Velas e Batom.

100 5 11
                                    

Por: André

Na terceira tentativa finalmente não queimei o arroz. Que ideia estúpida a minha de cozinhar h o j e. Até parece que eu vou conseguir me concentrar na comida. Estava nervoso e apreensivo, milhões de pensamentos borbulhando na cabeça e o calor da panela e do meu corpo subindo no meu rosto.
- Ok, André, agora vai... Foi o arroz, agora vai a carne assada com molho madeira que está quase no ponto... Tcham ram!!!
Parecia que eu estava cozinhando pela primeira vez e que iria a um encontro pela primeira vez também. Mas, apesar de todo o drama envolvido, era muito bom poder cozinhar pra Graça, eu sei que ela gosta da minha comida, e, modéstia a parte, eu também.
Nos 45min do segundo tempo, tirando a carne do fogo, consegui me queimar no braço. ~ tudo sob controle ~
Ok, tudo certo. Comida pronta, só faltava eu tomar meu banho e me arrumar pra esperar a Graça.

- Essa roupa! Quer dizer, despojada demais, não. Essa aqui! Aliás, formal demais, tô em casa, né... Meu Deus o tempo tá passando, o que eu faço? - Eu falava comigo mesmo enquanto decidia como me vestir num jantar em casa, isso que dá passar anos sem namorar.

Finalmente me decidi e quando estava borrifando o perfume a campainha tocou.

~ momento de silêncio. Desespero interno. Meu Deus. É ela ~

Abri a porta num susto mas tentando manter a compostura.

- Oi, André... Desculpe incomodar, mas tá tudo bem aí? Tá um cheiro muito forte de queimado pelo corredor!

É... o.... zelador... do prédio. Inspirei que nem uma bola de aniversário murcha.

- Tá tudo certo, seu Zeca, só me perdi um pouco no arroz mesmo, mas já até fiz outro. Hehe

- Tranquilo então, meu filho. Tá arrumado, hein? Boa sorte! - Disse enquanto dava uma piscadela.

Meu Deus... Que situação embaraçosa. Me despedi dele e fechei a porta.

Enfim... Sentei no sofá e comecei a me lembrar de tudo o que eu e Graça vivemos até ali. Eu estava muito nervoso, agitado, mas sei que é principalmente porque a amo muito. Quero ser amado e aceito por ela. Quero fazê-la feliz... E é nosso primeiro encontro oficial, pois pulamos muitas etapas. Acabei por começar a rir sozinho de toda a minha patetice naquela noite. Enquanto ria de mim mesmo, a campainha tocou.

Como esperado, era Graça, num vestido vermelho justo, com um batom vermelho e os cabelos dourados. ~ a gente precisa jantar mesmo? ~

- Você não tem pena de mim não, né? - Brinquei enquanto ia cumprimentá-la com um beijo.

Ela me recebeu com um sorriso tímido mas com um olhar intimidador. Ela não precisa de muito pra ser irresistível.

Começamos a conversar pra tornar o clima leve, até que, durante o jantar à luz de velas, - que tornavam o dourado do cabelo dela muito mais sexy - , decidimos tomar algumas taças de vinho. Foram uma, duas, três, até que estávamos bêbados - Graça um pouco mais - rindo à toa até pegar no sono no sofá. Eu não estava 100% mas sou um pouco mais resistente ao álcool que ela. Sentei no outro sofá enquanto a observava dormir. Mais uma vez, comecei a rir da minha patetice. Fiquei tão nervoso que, no fim, bebemos e Graça desmaiou de sono de tão bêbada. Apesar de todas as minhas expectativas, aquilo foi bem engraçado.

Levei Graça pro quarto de Jade e a cobri com um lençol, e, dando um beijo em sua testa, me despedi.

Fui pro meu quarto e acabei por pegar no sono também. Por volta das 3h acordei espontaneamente, perdi o sono. Lavei o rosto e abri a porta pra ir à cozinha beber água.
Ao abrir a porta, Graça estava em pé, com o cabelo bagunçado de um jeito muito sensual, com o batom borrado pela taça de vinho o que tornava os seus lábios muito mais atraentes, olhando pra mim.
Engoli seco. Minha vontade era levá-la pra minha cama ali mesmo, mas não sabia o quão sóbria ela estava. Hesitei.
Dei um passo à frente, ela deu dois.
- André... Você está esperando... exatamente... O quê?
- Graça, você está bem?
- Se você quer saber se o efeito do álcool passou? Sim, eu dormi e acordei, então agora estou bem.
- Hum... Vou precisar de um pouco mais pra acreditar.
- Co-como assim?
- Tente se equilibrar em uma perna só!
- André, isso é ridículo, estou começando a ficar com vergonha... - Disse Graça ao sorrir timidamente e parecer incrédula com meu pedido.
- Sério, só faz isso.
Graça se equilibrou por 10 segundos, muito bem, por sinal.
- Satisfeito?
- Não...
Dei um passo à frente e a segurei pela cintura, pressionando-a contra o meu corpo enquanto beijava-a.
Graça entrelaçou seus braços no meu pescoço e respondeu meus beijos na mesma intensidade. Puxei-a para o quarto enquanto abria o zíper do seu vestido, em seguida, ela mesma se dedicou a desabotoar minha camisa. Não paramos de nos beijar por nenhum segundo, até que caímos juntos na cama, por nem perceber que já tínhamos andado demais. Paramos por um segundo e começamos a rir.
- Isso parece romântico nas novelas, mas na vida real não é nem um pouco funcional... - Tentei quebrar o gelo. Graça estava com o zíper do vestido aberto e eu apenas sem camisa. Ela se levantou, saindo de cima de mim e começou a tentar tirar o vestido, mas estava visivelmente envergonhada. Me levantei e segurei sua mão, impedindo-a de terminar. Virei-a de costas e segurei em seus ombros enquanto beijava seu pescoço.
- Eu gostaria muito de poder fazer isso eu mesmo...
As curvas de Graça logo tomaram cor e forma, ela era linda. Joguei minhas roupas no chão e nos aninhamos na minha cama. Aquele foi apenas o início de uma noite inesquecível que nos entregamos ao amor de corpo e alma. Me dediquei a visitar cada parte do seu corpo, com beijos e carícias, e ela me surpreendeu fazendo o mesmo. Eu não sabia que precisava tanto do seu corpo até tê-lo totalmente pra mim. Foi a noite mais incrível da minha vida.

Entre a paixão e a razão - André e GraçaOnde histórias criam vida. Descubra agora