia sério enquanto perguntava, levando a mão até o cós da calça — Acho que seria mais fácil. Está com medo de molhar minhas roupas, não está?

Naeun precisou respirar fundo, torcendo para não se deixar corar mais uma vez. Concordou com a sugestão, sem saber se estava fazendo aquilo apenas pelos motivos óbvios, ou pelo desejo íntimo de vê-lo daquela forma novamente. Não poderia concluir nada ainda, porque deixar sua mente vagar por tais lugares causaria respostas visíveis, e isso iria contra sua ética médica.

Naeun não se deixava levar tão facilmente. Talvez, durante sua adolescência, quando ainda ajudava a mãe em Angae, tenha reparado em algumas pessoas de sua idade. Lembrava-se de ter passado dias com a imagem de Doyeon em sua cabeça todas as noites quando a garota foi atendida com uma gripe comum, porém forte, na vila portuária. A memória dos cabelos escuros compridos deslizando pela pele das costas enquanto a mãe examinava o estado de seus pulmões continuava retornando à mente todos os dias, assim como o tom rosado das bochechas da menina quando lhe sorriu em agradecimento ao melhorar. Havia recebido um abraço caloroso e um beijo terno no rosto, que pareceu aquecê-la e deixá-la consciente dos desejos próprios de sua idade.

Poucas vezes sentiu algo parecido novamente. Costumava estar inteiramente concentrada no trabalho, romances deveriam ser deixados para outros momentos, mas nem sempre era capaz de controlar o que seus olhos notavam.

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